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Opúsculos por Alexandre Herculano - Tomo II

Chapter 6 No.6

Word Count: 24694    |    Released on: 06/12/2017

vieux abus qu'elles déracinèrent, abus puissans, devant lesquels avaient jusqu' alors tremblé les révolutionnaires aux grands mots et aux petites oeuvres des deux époques li

er les maux qui découlaient de cette organisation militaire, dont l'étreinte embrassait toute la population male du pays. Se je vous faisais la description de ce que c'était un capit?o-mor, c'est à dire le chef militaire de la troisième ligne dans chaque localité, vous en frémiriez. Dans ses mains existaient mille moyens d'opprimer une population de soldats, soldats pour souffrir des avanies, et pour acheter le repos par des présen

e basse servitude on devait imprimer aux populations; comme les idées de dignité morale, de liberté, de justice, devaient être journellement calomniées, méprisées, conspuées. Une anecdote curieuse vous fera comprendre dans quelle fange on était tombè quand on arriva au milieu du dix-huitième siècle. Pendant l'interrogatoire des nobles qui tentèrent d'assassiner le roi Joseph, quand le tour du duc d'Aveiro fut venu, craignant les tortures de la question, il avoua que la cause du crime était la vengeance des Tavoras contre le roi, qui avait déshonoré leur famille. Les juges restèrerit ébahis: cela passait leur croyance. Ils firent observer au prévenu que ce motif était absurde, monstrueux, impossible; parce que, disaient-ils, dans ce cas, la tradition, le principe, le droit serait

sur l'imprudence des réformes de D. Pedro, sur les ruines qu'on a amoncelées, sur les moyens de gouvernement qu'on a détruits. Tout ceci est souverainement b

ssé de mon pays, et ses traditions primitives. Je lui désire une manière d'être logique avec ses origines, parce que dans les formules sociales de chaque nation à son berceau tout vient naturellement; les institutions découlent des instincts de liberté innés dans le coeur de l'homme, de ses besoins matériels et moraux, que la force alors méprise et qu'elle réduit quelquefois au silence, mais que personne ne songe à sophistiquer. Il y a, à cette époque de la vie des peuples, beaucoup de choses incomplètes, barbares; il y a beaucoup d'absurdités de détail; mais, passez moi le mot, la charpente de la société n'est jamais absurde. Ces époques son en général trop grossières pour avoir des législateurs songe-creux, des faiseurs de systêmes, des jurisconsultes chargés d'embrouiller les usages simples du peuple. Je voudrais qu'on rattachat la liberté moderne à la liberté antique. J'aime les choses anciennes; mais je n'aime pas les vieilleries. De ce que je sais que, en étudiant les institutions de notre moyen-age on y dècouvre presque tous les principes de liberté qu'on croit avoir découverts de nos jours; de ce que je vois là des garanties plus réélles, plus so

u courage pour souffrir. Non, je ne fais pas d'allusion à ceux-ci: la foi ne discute point, ou si elle discute, elle ne veut jamais savoir quels sont les faits, ou ce que les faits prouvent: elle ne les accepte, que pour se prouver soi-même: autrement, elle les rejette ou les oublie. Ce qui me blesse c'est de voir les capables du parti libéral, les soi-disants sages, les hommes d'état au petit-pied foudroyer de leur sourire dédaigneux ces deux géans qui dorment dans la tombe, et qu'on appele Mousinho et D. Pedro. C'est chose curieuse que de les entendre, amoncelant des tas de lieux communs pour nous prouver, aux applaudissemens des sot

le p

lois étrangères qu'on pouvait rajeunir ce peuple rappelè à la vie. Il aurait compris qu'il fallait étudier ses origines, ses moeurs, ses habitudes, ses institutions civiles, ses conditions économiques, ses traditions légitimes, et modifier tout cela, mais seulement modifier, par les vérités acquises irrévocablement aux sciences sociales, non parce qu'elles sont ou ne sont pas acceptées en France ou en Angleterre, mais parce qu'elles sont des vérités incontestables. Il n'a pas eu le temps de faire ceci. Les vieux libéraux à la cravate

