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Memorias sobre a influencia dos descobrimentos portuguezes no conhecimento das plantas

Chapter 2 INTRODUC O

Word Count: 21115    |    Released on: 06/12/2017

quebrando as peias das severas e estreitas tradic??es da edade média, e parecendo ter a intui??o de tudo quanto é elevado e bello, abre novos horisontes nas sciencias, nas lettras e nas ar

bram perante as na??es maravilhadas a exten??o das terras conhecidas. Mares e climas novos, ra?as humanas ignoradas, animaes e vegetaes estranhos e variados se patenteiam, em rapida success?o, a uma gera??o curiosa e avida de informa??es. Ma

das já conhecidas. A vegeta??o inteiramente nova das terras de[4] Santa Cruz, ou da Africa meridional, e as ricas floras da India, do archipelago malayo

trairam desde logo as atten??es, e encontramos dispersas nas obras dos navegadores e escriptores portuguezes e hespanhoes, muitas noticias curiosas, e muitas informa??es exactas, sobre a sua naturesa e a sua origem. Basta citar, entre mu

lguns pontos duvidosos ou obscuros das suas narra??es, seria sem duvida muito interessante e util. Ao interesse, que se liga á elucida??o de mais uma consequencia d'aquelle grande facto historico reune-se uma verdadeira utilidade scientifica, porque as sciencias naturaes n?o vivem

as, que demandam investiga??es. é, porém, possivel reunir pouco a pouco materiaes para esse trabalho de maior vulto, em noticias especiaes

succedeu porém sempre assim, e, como ao diante veremos, foi droga muito procurada e apreciada. Das especiarias, que na edade média gozavam de nomeada, foi a malagueta a primeira que os navegadores portugueses encontraram logo no come?o dos seus descobrimentos, e a primeira de cujo trafico se senhorearam desviando-o dos

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a malagueta antes e durante

conhecimento. Theophrasto, e mais tarde Dioscorides e Plinio, nomeiam diversas drogas aromaticas e pungentes, e tiveram noticia, entre outras, da pimenta e do cardamomo. é certo, que algumas inexactid?es na rela??o dada d'estas plantas, particularmente por Plinio, nos levam

ductos do Sudan come?avam a ser conhecidos no Egypto, e na Africa septentrional pelas viagens, que faziam as kafilas de mercadores através do Sahará, e parece provavel, que a malagueta fosse um d'esses productos. As referencias muito succintas, que se encontra em seus livros, dei

s e mais formosas senhoras, accompanhadas de suas donzellas, e que devia ser assaltada pelos mo?os cavalleiros, armados de flores, aguas aromaticas e custosas especiarias; infelizmente o fingido assalto transformou-se em seria peleja, porque os cavalleiros paduanos e venezianos, pressurosos, como é bem de crer, de correrem ao

, pelo qual tambem era conhecida, vem mencionada entre as especiarias vendidas em Ly?o no anno de 1245; egualmente em uma pauta ou tarifa de direitos cobrados em Dordrecht na Hollanda, em 1358; e ainda entre os condimentos usados por Jo?o

junta[10] ao gengivre e á canella empregada na prepara??o do vi

qual proveiu de ser preciosa a especiaria, e misteriosa a sua origem, nos dá noticia uma importante passagem de Jo?o de Barros[9]. Vê-se pois, que o nome de malagueta foi bem conhecido e usado n

aracter fabuloso das viagens[11] normandas do XIV seculo, e do supposto commercio ou trato de mercadorias, feito entre Di

ehendeu Pedro de Cintra, o qual chegou ao arvoredo de Santa Maria, além do cabo Mesurado e já na costa da Malagueta, n?o consta que se encontrasse a droga nas terras d'onde é natural. Falla é verdade da malagueta, mas como de mercadoria, que as caravanas de passagem em Hoden, ou Guaden traziam de Tombuto e outras regi?es habitadas pelos negros[12]. Conhecia pois Cadamosto aquella especiaria, e é singular que a n?o encontrasse ou n?o mencionasse nas noticias detalhadas que dá das terras do Gambia, e do Casaman?a, tanto mais que o genovez Antonio da Nolle, ou Antonio Uso di Mare, seu companheir

de especiaria bem conhecida, e de feito sabemos o era, a qual, por ser preciosa, os navegadores folgavam de encontrar

anno de 1506. N'esta cidade se encontrou de 1480 a 1484 com Cristov?o Colombo, o qual já andava empenhado nos seus projectos de viagem ao occidente, e alguns auctores pretenderam, ainda que com pouco fundamento, attribuir-lhe a gloria dos descobrimentos de Colombo, e tambem dos de Magalh?es, dizendo que se haviam guiado por seus avisos e conselhos, ou por alguns mappas seus, em que se achava indicada a existencia do continente americano e mesmo a sua termina??o austral. No anno de 1484 acompanhou Martinho Behaim a Diogo Cam, em uma viagem ao Congo, e de volta á Europa, ajudado pelo que elle proprio observara, e pelas informa??es colhidas entre os por

castello da Mina, e caíndo depois, por intrigas que lhe moveram, no desagrado d'el-rei, foi preso e terminou a vida pobre e abandonado. Da ingratid?o d'el-rei D. Manuel o vingaram bem algumas admiraveis oitavas de Cam?es[17]. O Esmeraldo foi terminado, ao que parece, no anno de 1503, isto é logo que Duarte Pacheco voltou da India, para onde f?ra em 1503 na armada de Affonso de Albuquerque, e aonde ainda permanecia

hecia mui bem a malagueta e as suas diversas designa??es, pois na descrip??o da costa de Africa, diz fallando da

