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Opúsculos por Alexandre Herculano - Tomo 08

Chapter 10 No.10

Word Count: 5229    |    Released on: 06/12/2017

stissimo pelas difficuldades que a pobreza do erario opp?e á restaura??o desse estabelecimento, foi uma verdadeira calamidade para a i

quando os homens que presidissem aos destinos da nossa terra comprehendessem as verdadeiras condi??es de uma lei d'instruc??o pública. Como a eschola polytechnica seri

is illustrada e segura que a dos individuos, perfilhou o pensamento de applicar as sommas colligidas para a crea??o do monumento com estátua, á restaura??o da eschola polytechnica. A imprensa periodica, sem distinc??o de parcialidades, fez sentir as conveniencias, n?o da nova applica??o que se propunha para aquellas sommas, mas da nova fórma da mesma applica??o. A imprensa fez o que devia; este negócio pertencia-lhe

acharam órg?o na imprensa: o que parecera axioma converteu-se em these disputavel e disputada. Agora ahi anda na téla da discuss?o, e quem sabe qual será o seu destino? Quem sabe se os que podem promover a realisa??o do pensamento público se inclinar?o para um ou para outro lado? Uma cou

scem todos de uma delicadeza excessiva de consciencia, de um erro de raciocinio causado por um sentimento puro e nobre. Seria monstruoso e incrivel que as suas palavras nascessem de outra origem; porque nenhum português haveria ahi t?o corrupto, que por c

mbra da liberdade, nós, gera??o pobre de gloria; nós, que fortes em derribar as cousas dos tempos que foram, nos temos mostrado tardos e débeis em reconstruir pa

ibuintes, applicada para fins diversos, sejam elles quaes forem: 2.^a, que representando o monumento de D. Pedro uma ordem de idéas exclusivamente moraes, quanto se ponderar ácerca da utilidade de reconstruir a eschola polytechnica n?o vem ao inte

refor?ar estes três argumentos principaes. Examinemos a sua for?a. Se na verdade s?o solidos, é necessario seguir a opini?o quasi singular, e abandonar as ruinas da eschola po

offendesse a moral e as leis, a vontade dos contribuintes devia ser respeitada. No caso presente havia um programma, bom ou mau, para a feitura do monumento do Imperador; estava até escolhido o logar onde se havia de erigir quando a subscrip??o se abriu. Os subscriptores acceitaram aque

mais útil fim, sem consentimento daquelles que o deram, se

offereceu, se intender que o monumento intellectual n?o satisfaz as condi??es da sua gratid?o. Depois disto abra-se uma subscrip??o sem limite no quantum para os que n?o se offendem de ver a m

ar as condi??es capitaes da feitura do monumento, e por conseq

ralidade, n?o de um contracto, mas de um pensamento nacional que reune e formula por c

ia come?ar? Por definir bem claramente aqu

a admira??o.? - E porque se disse isto? Porque se tomou uma hypothese por uma these; partiu-se do singular para o universal, do condicional

, mas a condi??o unicamente absoluta deste existir é o lembrar. Onde houver isto ha monumento: o livro e o templo, o obelisco e a estátua, o palacio e a campa; a ar

ella, edificado no sítio em que se perpetrou o delicto, ser?o pontos de contacto entre a gloria e a admira??o? Sê-lo-

venhamos á

quê? Para lembrar á posteridade o que lhe deve Portugal-nós

e a gratid?o especialmente nossa, se quiserem. Eis a sua express?o mais simples. S?o duas idéas. Del

onumento, qual a sua condi??o absoluta?

s, em lhes trocar os valores é

porque proveito proprio e agradecimento annullam-se: este será destruido, e o que n?o existiu n?o pode ser lembrado: se é a D. Pedro, embora

rande Principe, atirando alguns cruzados para se converterem em pedras que lhe sejam consagradas! Se essas pedras fossem úteis havia um saldo contra elles: era uma vergonha para esta gera??o, sim pobre, mas fidalga. Nós cremos outra cousa. Cremos que a nossa divida é insoluvel, insoluvel a dívida das gera??es que vierem após nós: cremos que o monumento de D. Pedro n?o deve ser um só; que n?o é unicamente no fronstipicio da eschola polytechnica restaurada que se ha-de escrever o seu nome em lettras cubitaes de bronze. Multiplicai os institutos de civilisa??o e de progresso, e consagrai-lh'os; porque o primeiro élo da cadeia da nossa regenera??o moral e material p

ipe é um vulto gigante. Por muito que fa?ais podeis estar certos de que a posteridade n?o vos enxergará sequer, na penumb

o homem illustre, porque isto é um orgulho ridiculo. Que importa ao futuro o vosso nome, ou, o que ainda é menos, u

ec??o dum monumento f?sse um signal do nosso respeito a D. Pedro, se aquella opini?o se realisasse. O monumento é pois consagrado, n?o a D. Pedro, mas a um sentimento nosso, a nós. Se elle lembrar só o Imperador nada lembra; per

do que deviamos a D. Pedro. Se é isso, tendes raz?o. Concluido este negócio estamos quites e livres. Depois elle, se podér, que guarde do sepulchro o cabedal que lhe entregámos.