e salut de son pays, et que, comme Cam?es, il mourut avec la conviction de sa gl

ITORES DO CIR

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dar uma demonstra??o de confian?a, escolhendo-me para vosso procu

que o meu nome deve ser desconhecido para muitos de vós; se alguem, se pessoas preponderantes nesse circulo, pelo conceito que vos mer

intelligentes caracteres dos muitos que conhe?o, sumidos, esquecidos, nessa vasta granja da capital chamada-as provincias, encarregou-se de vir a Lisboa consultar-me. Respondi-lhe como a con

ses que variam, que se modificam, e até se contradizem, de provincia para provincia, de districto para districto, e ás vezes de concelho para concelho. Esta doutrina, postoque tenha vantagens no presente, reputo-a sobretudo importante pelo seu alcance, pelos seus resultados em rela??o ao futuro. é, no meu modo de ver, o ponto de Archimedes, um fulcro de alavanca, dado o qual,

riedade territorial e a desigualdade espantosa na distribui??o das popula??es ruraes, procedida da mesma origem, e dando-nos ao sul do reino uma imagem das solid?es sertanejas das America, e ao norte uma Irlanda em perspectiva: vi a injusta reparti??o e a peior applica??o dos tributos e encargos: vi a falta de seguran?a pessoa e real, especialmente nos campos, onde o homem é obrigado a confiar só em si e em Deus para a obter: vi um systema administrativo máu por si e pessimo em rela??o a Portugal, com uma jerarchia de funccionarios e uma distribui??o de func??es que tornam remotas, complicadas, gravosas, e até impossiveis, a administra??o e a justi?a para as classes populares, e incommodas e espoliadoras para as altas classes: vi

m que comprehenderem que o direito eleitoral é uma espada de dous gumes com que os cidad?os est?o armados para se defenderem a si e a seus filhos, mas com que tambem podem assassinar-se e assissiná-los. Foi o que disse a todos aquelles, e n?o foram poucos, que durante a minha peregrina??o pareceram confiar, sen?o no valor das minhas opini?es, ao menos na sinceridade d'ellas. Interrogado ácerca do lenitivo que suppunha possivel para os males que presenciava, indiquei sempre, n?o como remedio defi

nstrangidos a transigir com esse instincto salvador. Se n?o me é licito gloriar-me de ter contribuido para elle se desenvolver

sem trahir a verdade, sem vos trahir a vós proprios, acceitar em silencio o vosso mandato? é

e padecimentos communs, tenha pensado na solu??o das quest?es sociaes, administrativas e economicas que vos importam; um homem de cuja probi

empo administrativas e politicas, podem, sem desdouro, n?o só acceitar, mas até sollicitar os vossos votos. Ninguem deve afferir os seus acto

retribuo com estes conselhos, que n?o ser?o bons, mas que evidentemente s?o desint

ofiss?o olham com supremo desprezo, a elei??o de campanario, só a elei??o de

ciosa invectiva de deputado de campanario tem c?s veneraveis. Conhe?o-a ha muitos annos. Além dos Pyrenéos andava já em servi?o dos ambiciosos, dos officiaes de politica ha bem meio sec

distas, é a salva??o da patria: é a sua voca??o, o seu destino, a sua suprema felicidade. Esses var?es illustres pertencem, porém, ao paiz: é do paiz que devem ser deputados. Entendem-no elles assim, e parece-me que entendem bem. Em tal cas

para??o dos aggravos da verdadeira maioria nacional, sem que isto obste a que se attenda aos interesses da minoria, que ahi se achar?o representados e defendidos como se representa e defende uma causa propria. Na vulgaridade da nossa intelligencia, custa-nos a abandonar as supersti??es do nossos páes: cremos ainda na arithmetica, e que o paiz n?o é sen?o a somma das localidades. Homem do absoluto, das vastas concep??es, se a vossa abnega