riplo de Hannon. O conhecimento, que já ent?o tinha da costa da Africa occidental aonde f?ra varias vezes, habilitava-o a lan?ar alguma luz na obscura rela??o, que nos ficou, da t?o discutida e celebrada viagem dos carthaginezes. E certo que Ramusio se serviu muito, na sua interpreta??o do periplo, das observa??es e esclarecimentos forn

gura, porém para o paladar é t?o forte, que uma on?a d'ella faz o mesmo effeito[15] que faria meia libra da ordinaria; e ainda que seja prohibido debaixo de gravissimas penas exportal-a da dita costa, tir?o-na comtudo ás escondidas vendendo-a em Inglaterra por um pre?o dobrado d'aquelle porque venderi?o a pimenta vulgar. Procede esta prohibi??o, de que desconfiando ElRei N. S.r que esta planta n?o fizesse empatar e abaratar a grande q

o corresponde bem ao Amomum Granum paradisi Afzelius, ao Piper Clusii Cas. DC. e á Xylopia ?thiopica Richard, plantas de todo o ponto diversas e de afastadas fam

droga produzida pelos Amoma da Africa occidental, e que a designaram geralmente com

da palavra

oscorides, pertende identificar um dos cardamomos do auctor grego com a malagueta, quando é quasi certo que tal droga n?o conhecia[23]. Assim tambem Fr. Odorico de Pordenone, que visitou o oriente pelos annos de 1320 a 1328, diz, que na ilha de Java crescem diversas especiarias e entre estas as melegetae. A substancia designada assim pelo missionario Franciscano era sem duvida

da pimenta, um pouco alterado, e tomando a fórma malagueta, se viesse a dar á droga de Africa[26]. N?o julgo por modo algum acceitavel esta etymologia. Para que na Europa se désse á semente do Amomum um nome derivado, por analogia, do da pimenta, era necessario que esse nome se tivesse primeiro dado aos fructos do verdadeiro Piper. Ora n?o temos noticia de que a pimenta fosse conhecida nas linguas da Europa por palavra semelhante a molaga ou mellaghoo, ou que de algum modo se possa filiar nas fórmas sanskrit

o paiz de Mala na Asia, e accrescenta ubi piper gignitur,[18] supp?e que malagueta seja malagignitur corrompido, por isso que os primeiros navegadores, chegando á cos

rovar, que a palavra malagueta era usada pelos naturaes da costa d'Africa, datando dos nossos descobrimentos a sua adop??o para designar a droga, antes mais conhecida pelo nome de sementes, ou gr?os do paraizo. Os factos apontados nas citadas passagens pouco ou nada provam. Se Antonio da Nolle diz que na regi?o aonde foi havia ouro e malagueta, n?o se segue que o nome fosse usado pelos negros, mas sim que elle o conhecia, o que era natural pois havia traficado no Mediterraneo. Se Brown, na rela??o da sua viagem, affirma que os negros chamavam malagueta a uma especie de pimenta, isto só significa que os negros da costa já n'aquelle tempo (1617) haviam adoptado

em uma data anterior á primeira men??o, que conhe?o, do nome de malagueta. Em um instrumento publico do XIII seculo, passado na villa d'Incisa, se diz, que dois cavalleiros cruzados, companheiros de armas de Bonifacio, marquez de Monteferrato, de volta do cerco de Constantinopla, deram á dita villa, além de uma cruz de prata encerrando um fragmento do Santo Lenho, uma por??o de sementes provenientes da provincia de Natolia na Asia e chamadas meliga, offerta

rabe, e que nem mesmo se póde filiar no grupo semitico, mas sim em um grupo um pouco vago, de que o coptico parece ser o typo, para o qual se propoz o nome de ?chamitico[34].? Dominados pelos semitas e em contacto por duas vezes com linguas semiticas, isto é, com a lingua punica dos colonos carthaginezes, e seculos[20] depois com a arabica, aceitando o dominio dos arabes e recebendo mesmo d'estes a religi?o mahometana, alguns berberes conservaram no entanto lingua e costumes proprios. Ainda mais; os povos berberes de ra?a pura, como os Tuareg, mais entranhados no deserto, e mais afastados do elemento arabe, que t?o profundamente tem penetr

udan e da costa occidental que se deve procurar

s teen el felfel e tamar el felfel, o que vale o mesmo que pimenta figo e pimenta tamara, derivados por um lado da ardencia das semen

ga, d'onde era trazida para a Europa. Da existencia de tal villa n?o p?de achar noticia, e creio, que alguns desses auctores se equivocaram com a c

o nome vulgar é Guetta, ao qual frequentes vezes se juntam as prefixas mane ou malé, e tem por certo ser esta a origem da palavra. é possivel, mas n?o t?o seguro, nem t?o fóra de discuss?o como parece ao dr. Daniell, pois se póde bem admittir que o nome usado pelos Krus se

andinga, se tornasse vulgar em Timbuktu e outros grandes mercados do Sudan. Os arabes e os berberes, que a esses mercados concorriam trouxeram a droga, e com a droga o nome, pelo caminho do Dar-Fur ao alto Nilo, e d'ahi aos portos do Egypto, ou pela via mais seguida d

am os primeiros, entre os povos da Europa, a empregal-a, quer a derivassem da semelhan?a da droga com o