arece-me que n?o é do lado da opini?o do país. As vossas doutrinas con

etralmente opposta, de que todo o monumento deve necessariamente ser útil. Crestes que a defens?o de um absurdo estava em combater outro absurdo. Enganaste-vos. Nenhuma das duas proposi??es é verdadeira, porque as idéas que representam n?o se conteem na de monumento: nenhuma por isso destroe a

de Bragan?a a quest?o da utilidade ou inutilidade de qualquer edifica??o, que se haja de fazer com o intu

en?a formula-a a imprensa: a opini?o é o tribunal que ha-de confirmar esta, e a historia o registo onde para a perpetuidade se lan?ará o julgamento. Graves e meditadas devem por isso ser as ac??es que pertencem ao corpo social; é preciso que levem o cunho da moralidade, da decencia, da sabedoria. Sem isto a condemna??o é certa. Poderiamos na verdade affrontá-la, se as gera??es n?o fossem solidarias;

se haveriam poupado: muitas maldic??es teriam deixado de cair sobre as cinzas de homens eminentes; muitas mais memorias virtuosa

em pretendido, cumpre examinar quaes condi??es lhe possa imp?r a circumstancia de ser n?o só um monumento, mas um monumento nacional; de ser uma edifica??o pública levantada á memoria de um homem illustre. Aqui uma nova ordem de considera??es se apr

ás tradi??es domésticas, parece-me n?o só estar resolvida a quest?o a favor da opini?o pública sobre esta materia, mas até provar-se que é moral e

nda mais estupidamente assolador, e o monumento prolífico da sciencia, que, uma vez derramada, n?o destroem nem as revolu??es dos homens nem as da natureza: n?o é possivel discutir preferencias, tanto porque a discuss?o f?ra ridicula, como porq

é essencialmente individual. Mas para quem pode a eschola polytechnica produzir fructos de ben?am? Para nós os homens feitos, para nós os que pretendemos que ella seja o monumento de D. Pedro? Certo que n?o. Rudes ou cultivados, ignorantes ou sabios, já n?o vamos assent

sas doutrinas. Estas armas s?o faceis de menear, e n?o faltaria bastimento dellas aos que pelejando com raciocinios s?o accommettidos no sanctuario da sua consciencia. N?o as empregarei

m mais ou menos subtilmente escriptas, mais ou menos completas estas memorias de si. Os monumentos teem portanto uma historia, e logo uma philosophia. Vós os que vos alcunhaes de grandes philosophos, e nos olhaes com sobrecenho de superioridade, indagastes acaso os resu

odos os seus modos d'existir. Entre os monumentos de um país e cada uma das suas épochas ha sempre uma harmonia, harmonia a que por via de regra se ajuncta a do aspecto moral do indivíduo eminente cuja memoria se quis tra

a data é conhecida, e conhecida a historia da gera??o que os alevantou. N?o cabe aqui esse vastissimo trabalho: contentar-me-hei com algumas observa??es mai

ento do imperio, a de Menio e a de Decillio, monumentos obscuros de que só faz men??o Plinio. Com o progresso do decair romano multiplicou-se esta especie de padr?es, que marcam, ou a servid?o dos romanos

rque deshonrosa aos olhos da philosophia; porque foram apenas ambiciosos de gloria militar, que cubriram a terra de estragos e sangue, como de Trajano com tanta raz?o observa Gibbon. Outros finalmente as tiveram no meio dos ultimo

cia infecunda para o bem moral ou material dos homens, e por isso em harmonia com a velhice horrenda de um imperio que se aniquilava:

?o poder imitar o grande mentecapto chamado Alexandre o grande; se o ingenho de D. Pedro era energico, activo, creador, bem differente do de Antonino, o Pio, cuja vida se escoou no repouso da sua villa Lanuvia; se f?ra atrocidade infame comparar D. Pedro com o brutal e hediondo Phocas, porque insistis em macaquear para seu monumento a columna de Trajano, de Antonino ou de Phocas? Porque subis ao vosso balc?o, e continuaes a deitar o mote monumento

almente os exemplos domesticos que condemnam a vossa pretens?o de consagrar ao Duque de Bra

oriosos. O egoísmo tinha sido o sentimento que absorvera todos os sentimentos e idéas da vida decadente, ou antes do lento morrer do imperio, e por consequencia os seus monumentos haviam sido tambem essencialmente egoístas, isto é, essencialmente inúteis. Modificados pela idéa capital da sociedade os da idade média foram prolíficos e civilisadores: a cathedral e o mosteiro correspondiam como symbolo e c

umphar da monarchia, a somnolencia do repouso doméstico, que era decadencia. Ent?o come?aram a surgir de novo os motes do exarcha, os monumentos co

ri?o, vai transformando as na??es modernas pelas agita??es intestinas. Lá empregou o ferro e as trév

b o aspecto da transforma??o social. Para ver isto é preciso saber achar a

abriram fundas feridas no seio da civilisa??o: o bálsamo do evangelho veiu curá-las. As revolu??es e as doutrinas que v?o dissolvendo organisa??es sociaes carunchosas e impos

-é D. Jo?o I. O seu monumento é a Batalha. Qual

d?o popular: todos os que respeitam as tradi??es nacionaes; todos os que buscam na historia do passado doutrina para o presente; todos os que intendem que a memoria de D. Pedro é uma cousa pura, sancta e su

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