s aos estadistas parece

paiz pelo paiz, e a administra??o do paiz pelo paiz é a realisa??o material, palpavel, effectiva da liberdade na sua plenitude, sem anarchia, sem revo

s dá maior numero de probabilidades de vencimento nas luctas do poder, concentra-as n'um ponto, simplifica-as, e obtido o poder, a centralisa??o é o grande meio de o conservarem. Nunca esperem dos partidos essas tendencias. Sería o suicidio. D'ahi vem a sua incompetencia, a nenhuma auctoridade do seu voto n'esta

or as leis civís e criminaes do reino e a ac??o dos tribunaes. Lêde o artigo 357.^o do codigo administrativo e estudae a sua jurisprudencia, que ha

o do contencioso administrativo, que pelas mais ou menos disfar?adas dictaduras, cuja necessidade elle mesmo cria, que por mil concess?es arrancadas á

ha de cima o impulso, ou que pelo menos o governo se n?o associe a esse impulso. Entrae, por exemplo, no presbyterio da primeira aldeia que topardes. Vereis ahi um homem enchendo a pia da agua benta, apagando ou accendendo as véla

lh?es de homens por seis ou sete homens é for?osamente absurda. Deve ha

pública; ha de e deve cingi-la; mas cumpre restringir-lhe a esphera dentro de justos limites, e os seus justos limites s?o aquelles e

??o suppunha-se colhê-los um homem chamado rei: hoje colhem-nos seis ou sete homens chamados ministros. D'antes os cortez?os repartiam entre si esses fructos, e diziam ao rei que tudo era d'elle e para elle: hoje os ministros reservam-nos para si ou distribuem-nos pelos que lhes servem de voz, de bra?

rmos, sem o sabermos. Como tive a honra de vos fazer notar, a quest?o da liberdade na sua plenitude e na sua existencia real está fóra, ou antes, acima dos partidos. Se, conforme creio, a elei??o na qual quizestes que eu tivesse uma parte honorifica manifesta as vossas propens?es para manter o ministerio actual, n?o se deduz do que vos digo a necessidade de mostrar propens?es contrarias. Por ora n?o se tracta sen?o de adoptar um principio, uma regra, cujas consequencias verdadeiramente importantes vir?o mais tarde. N?o importa, em rela??o a essas consequencias, que escolhaes n'este ou n'aquelle partido: o que importa é que escolhaes d'entre vós; o que im

o vosso circulo, cujo caracter n?o possaes avaliar por vós mesmos, consenti em que vos lembre um arbitrio para n?o serdes ludibriados. Consultae aquelles que pessoalmente os conhecerem, mas só aquelles, que, pagando tributos, e n?o disfructando-os, viverem no meio de vós ha longos annos do producto do seu trabalho ou da sua propriedade, e que gosarem de solida reputa??o de intelli

istes falar, ou em livrar-vos de elegerdes algum máu cidad?o, cujas malfeitorias escutaes da sua b?ca pela primeira vez, voltae-lhe as costas. Padre, militar, magistrado, funccionario civil, seja quem for, esse homem que tanto se agita, afflicto pela vossa honra eleitoral, pelos vossos acertos ou desacertos politicos, póde ser um partidario ardente e desinteressado;

ha gratid?o pela vossa bondade para comigo, e assegurando-vos que, se me fallece ambi??o para acceitar os vossos

ROMOTORA DA EDUCA??O DO SEXO FEMI

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mas indubitavel, resolveram constituir uma associa??o, que, crescendo e dilatando-se pelo reino, possa combatê-lo com vantagem. O la?o principal d'esta associa??o consiste na unidade de idéas, e na unidade de esfor?os para annullar, sem sair da estricta leg

er, ou para a condemnar, ordenou que em seu nome se publicasse o presente escripto,

erosissimas classes que unicamente vêem o progresso no lento e prudente desenvolvimento das idéas e das institui??es representativas, produziram temores que, podendo justificar-se a principio, n?o tardaram a ultrapassar os limites do justo