I

m a malagueta, e da sua

s analogas, e que se confundem ou substituem mutuamente no commercio. Por outro lado nas diversas regi?es e épocas se tem dado nomes differentes á

s escriptores. Por analogia de propriedades deu-se depois ao fructo de uma planta totalmente diversa, uma Myrtacea das Indias occidentaes, o Myrtus Pimenta de Linneo, ou Pimenta officinalis de Lindley, sendo singular que o nome portuguez do Piper se viesse a adoptar na linguagem scientifi

te a sua cultura. D. Nicolau Monardes, que escreveu n?o muitos annos depois da conquista do novo mundo, diz que em toda as hortas de Hespanha se cultivava[44]. Clusio dá a mesma noticia em rela??o a Hespanha e a Portugal, aonde, nos arredores de Lisboa, observou differentes especies e variedades[45]. Pelas qualidades pungentes e ardentissimas de seus fructos, receberam estas plantas o nome de pimenta, sendo chamadas, no tempo em que Clusio visitou Lisboa pimenta do Brasil, e depois pimenta de Hespan

momum da Asia ou do oriente da Africa, foram conhecidos dos antigos, mas bastante confundidos entre si. Dioscorides e Plinio, e ainda[24] mais os seus commentadores, como Ruellio, Valerio Cordo, Laguna, Matthioli e outros, enredaram por tal fórma a synonymia dos cardamomos[46], que os trabalhos modernos, e em especial as pacientes investiga??es do erudito Hanbury, ainda n?o conseguiram dissipar toda a obscuridade e remover todas as duvidas. Quando a semente do Amomum da Afric

co, que no come?o d'este seculo assistiu por algum tempo em Serra Le?a, Afzélius, descreveu depois uma especie sob o mesmo nome de A. Granum paradisi[48]. Mais tarde Roscoe, em uma monographia das Scitamineas, estabeleceu uma especie que julgou nova, mas parece ser uma simples variedade da já descripta por Afzélius, da qual diz provirem as sementes do commercio, e á qual deu o nome de A. Melegueta[49]. Algum tempo depois sir J. Smith em trabalhos diversos, e particularmente em varios artigos da Cyclopaedia de Rees, occupou-se do genero Amomum, cr

Ainda hoje n?o concordam absolutamente os diversos auctores, Hanbury, o dr. Hooker e o dr. Daniell sobre a sua limita??o, e o valor de algumas fórmas, que uns julgam especies e outros simples variedades. N?o entra no plano d'este trab

ence quasí toda a droga do commercio, tendo em subido grau as qualidades aromaticas e pungentes que a tornam procurada: o segundo da malagueta dubia, aproveitada

ica especie, o Amomum Granum paradisi Afz.[53],

ente na costa da Malagueta e do golfo de Guiné, e particularmente nos logares baixos, humidos e fer

terrenos montanhosos da Serra Le?a e outros logares. P

mais elevadas, de porte, fructos e sementes muit

as, como s?o o Amomum exscapum Sims., A. longiscapum[26] Hooker fil., A. latifolium

esmo com uma tal ou qual seguran?a, a demarca??o das areas habitadas pelas differentes especies vegetaes. Os lim

regi?o proxima ao mar, que corre da foz d'este rio á do Gambia. A que por ahi se vende é trazida do interior pelos mandingas, e provém do

até ao rio dos Camar?es, encontrando-se tambem na ilha de Fern?o do Pó. Existe egualmente no Gab?o, e em geral em toda a costa que corre norte sul do rio dos Camar?es até ao Zaire. Come?a porém a ser mais rara, ou pelo menos a n?o dar logar a t?o activo commercio. Estende-se a habita??o da planta além do Zaire. Temos n'esta parte uma informa??o importante, dada pelo dr. Welwitsch, o qual nas suas explora??es b

k, no Fezzan, alguma malagueta do Sudan[57], mas ignoramos a regi?o onde é produzida. Attendendo ás condi??es bastante uniformes de temperatura e humidade que reinam no Sudan, é natural suppor que alguns Amoma da costa occidental, se n?o todos, se estendam em uma vasta habita??o até á regi?o dos lagos, ou mesmo de costa a costa. Na Abyssinia, no paiz dos Gallas, e mesmo

ta, e da parte da costa

longinquas praias recentemente visitadas. Inspiradas pelo genio ardente do infante D. Henrique, as navega??es portuguezas algum tanto affrouxam no tempo de D. Affonso V, occupado pelas dissen??es intestinas do reino, pelos cuidados das expedi??es á Africa mediterranica, e pela lucta em que a defesa dos direitos da excellente Senhora o havia envolvido; tomam porém novo impulso sob a m?o energica e inflexivel de D. Jo?o II, para chegarem no reinado de D. Manuel, a essa época de maravilhosa espans?o, e

la??es com o extremo Oriente, e as longas e demoradas viagens pela Persia, ou pelo Mar Vermelho[59], tornaram estes productos vegetaes raros e custosos, e por isso mesmo procurados como objecto de luxo excepcional. As duvidas sobre a sua patria, o mysterio que envolvia a sua origem, e fazia considerar alguns como provenientes do parayso terre

??o directa, arrancar das m?os dos venezianos o monopolio do trato commercial com o Oriente, foi

quinas, accrescentando novas glorias, a tantas que já as rodeavam, e ainda o puro interesse scientifico de resolver alguns problemas geographicos, influiram por certo nos portuguezes para os lan?ar em empresas heroicas, nas quaes nunca regatearam o sangue, nem a vid

nolli e muitos outros, rasgaram um pouco o véo, que envolvia as terras quasi fabulosas do Cathayo ou da Ilha de Cipango, e avivaram o desejo e a cubi?a de penetrar n'aquellas regi?es, pois antes encareciam que diminuiam a fama já antiga das suas riquezas. Se algumas d'estas viagens foram menos conhecidas ou quasi ignoradas[62], n?o succedeu o mesmo[30] a todas. As copias e traduc

ente Toscanelli sobre o seu grande intento de chegar aonde nascem as especiarias navegando para o occidente; intento que n?o levou a cabo, que só devia realisar Fernando de Magalh?es alguns annos mais tarde, mas[31] que o conduziu ao inesperado descobrimento do novo mundo e illustrou para sempre o seu nome.