Europa, visto que disso n?o careciam para assegurar os seus destinos futuros. Tal fora a Inglaterra, a civilisadora do mundo, esse paiz modelo, essa terra da nobre ra?a anglo-saxonia, defensora natural dos povos livres menos poderosos: taes haviam sido Portugal e a Belgica. Outras, por um accordo generoso entre o soberano e os subditos, soub

u mais infelizes, a lei moral do futuro, as condi??es impreteriveis de vitalidade para as institui??es representativas; isto é, a modera??o e a firmeza. Foragidos de todos os paizes, que no seio dellas tem vindo reclinar a cabe?a e respirar a atmosphe

a sua muda linguagem, era para a reac??o um postulado importante. Na Gr?-Bretanha a empreza seria impossivel. Do mar das Hebridas a canal da Mancha, a luz da liberdade que fulgura no céu da Inglaterra é demasiado

a em campo de batalha, postoque o partido liberal alevantasse energicamente a luva que se lhe atirava ás faces. A prudencia, porém, de um monarcha verdadeiramente constitucional, g

s tendencias que se manifestavam: debalde a imprensa periodica mais de uma vez as assignalou tambem. Foi necessario para o espirito publico despertar, que essas tendencias assustadoras se convertessem em actos demasiado positivos e palpaveis, e que, com o pretexto de se crearem os meios de dir

andes perigos. O que se chama de ordinario o instincto do povo n?o é sen?o um raciocinio; mas raciocinio obvio, simples, claro, accessivel a todos os entendimentos, e irresistivel para a consciencia de todos. A reac??o amea?ava a liberdade, n?o só no pres

mea?a; quantas vezes se tem trahido a si propria, e revelado o seu intimo pensamento: ignoravam como certos homens, cujo caracter religioso e austero, e cuja modera??o de opini?es politicas est?o acima de qualquer suspeita, tem julgado o partido cujas tendencias esta Associa??o é destinada a combater, e que por toda a parte se manifestam principalmente no desvelado affinco com que esse partido procura apoderar-se dos animos feminis e de affei?oar aos seus intuitos as gera??es novas. Cremos que eram nobres e puras as inten??es das pessoas sinceramente liberaes que, se

s; que, digamos assim, as rodeia por todos os lados, e que é de uma significa??o indubitabel e immensa. Depois de terem reflectido, pedir-lhes-hia

o supersticiosa da nacionalidade figurara entre os seus artigos fundamentaes por vinte e cinco annos; e quando, n?o esta ou aquella mulher, mas a mulher portuguesa, em geral, é vilipendiada, amaldic?oada, condemnada na sua capacidade moral e intellectual de m?e (porque a educadora é verdadeira m?e da infancia que lhe é confiada), esse partido apaga aquelle artigo fundamental do velho symbolo, e saúda a invas?o estrangeira! E n?o a saúda só; declara-a a táboa de salva??o das novas gera??es. N?o acha que apoderarem-se de orph?os adoptados pela patria seis mulheres e dous ou tres frades estrangeiros seja um facto insignificante ou indifferente. é que os homens eminentes desse partido tem estudado a historia. No seio delle n?o ha uma voz que se alevante para protestar contra a suppress?o da mais exaggerada senten?a do seu credo; n?o ha quem n?o marche alegremente ao comba

cente, ao passo que os refor?os estrangeiros chegavam pouco a pouco. Vinham, dizia-se, moralisar o paiz e instrui-lo pela religi?o. Homens de estado conspicuos, a universidade de Coimbra, a parte mais illustrada da sociedade era-lhes adversa, e fazia sinistras predic??es, que o tempo se encarregou de justificar. O poder estava, porém, nas m?os do fanatismo, da hypocrisia, e sobretudo da imbecilidade intellectual. A liberdade da palavra, a liberdade do pensamento escripto, a liberdade