tinente africano, facil é comprehender, com que alvoro?o seria acolhido o descobrimento, nas novas terras de Africa, de substancias vegetaes aromaticas capazes de rivalisar com as produc??es da Asia. é o que se torna

va, e que podia ser recebida no commercio com maior ou menor acceita??o, mas de uma droga conhecida, apreciada

nas esquadras portuguezas de genovezes e de Venezianos, versados na navega??o e commercio do Mediterraneo, levam-nos a crer que os nossos andassem bem informados do valor e natureza dos principae

que desde épocas remotas os viajantes e mercadores arabes penetraram no Sudan. Pelas rela??es que estes conservaram durante muito tempo na peninsula, deviam os portuguezes e os hespanhoes, andar mais bem informados das coisas de Africa, que outro qualquer povo da Europa: sabemos mesmo

nasce, de que fiquei muito satisfeito.? Parece-me resultar claramente d'esta phrase que conhecia bem a malagueta, sabia o seu valor, e folgava de encontrar a terra ou regi?o aonde era produzida. Ainda mais, referindo-se ao facto, que parece julgar importante, de trazerem a semente i

nasce; situa??o que se havia conservado, durante a edade média, envolvida em grande obscuridade e mysterio, dando orig

onserva, de costa da Malagueta. Vamos demonstrar pelo exame de alguns documentos importantes, que este nom

Fernandes, mas ao que parece imperfeitamente, e avan?ando para o meio dia até ao cabo Mesurado e ao arvoredo de Santa Maria. Dos annos seguintes temos escassas noticias; é certo, porém, que pouco ou nada se adiantou, e que mesmo a ultima parte da viagem de Pedro de Cintra era mal conhecida, pois se encontra, no contracto celebrado com Fern?o Gomes no de 1469, marcada a Serra Le?a como o termo dos anteriores descobrimentos, feitos pelo mencionado P

gros Jallofs da margem esquerda estabeleciam ahi uma transi??o rapida, que n?o escapou á observa??o dos nossos[75]. Dava-se por tanto o nome de costa de Guiné, á que corria para o meio-dia do Senegal, e ás vezes o de costa de Anterote, á que ficava ao norte entre o cabo Branco e a foz do dito rio. O limite meridional da Guiné, n?o era bem definido, e parece ter-se designado com aquelle nome toda a Senegambia, assim como toda a regi?o,

?o sejam conhecidas, com rigor, as datas das suas viagens a Africa, podera-se fixar com bastante aproxima??o. De feito Colombo affirma, no seu tratado das zonas habitaveis, que esteve no Castello da Mina do rei de Portugal[77].[35] Como a fortaleza de S. Jorge da Mina foi mandada edificar no anno de 1481, e terminada no seguinte de 1482, e como no de 1484[78], saíu Colo

o, do qual já de passagem fiz men??o, mas que é mister examinar em detalhe, n?o só

Cestos na costa da Malagueta.? Mais adiante (fol. 50) explicando a derrota, que os navios devem seguir, diz assim: ?se algum[36] navio estiver tanto avante como o cabo Ledo da Serra Lyoa e ouver de ir pera a costa da Malagueta.? E ainda em o

2 leguoas e esta matta he muito grande e de muito grosso arvoredo e daqui se comessa o resguate da Malagueta, que em latim se chama grany paradisy (sic) e dura este comercio 40 leguoas ao longo d'esta costa.? Segue depois enumerand

urprehender, em vista da nomeada que ent?o tinha nos mercados da Europa. é egualmente certo, que este nome era ent?o exclusivamente usado entre os portuguezes e pelos portugueses, ou estrangeiros, que em seus navios embarcavam, pois n'estas primeiras épocas, os navegadores de outras na??es nem frequentavam, nem quasi conheciam o caminho d'aquellas regi?es. Quando annos depois esses navegadores come?aram a concorrer com os nossos, adoptaram a designa?

agem (fol. 51 v.o) ?Item do rio do Junco ao rio dos Cestos som 12 leguoas, e este nome do rio dos Cestos lhe foi posto porque os negros d'esta terra vem resguatar

escrávo por duas bacias,[39] assi como as dos barbeiros, e aguóra vai um alqueire de malagueta cinco e seis manilhas e um escrávo quatro e cinco bacias.? D'onde se vê, que o pre?o augmentára de um modo consideravel, e que os negros tinham tirado partido da frequencia, com que as nossas caravellas visitavam aquella costa. é para notar a

dr. Hooker e outros botanicos, admittiram como especie distincta e descreveram sob o nome de Amomum Melegueta, e que o dr. Daniell tem por uma simples variedade (var. a majus da malagueta vera), e sendo mais pequenas na especie Amomum Granum paradisi de alguns auctores, a qual corresponde ás duas variedades (b. medium e c. minus) do dr. Daniell[82]. Da memoria d'este botanico consta, que a primeira fórma é mais frequente na parte média da area habitada pela planta, is

Fica egualmente provado, que os portuguezes, desviaram o commercio d'aquella especiaria do caminho, moroso e difficil, até ent?o seguido pelo interior da Africa, abrindo-lhe via mais rapida e segura pelo Atlantico. De feito, se das terras sertanejas do S

tratados celebrados com diversos soberanos, entre os quaes avulta o de Tordesillas de 1493, tratados que os declaravam e reconheciam por senhores exclusivos do commercio e navega??o de Guiné, mantiveram com vigillante sollicitude os seus privilegios. Algumas v

mento os mais conhecidos e menos valiosos productos africanos. Continuaram, é certo, as restric??es commerciaes, inspiradas pelo desejo de aproveitar as drogas de Africa e ainda mais pelo receio de que estas affrontassem no mercado os productos da Asia; mas essas restric??es foram sendo successivamente mantidas com menor energia e cuidado. As nossas armadas conservavam-se o mais do tempo, occupadas nos mares da India e da China, ou na guarda do estreito, fazendo apenas escalla pelos porto

endo deprehender-se da qualidade das pessoas a importancia do negocio[84]. Chegaram afinal a um concerto, sendo revogadas todas as cartas de marca e represarias, e publicando pouco depois o rei de Fran?a uma provis?o, na qual prohibia aos seus vassallos[42] contratar nas conquistas do rei de Portugal, sob pena de confisca??o de sua pessoa e bens[85]. Era urgente obter estas providencias, pois só no citado anno de 1531 tinham saido dos portos de Normandia, Picardia e Bretanha, n?o menos de sete navios com destino a Guiné. No entanto o dr. Gaspar Vaz, que andava empenhado n'estas reclama??es, e dá noticia da partida d'estes navios, parece acreditar pouco na efficacia das prohibi??es, pois recommenda com muita instancia, que os mettam no fundo, unico remedio seguro, na sua opini?o, para que taes viagens n?o continuassem, e o nosso commercio se n?o devassasse[86]. De feito as previs?es do dr. Gaspar Vaz realisaram-se, porque as viagens cont

rtos[90]. é de notar, como prova de quanto, ainda ent?o, aquellas paragens eram pouco conhecidas dos outros povos da Europa, que tanto os francezes como os inglezes procuravam o auxilio de portuguezes, que os guiassem nas suas primeiras

mente da Africa: a Ro?o vieram 17 botas[92], e f?ra informado de que em Flandres tinham vendido 5 ou 6, e por ventura mais alguma nos portos de Inglaterra ou Escossia. Sobre estas vendas havia o nosso embaixador dirigido uma reclama??o ao almirante de Fran?a, da qual, na data do seu despacho, ai

os[94]; n?o diz porém o nome, que parece ignorar. Jo?o Lok, que trouxe, como parte da sua carga, trinta e seis barricas d'aquella mercadoria, dá uma noticia bastante exacta dos fructos, e das sementes, c

quenas por??es da droga a que se referem, contrastam com as avultadas quantias, que os navios de Portugal lan?avam nos mercados da Europa. Por uma carta d'el-rei D. Jo?o III, de 5 de fevereiro de 1533, se vê que havia, na casa da India, mil e quinhentos quintaes de malague

nte os progressos realisados pelas outras na??es maritimas da Europa. De feito é de crer, que as prohibi??es emanadas dos governos, com os quaes estavamos em rela??es amigaveis, se n?o tornassem ef

ó estava em presen?a de uma concorrencia absolutamente livre, mas achava-se em estado de evidente inferioridade, relativamente a outras na??es. No que toca á costa occidental do continente africano, apenas conserva o dominio da Guiné portugueza e da vasta provincia de Angola. Nas regi?es mais proximas ao equador, onde mais activamente se fazia o commercio da malagueta, só ficou possuindo o insignificante forte ou feitoria de S. Jo?o Baptista de Ajudá.

ainda, a ser usada como medicina e condimento estimulante. Ainda no seculo passado e principio do corrente a predilec??o dos negros por aquelle adubo dava alguma actividade ao commercio da malagueta, pois que se vendia facilmente na America aonde estava accumulada uma grande popula??o de escravos. é o que succedia, por exemplo, na provincia da Bahia, principalmente abastecida de escravos pela regi?o de Benin e circumvisinhas, habituados á comida feita com azeite de palma e adubada com as substancias vegetaes aromaticas da sua terra na

edade média: t?o celebrada, que as suas suppostas excellencias e o mys

clu

s, qual foi a influencia das viagens portuguezas sobre o conhecimento

raias do Atlantico até a um limite oriental ainda pouco definido. A densa popula??o de ra?a negra d'aquella regi?o, conheceu sem duvida as suas propriedades, e empregou-a desde épo

rios a precorrer, em longas e penosas viagens, os desvios de areia movedi?a, ou de rocha escalvada e sáfara do Sahará. Estabeleceu-se assim o trafico das caravanas, travando rela??es commerciaes entre os portos do Mediterraneo, e as ferteis regi?es do Sudan. A Alexandria, a Tripoli e aos portos do Gharb affluiram os escravos, o ouro, o zibetto, a malagueta e outras mercadorias de Melli, de Kukia, ou de Timbuktu. Aos navegadores italianos, entre os quaes sobrelevaram os venezianos, que, durante seculos, tiveram em suas m?os o commercio do Mediterraneo, se deve sem duvida a introduc??o na Europa d'essas mercadorias, e entre ellas da malagueta. Esta conjectura é confirmada pelo estudo feito nas paginas preceden

am-se com fazer permuta??es vantajosas, sem inquirir meudamente a natureza e origem das drogas. De mais, os berbéres semi-selvagens, e os arabes, na generalidade pouco mais cultos, mal poderiam esclarecel-os sobre productos, cuja origem elles proprios

a. O exame detido, que fizemos dos documentos contemporaneos, mostrou-nos o alvoro?o com que foi acolhido o encontro da celebre especiaria, e o rapido incremento tomado pelo seu commercio, dando o nome a uma vasta regi?o. Mostrou-nos tambem, o que mais nos interessa, como os portuguezes observaram a planta, até ent?o desconhecida dos povos da Europa. é certo que n?o encontramos nos seus escriptos descrip??es acuradas e scientificas, nem o podiamos esperar: mas patenteiam-nos um conhecimento exacto da planta, que distinguiram bem das que produzem a pimenta de rabo, e a pimenta de Guiné. No??es mais perfeitas e rigorosas sobre a estructura da especie vegetal, n?o as havia ent?o, nem as houve muito tempo[48] depois, e só as encontramos nos trabalhos dos botanicos do fim do

adorias dos negros das cidades de Djenni ou de Timbuktu, encetam a lucta com os arabes que se ha de proseguir na Africa oriental, e na peninsula Indo-gangetica, estendendo-se até Malaca, ilhas Molucas e China. Lucta que terminou pela victoria dos portuguezes sobre os arabes o os italianos; pela victoria do Atlantico sobre o Mediterraneo. O grande movimento commercial do Oriente, abandonou durante tres sec