igencia dos que assim pensam. Dizem-nos que o espirito das congrega??es religiosas é diverso do que foi; que ellas n?o exercer?o a perniciosa influencia que exerceram n'outras epochas, ao passo que podem ser grandemente uteis á illustra??o e á moralidade. Affirmam-nos que é preciso retemperar os antigos instrumentos de religiosidade para os oppor á irreligi?o do indifferentismo que invadiu as sociedades, e para fortificar o elemento christ?o, unico que póde combat

ificarem os proventos que lhes resultam da sua supposta permanencia na fileiras em que andavam alistados. Comparada com a linguagem destes, a dos reaccionarios puros é nobre, porque é franca e sincera. O mal, na sua opini?o, n?o consiste nas aberra??es do liberalismo; consiste no proprio liberalismo. As doutrinas liberaes conduzem logicamente, for?adamente, os povos aos desvarios anarchicos, á nega??o absoluta da ord

sa os motivos da sua existencia, a sua indole, o pensamento que dirige todos os seus actos. As accusa??es d'alli vindas ser?o o seu melhor titulo para grangeiar a confian?a do partido sinceramente liberal; porque os dous campos est?o estremados e circumscriptos. O que importa é precaver-nos contra o mal que lavra nos

impreterivel da sua existencia: progride neste seculo, como progrediu em todos desde as mais remotas eras. Nem os tempos tormentosos das invas?es dos barbaros deixaram de ser uma épocha de progresso. Demonstra-o a historia. Mas tem esse grande facto de genero-humano impedido que, n'um ou n'outro paiz, domine a tyrannia depois da liberdade; que os fóros do homem tenham sido desprezados; que as na??es te

sociemos, que usemos, dentro da estricta legalidade, d'esses meios que as institui??es facultam aos cidad?os, para affastarmos um perigo que cremos sério e imminente? Porque a injuria, a colera, a calumnia? Dir-

uarni??o numerosa e aguerrida, clamasse aos soldados no momento do ataque:-?N?o assesteis a artilheria: n?o marcheis para as muralhas; confiae na efficac

pela sua indole, pela sua regra, ás institui??es do paiz, n?o é um symptoma, e mais do que um

, ou enganavam o paiz. Em perto de um milh?o de mulheres portuguesas, n?o havia cinco ou seis que se podessem encarregar da sancta e nobre miss?o de serem as m?es adoptivas dos orph?os tutelados pela commisera??o publica? A sciencia da educa??o inspira-a Deus por metade ao cora??o da mulher, porque o destino providencial desta é a maternidade: a outra metade d?o-lh'a as tradi??es domesticas, as recorda??es dos primeiros annos, o ensino dos livros e dos mestres e a observa??o da sociedade. Tinha-se Deus esquecido de nós? A mulher portuguesa ignorava, porventura, esses delicados affectos, essa arte instinctiva, com que o espirito feminil attrahe para o bem a infancia desprevenida, e lhe suavisa as asperezas inevitaveis do primeiro ensino? Dir-se-hia, acaso, que o typo da mulher m?e e

ico só despertou coleras indiscretas e declama??es apaixonadas. Isto prova que o facto n?o nascera de irreflex?o; que fora calculado, discutido, apreciado, nos seus motivos e nas suas consequencias. Buscava-se o bem ou o mal; mas bu

iramente util e applicavel a Portugal. Mas para isto n?o bastam nem servem algumas irm?s de caridade francesas collocadas á frente de um asylo-eschola. Suppondo que a Fran?a fosse o paiz classico da pedagogia, o que é mais que du

mava a liberdade do ensino, permittiu ás congrega??es religiosas o magisterio sem a habilita??o das escholas publicas. Queria-se op

pertencentes a quaesquer outras cengrega??es religiosas. Especialmente, as irm?s de caridade n?o tem habilita??o alguma official como educadoras: tem apenas as provis?es geraes da sua regra; mas nem essa regra indic

as normaes é tanto mais apreciada quanto é certo que em quasi todos os departamentos ha falta de mestras, falta provada pela experiencia diaria.?-O governo, portanto, que procurou entregar quanto fosse possivel a educa??o ao clero, appella especialmente para os antigos institutos seculares, e p?e nelles a sua esperan?a de poder subministrar á Fran?a mestras habeis, ao passo que um dos homens mais competentes na materia nos revela que ellas faltam em quasi todos os distric