Laguna, nos seus commentarios a Dioscorides, pretendeu identificar um dos cardamomos do auctor grego com a malagueta. é porém erro manifesto, e que n?o passou inadvertido pelo nosso Garcia da Orta (Colloq. dos simples etc., p. 50 ed. 1872). Em quanto ao χμωμον dos antigos, é planta muito duvidosa, mas parece ser

identificada com o Piper AEthiopicum de Matthioli, e o Piper nigrorum Serapioni de Bauhinio, que é uma Anonacea, a Xylopia AEthiopica (Veja-se o que disse nas Noticias sobre alguns pr. veg. da Afr. Portugueza no Jornal de Sc. math. etc. num. XXII 1877. p. 105). A verdade é, que Serapio na citada passagem se refere a tres subst

Serapio, e outros ao hab al zizi, a que os venezianos chamavam dolceghini e que parece ser um Cyperus. (Vid. a edi??o de Avicenna de Benedicto Rinio

ue, mas chair bawe como diz Clusio (Exotiorum libri etc., p. 249, ed. 1605) ou chir hawa (Ed. de Plempio 1658), vinha de Sofala e era semelhante ao Cacolla, ou antes Khakhalá, isto é a um dos Cardamomos da India. Julgo que Avicenna se referia ou a

aqu? ros?, ambra, camphora, cardamo, cymino, garyofolis, melegetis, cunctis immo florum vel speciérum genéribus, qu?umque redolent vel

is p. 19. Lugduni 1550. é de notar que Mirepso distingue a malagueta do

enet. 1510 citado por Fl

os por Flück. e Hanb

a de Floren?a, e foi publicado em um tratado intitulado Della decima e di varie altre gravezze imposte dal commune di Firenze, cujo auctor parece ser Pagnini. No mesmo tractado vem inserido outro livro commercial, e

e Ricardo II de Inglaterra, do anno de 1390 vem a receita

mento, que os portuguezes tiveram do commercio feito pelo interior da Africa com a terra dos negros, veja-se o que diz Azurara (Chr. do desc. de Guiné, p. 364 e seguintes). Veja-se tambem o que diz Le?o Africano do commercio feito em Mesrata, e outros portos ao oriente de Tripoli, isto é n?o longe da regi?o de Mundi barca, pelas galeras venezianas, que ahi carregavam mercadorias da Ethiopia (Ramusio. Delle nav. etc., I. p. 72. Venetia 1563). Das especiarias da terra dos negros falla o celebre viajante arabe, enumerando os objectos que compunham um explendido presente enviado ao rei de Fez por um grande senhor de Tensita, entre os quaes se incluia certo p

dos desc. dos port. na costa d

ce Henry, etc. pr

italiano, e inseridas mais tarde na collec??o de Ramusio, foram depois vertidas em portuguez pelo academico Sebasti?o Franci

nas notas de Major (Life of Pr. Henry, p. 102). Veja-se tambem o que diz o visconde de Santarem (Chr. da conquista de Guiné por Azurara, p. 449 nas notas). O sr.

us suis sicut crescit, cum quo multum gavisus fui. Veja-se a rela??o de Diogo Gomes intitulada De prima inventione Guineae, na memoria do dr. Schmeller (Ueber Valenti Fernandes Alem? und seine Sammlung etc. p.

I, p. 258-283), e uma excellente memoria de Sebasti?o Francisco de Mendo Trigoso (Memorias de Litteratura Portuguesa, t. VIII, p. 365 e seguintes, ed. 1856). A data da sua viagem com Diogo Cam, foi fi

e la géogr. du nouveau Continent, I, p. 259). Ha aqui um erro, pois que Jo?o Affonso de Aveiro trouxe do reino de Benim n?o a malagueta, mas a baga do Piper Clusii, a pimenta de rabo, chamada por Martinho Behaim pimenta de Portugal. Demais, m

I, livro VII, cap. II e seguintes), assim como Dami?o de Goes na (Chr

o d'este nome que reynou em Portugal. D'este livro existem duas copias, as mais completas e authenticas na Bibliotheca de Evora, das quaes deu noticia o distincto escriptor o sr. Rivara no vol. V do Panorama. Consultei a copia que possue a Bibliotheca Nacional de Lisboa, extraída

ersona périta, non solamente del'arte dell mare, ma anchora per le lettere e per il molto legger di

Sciencias e feita pelo socio Sebasti?o Francisco de Mend

de rabo, que era effectivamente a express?o vulgar; mas fo

tamente estas informa??es em apparencia encontradas. A noticia de Jo?o de Barros, confirmada pelo que diz Garcia de Resende, refere-se ao tempo de D. Jo?o II, época em que ainda n?o tinhamos attingido o termo t?o desejado de nossas explora??es, e em que o commercio das especiarias estava em m?o dos venezianos, sendo natural que procurassemos att

se a nota

ubebae, melegetae, nuces que muscatae, multae que aliae species pretiosae?

eghette e do cardamomo como de mercadorias diversas; a mesma distinc??o faz um seculo mais tarde G. da Uzzano no (Libro di gabelli, etc.) egualmente inserido no (Della decima, etc. IV). Veja-se H. Yule (Cat

tal qual é usado na lingua de Sumatra. Acho na Cosmographia de Sebasti?o Munster (ed. de 1850 p. 1093), lingua patria sumatrensis piper molaga dicunt. O sabio auctor da Materia medica of Hindoostan, o sr. Ainslie dá tambem (ed. de Madrasta, 1813, p. 34) ao Piper nigrum o nome tamul de mellaghoo. Em sanskrito mallaja e maricha s?o synonymos de pippali. O primeiro designa mais particularmente, seg

fazendo-a derivar de pimpilim, nome usado no Malabar. Deriva-se de pigmentum, que na baixa latinidade signi

des pays situés sur la cote

ioridade, etc., p. 3

842), o visconde de Santarem cita Balducci Pegolotti, e a passagem onde fal

eglino (come credo io) al miglio indiano, il quale in alcuni luoghi d'Italia si chiama mel

etc. Asti, 1810) e vem transcripta por M

a do milho na Europa pode-se consultar Bonafous (Hist. nat. agric. e

émitiques, p. 201-202, 4ème éd.), da qual, porém, se afastam alguns philologo

ticia do sr. A. Judas: (Journal Asiatique. Mai 1847) ass

Conq. de Guin

? (Hist. gén. des drogues, I, 42, 2.me éd.) Nicolau Lémery repete a mesma asser??o quasi pelas mesmas palavras (Traité univ. des drogues simple

ta, a qual de feito recebeu o nome da droga com a regi?o de Melli, situada já no centro de Africa ao meio dia de Timbuktu, e bem conhecida desde tempos remotos. Foi visitada em 1352 por Ibn Batuta, que a designa com o nome de Melle ou Mali (segundo a traduc??o do padre Moura)

Bellankufo entre os Mandingas do interior; uma terceira variedade de fructos ainda menores recebe o nome de Tokoto m'pomah em Fern?o do Pó, e de Dungo zargo e Dungo zenzambah no Congo. Conservei escrupulosamente a orthographia usada pelo sr. Daniell, que n?o é talvez a mais propria, e cor

Piperaceae do sr. Casimir de Candolle (Prodromus, XVI, S. I.), inclu

Paris, referindo-a a uma figura bastante exacta, para que se n?o possa duvidar d

uma planta denominada Waria Zeylanica, por Fusée Aublet (Hist. des plantes

x. p. 469), e a n?o menos valiosa de A. de Candolle (Prodrom XIII, p. 412). Fraas é de opini?o contrari

a nas (Select letters of Colu

o inserida nos (Exotic. p. 343). Monardes excellente auctoridade pelo te

s vem errada na edi??o de 1605 e lê-se 341 mas deve ser 343). Na mesma no

froy: ?Nulla res est fortasse in re Pharmaceutica magis litigiata

ant. I p. 9 e

71. Upsaliae; citado por Flü

nts of the order Sc

293) vem transcripto em (Walpert Ann. bot. syst. VI, p. 19): póde

nat. des dr. simple

tern Africa. Pharm. Journal XIV,

l se afasta um pouco Hooker, e tambem Fl

S. Thomé e do Principe, aonde

l. das mad. e dr. medicinaes, p. 30, num. 51-74) e tambem (Apon

pois que se encontra cultivada n?o só em outras regi?es da Africa, por exempl

ilfil, entre as mercadorias trazidas do Sudan ao Fezzan, é, sem a menor duv

Korarima é identico ao Amomum angustifolium Sonnerat, de Madagascar, e Hanbur

de Barros (Asia, dec. I, liv. VIII, cap. I), do qual se vê quanto eram extensas e exactas as suas informa??es sobre o modo porque se fazia o trafico das especiar

influencia do parayso sobre a produc??o das especiarias ou substancias aromaticas, diz-nos Ma?udi, escriptor arabe do X seculo, que Ad?o saíu do parayso coberto de folhas, e que estas depois de seccas, sendo espalhadas pelo vento sobre a India, deram origem a todos os aromas d'aquella regi?o. (Les prairies d'or, etc. trad. de B. de Meynard et P. de Courteille. I. p. 60). O prudente arabe accrescenta no entanto (Deus sabe melhor a verdade). é curiosa a aproxima??o entre esta singular asser??o e outra muito semelhante que encontramos na

. Constantino offerecia ao papa S. Silvestre vasos de ouro cravejados de pedrarias contendo quantidades minimas de perfumes e especiarias. Nos thesouros de Chosroes II, rei da Persia,

no XVI seculo os Jesuitas penetraram na India e na China, e t?o cuidadosamente buscaram os vestigios dos christ?os de S. Thomé, ou tiveram pouca noticia, ou intencionalmente callaram os grandes servi?os feitos pelos Dominicanos, e sobretudo

á a mesma indica??o (Discorso sopra la prima et secunda lettera di Andrea Corsali.-Delle nav. I. p. 176 v.o, Venetia 1563), e refere-se á influencia que o livro teve em Portugal ?e che'l detto libro dapoi tradotto nella loro lingua fu gran causa che tutti quelli serenissimi Re s'infiammassero a voler far scoprir l'India orientale, e sopra tutti il Ré Don Giovanni.? Por

ivro de Nycolao Veneto. Quando Ramusio a quiz inserir na sua collec??o n?o p?de encontrar o original latino, e teve de recorrer á vers?o portugueza, bastante defeituosa. (Dell. nav. etc. p. 338-1563.) Depois porém se publicou a rela??o em latim juntamente com outras obras de

Paiva e Pero da Covilhan, e finalmente, em busca d'estes, dois judeos, Rabbi Abram de Beja, e um sapateiro de Lamego, chamado José. Veja-se o que diz Barros (As

m tanta estima como a da India.? (Asia, dec. I, livr. III, cap. III.) Garcia de Rezende diz tambem da

negros de Jalof onde se come?a a regiam de Guiné.? (Asia dec. I, livr. I, cap. II). Damiam de Goes falla tambem ?das muitas informa??es que (o infante) cada dia tomava de mouros e azenégues practicos nas cousas de Africa? (Chron. do Princ. D. Joam. etc. cap. VII). Diogo Gomes conta que estando em Cantor, no Rio Gambia, ahi so

?o da carta Catalan de 1375, na do museu Borgia, e em outros monumentos cosmographicos, veja-se o que diz o visconde de Santarem (Essai sur l'hist. de la cosm. etc). A curiosa viagem de Ibn Batuta ás te