no meio da liberdade de ensino que se lhes concedeu, sem garantias sequer para a sociedade, os factos est?o demonstrando. Póde e ha de vir de institutos seculares liberal e fortemente organisados. A civilisa??o gradual e crescente das

usa, mas, em tal caso, porque excluir a mulher portuguesa? Porque reputá-la incapaz de carinho, de aceio, de religi?o, de moralidade? é licito, porém, admittir-se que o asylo entregue ao lazarismo seja apenas um abrigo para a indigencia material? As casas de asylo s?o essencialmente instítutos de educa??o. O mais superficial exame da sua indole o está provando. Se os homens da reac??o ignoram até isso, citar-lhes-hemos uma auctoridade insuspeita para elles, a do actual gove

refuta; se manifesta??es inequivocas nos provam que a introduc??o das irm?s de caridade francesas n?o foi um acto de capricho ou de inconsidera??o; se nem as doutrinas nem os factos relativos a t?o grave assumpto legitimam aquella impor

a ás suas preten??es, e a participa??o generosa nos proventos dos abusos, violencias, espolia??es e vexames com que por seculos flagellou a humanidade. A reac??o é o abra?o refalsado de dous poderes que se hostilisaram, que se perseguiram, que alternadamente se esmagaram muitas vezes durante seculos, e cuja paz nos ultimos tempos era apenas uma tregua que tacitamente ajustara a corrup??o. O direito divino da monarchia absoluta e a supremacia do chefe da igreja sobre os monarchas s?o duas idéas que repugnam entre si; que ainda hoje mutuamente se condemnam na regi?o das theorias, como durante sete seculos os seus representantes se tinham amaldic?oado, injuriado, despeda?ado mutuamente, em nome de dous principios contradictorios, que se diziam ambos emanados do céu. O absolutismo e o ultramontanismo, dando um abra?o fraterno dimittiram a historia. A desgra?a aconselhava-lhes a uni?o. Guardaram para tempos mais prosperos os odios mutuos, filhos de mutuos aggravos, e no vacuo que lhes deixava nos cora??es aquelle antigo sentimento ficou mais á larga o rancor contra a liberdade. Na lucta gigante que emprehenderam, para fazer retroceder a torrente imp

arada por uma por??o consideravel da igreja catholica de Fran?a á sociedade francesa actual, aos seus principios, à sua organisa??o plitica e civil, ás suas origens e às suas voca??es… Em nenhum tempo houve guerra de tal natureza mais desarrazoada e inopportuna… O movimento que reconduzia a Fran?a para o christianismo era sincero e mais grave do que parecia… Entregue a si, e sustentado pela influencia de um clero que só se preoccupasse de renovar a fé e

ina, e cujos dogmas, precisos, indubitaveis, completos, se tem conservado immutaveis por mais de dezoito seculos, desde os tempos apostolicos até agora, no meio das heresias, das varia??es, das supersti??es, nascidas hoje para se desmentirem, se alterarem ou desapparecerem ámanh?. O facto descripto pelo grande historiador da civilisa??o repete-se em Portugal. Perverteram-se aqui como lá as tendencias christ?s, que se manifestaram depois dos graves acontecimentos de

cedores riram-se, e todavia a supplica era justa. Suspeitosos de nós, os vencidos sorriram tambem; e todavia a supplica era sincera. Ouviu-a Deus. No fim de tempos o sentimento christ?o dominava no liberalismo. A litteratura de quinze annos, e a imprensa periodica desta épocha ahi est?o para responder por nós quando o futuro tiver de julgar a reac??o e a liberdade. Os espiritos mais nobres e mais illustrados do partido do progresso social comprehendiam, emfim, uma verdade simples, que as paix?es haviam offuscado; comprehendiam que o christianismo e a liberdade eram a prola??o do evangelho; eram dous irm?os que os maus tinham inimizado, e que cumpria reconciliar. De todas as obras do pregresso, a mais grave, a mais fecunda, a mais civilisadora era esta. Mas, incorrigivel aqui, como em Fran?a, como por toda a parte, o velho partido da corrup??o na igreja, que fizera já uma vez paz com o absolutismo, porque o absolutismo tinha ouro, ti

cem, como consequencias inevitaveis dessa victoria, os primeiros signaes da lucta entre o sacerdocio e o imperio, ou antes entre os dous despotismos, que, por for?a da propria indole, s?o obrigados a aggredir-se desde que se equilibram. Nos paizes onde a liberdade é forte, p

maravilhas do mysticismo francês, já foram recompensados por prelados nossos dos seus servi?os á boa causa politica e á boa causa religiosa. Aquelles var?es apostolicos n?o recusaram o amplexo fraterno á igreja lusitana arrependida. Esperemos que os mais colericos e pertinazes n?o continuem a negar ao arrependimento o osculo de paz. O povo n?o esqueceu á reac??o: a caridade desta estende-se a todos e a tudo. Trovejando contra a sociedade moderna, missionarios analphabetos sobem aos pulpitos dos povoados e dos campos, e ora se occultam, ora resurgem como fogos fatuos. Os milagres tinham militado no campo da reac??o em Fran?a, na Allemanha, e na Italia: n?o podiamos por isso dispensá-los. Os milagres, porém, entre nós foram de máu gosto: os fabricantes eram inexpertos, e a impiedade da sciencia inutilisou a obra[7]. Reconheceu-se que eram soldados de pouco prestimo. Mas a agencia da associa??o francesa da propaga??o da fé fazia alistamento de t

eus desleixo ou indolencia nesta parte. Se ha alguma circumstancia em que aos magistrados se deva perdoar a frouxid?o no cumprimento de leis, ás vezes demasiado severas, é quando a applica??o dessas leis póde comprometter aos olhos da consciencia publica a doutrina evangelica e liberal da tolerancia. Mas ao lado destas diversas manifesta??es ostensivamente desconnexas, e mais ou menos particulares, appareceram outras de maior gravidade, porque mostravam que o mal havia invadido tambem as regi?es officiaes. Uma das primeiras em data e em pondera??o foi o convenio de 21 de outubro de 1848, monumento de subserviencia, onde o plenipotenciario português tolerava que o ministro do governo papal escrevesse a insolente qualifica??o de odiosa em rela??o a uma lei vigente do reino; onde se pactuava um compromisso vergonhoso ácerca do arcebispo de Goa, que se houvera com valor

aes da bulla da cruzada, das dispensas de Roma, e de outras concess?es igualmente importantes cahiram como chuva benefica sobre o solo arido de Portugal. Os proventos materiaes, esses cahiram cá e em Roma, mas com a devida selec??o de favorecidos. O ultramontanismo ganhara muito, e as cousas ficavam encaminhadas para novos triumphos; mas era preciso contar com um elemento indispensavel, o tempo. Era preciso deixar funccionar o mysticismo francês, as confrarias romantico-religiosas, a imprensa temente a Deus, os milagres, os padres emigrados, a associa??o da propaga??o da fé: era preciso augmentar o producto bruto da bulla da cruzada, e o producto liquido das sana??es e dispensas; a reac??o bem sabia para que[10]. Era preciso, sobretu

e cumpria ser mais docil para com as pretens?es do ultramontranismo. Achava-se vaga a diocese de Aveiro, n?o existia alli cabido, a nomeia??o do vigario capitular devolvia-se, por isso, ao metropolitano, o arcebispo de Braga. Appareceu ent?o uma bulla pontificia auctorisando o metropolita como delegado da sé apostolica para fazer aquella nomeia??o. Uma tal bulla, que constituia um attentado contra o direito canonico recebido no reino, que offendia por mais de um modo as liberdades da igreja portuguesa, que vilipendiava a primeira, a mais illustre metropole do reino, apresentada ao gover