. etc. pag. 400). Barros (As

. Azurara (Chron. etc. pag

Major (Life of Princ

s). As datas citadas n?o s?o as admittidas na vers?o portugueza, ma

??o de not.

ia dec. I, livr

arros

o de observa??es curiosas e exactas de Jo?o de Barros (Asia dec. I, livr. III, cap. VIII). Sobre o conhecimento que os arabes tiveram da Guiné e sobre os erros commettidos em rela??o á sua situa?

mirante foi escripta por seu filho D. Fernando Colombo em hespanhol, vertida por Affonso Ulloa em italiano, e havendo-se perdido o manuscripto original o qual nunca f?ra publicado, verti

I. LXII). Na biographia antes citada, escripta por D. Fernando Colombo, encontra-se a mesma asser??o. Em quanto ás outras viagens, Las Casas diz, que o almirante ?affirma haber

era (Historia de las Ind. ocid

al, e demais mui versado na navega??o, tinha adquirido muitas rela??es em Portugal, e t?o portuguez se havia tornado, que Toscanelli, seu compatriota, parece olvidar-se da sua nacionalidade e confundil-o com os portuguezes dizendo-lhe em uma carta, se n?o admira da sua grande coragem, e da de toda a na??o portugueza

gunas veces aquel camino en compania de los portuguezes, como persona ya vecina y quasi natural de Portugal.? (Hist. de las

nadas na descrip??o da costa d

io dos Cestos. R

lha da Palma. Pr

ta Maria. Il

Cabo Formoso. Cab

sgate do Genovez

surado, Rio de S. Paulo, Rio dos Juncos, Rio dos Cestos, Ilha da Palma e Cabo das Palmas (Descr. e Rot. da costa occ. de Africa, I, p. 264 a

Resgate do Genovez, o Rio de S. Vicente, a Praia dos Escravos e a Lagea, ou se encontram applicado

go adiante do Mesurado, e aonde segundo a rela??o de Cadamosto

a Palma, e ainda ao sul dos Ilhéos. Deve corresponder á Ponta de Baffa ou á Ponta Tassou (Rot. p. 282). N?o ha erro da parte de Duarte Pacheco em o collocar n'esta situa??o, pois temos uma prova de que segue a nomenclatura usada no seu tempo. Na carta

eiro genovez foi o primeiro que ahi resgatou malagueta, dever

, que tinha, no dizer de Pacheco, duas leguas de extens?o, é sem duvida a parte do littora

e legua, póde com alguma duvida, identificar-se com o C

imo ao Cabo das Palmas. Deve, me parece, corresponder á Ponta dos Bretons ou á de Fish town. (Rot. pag. 297). Na carta de Freire, que n?o vi, mas de que o visconde de Santarem transcreve os nomes por sua ordem (Mem. sobre a prior.

endo para notar que as citadas no texto differem ás vezes das que est?o reunidas em uma taboada geral, o qu

do Roteiro

onte 6° 4

rado 6° 2

estos 5°

Palmas

Palmas, é devida sem duvida, a t

s tenho por seguras, pois levantam n?o poucas difficuldades,

patriotismo a julgo fóra de contesta??o. No entanto, n?o posso deixar de recordar que Villaud de Bellefond, diz do Rio dos Cestos, que f?ra assim chamado pelos portuguezes: ?a cause d'une espèce de poivre qui y croit, quils appellent sextos:? e em outra parte, fallando dos negros da Costa, diz: le peu de

ja-se a

ceram os direitos de Portugal ao exclusivo do commercio de Guiné. Veja-se tambem em Garcia de Rezende (Chron. d'elrey D. Jo?o III, cap. XXXIII e cap. LXXIII) a rela??o das duas embaixadas enviadas a Inglaterra em resultado dos preparativos, feitos por Jo?o Tintam e Guilherme Fabiam, por ordem do duque de Medina Sidonia, para passar a Guiné, no anno de 1481; e annos de

, veiu a ser arcebispo de Sens, cardeal e legado a latere: o bem conhecido Anne de Montmorenci, que ent?o ainda n?o f?ra elevado á dignidade de condestavel, sendo simplesmente gr?o mestre: e provavelmente Jo?o de Gontault, bar?o de Biron, que consta f?ra empregado em miss?es diplomaticas jun

Este ultimo levava, ao que parece, instruc??es para offerecer ao chanceller, ao gr?o-mestre e ao almirante, quatro mil cruzados a cada um, em cada anno, para os dispor melho

econhecidos no tratado concluido em Ly?o a 14 de julho de 1536, e nas cartas patentes de Francisco I, datadas de

de que vi o original na Torre do Tomb

. et viagg., etc. III,

'el-rey D. Jo

ercio de toda a costa, pois a palavra malagueta significa aqui a regi?o e n?o a especiaria. Encontra-se

dos francezes haviam come?ado pelos annos de 1513 ou 1514, um pouco mais

e collec??o de Hakluyt. N?o tive esta obra á minha disposi??o, e só póde consultar a vers?o franceza

erra, aggravado por uma pris?o que julgou injusta. Dos esfor?os feitos pelo infante D. Luiz para que voltasse ao reino, se de

pa. Dava-se tambem este nome a um barril grande ou barrica d'aquellas dimens?es. Em barricas se trazia ent?o habitualmente a mala

primeira malagueta foi levada ao mercado de Ru?o. Do theor do despacho n?o resulta bem clarame

e unto a fig, as it groweth on the tree.

red as blood when they are gathered. The graines themselves are calle

erior perto de um seculo ao descobrimento d'aquella parte da costa

l-rei D. Jo?o I

de Flandres, que ainda ent?o existiam, sendo n'este anno feitor Jor

Hanbury (Pharmac

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