alimentam com toda a especie de auxilios que enviam aos seus agentes naquellas partes. Na India, a conserva??o do statu quo era uma vantagem para a reac??o, porque as turbulencias que suscita a contenda tem tres resultados importantes: disfructar o partido ultramontano, por pouco ou por muito tempo, os bens e rendimentos de igrejas numerosas e em grande parte opulentas, incommodar uma na??o liberal e catholica no exercicio de um direito que com justi?a se lhe n?o póde disputar, e manter mais um elemento de desordem nos estados indicos da Gr?-Bretanha liberal e protestante. Na China, a quest?o revestia-se de outras circumstancias, e tomava diversa fórma. Ahi era necessario destruir a influencia moral dos nossos bispos e missionarios; influencia antiga, radicada e até acceita na propria c?rte de Pekin, onde mais de uma vez esses bispos e missionarios tinham sido revestidos de cargos importantes na jerarchia dos funccionarios civis. A nossa influencia na China n?o podia de certo ser util ao anglicanismo; mas era-o sem duvida aos interesses materiaes da Inglaterra. Na??o pequena e por consequencia inhabilitada para disputar preponderancia e preferencias politicas naquella vasta e populosa regi?o, que se acaba de abrir ao commercio e ás combina??es diplomaticas dos estados da Europa, n?o podia a influencia moral que alli houvessemos de exercer por meio da religi?o ser adversa aos intuitos commerciaes e politicos da Inglaterra. A allian?a sincera de Portugal com a patria de Nelson e de Wellington é indestructivel, porque procede, n?o só das tradi??es historicas e da analogia de institui??es politicas, mas tambem da for?a das circumstancias act

Espoliava-nos, pois, desse direito, com a acquiescencia dos seus adeptos em Portugal, emquanto centenares de lazaristas, de jesuitas e n?o sabemos de que outras congrega??es italianas e francesas velejavam para o oriente ao lado das esquadras britannicas que iam abrir aquelle immenso

na facil chegar a uma triste illa??o. é que esses factos n?o procederam das diversas administra??es que tem succedido umas às outras no decurso de dez ou doze annos. A culpa real dos individuos a quem cabe a responsabilidade politica de tantos erros e vergonhas é unicamente a de terem ambicionado ou de terem acceitado func??es superiores á s

tuguês das irm?s de caridade, porque este apenas serviria para satisfazer aos preceitos de utilidade practica da regra de S. Vicente de Paulo, mas sim a admiss?o de irm?s de caridade francesas, instrumentos cegos dos lazaristas, muitos dos quaes pouco depois se dirigiam ao Oriente para recolher o fructo da expuls?o do clero português de uma parte das nossas igrejas da Asia. O mais difficultoso do negocio era que essas pobres mulheres deviam, em conformidade com a disciplina da ordem, ser acompanhadas de alguns daquelles membros da congrega??o das miss?es que se n?o tinham reputado necessarios para combater em regi?es longinquas o nome português e os direitos da cor?a de Portugal, paiz que aliás a corte de

a fórma de livro, e apresentavam-se ao mundo com pretens?es de estylo e de philosophia. Ahi o liberalismo, verberado despiedadamente, era confundido e anniquilado. Ponderavam-se os servi?os das irm?s de caridade nos tumultos de Paris e nos arraiaes da Criméa, e dessas premissas concluia-se, com logica admiravel, que ninguem era mais apto do que ellas para educa

es sociaes, tinham experimentado subitamente, synchronicamente, e em logares do reino assás remotos entre si, um sentimento, uma convic??o profunda e irresistivel da urgentissima necessidade da introduc??o do lazarismo em Portugal. Se n?o supposermos quasi um milagre, como

os associámos para o substituir. O partido liberal o que faz é preparar-se para uma lucta a que foi longamente provocado, e que as institui??es lhe permittem acceitar. Se os parlamentos passados, se o parlamento presente tem até hoje julgado opportuno opp?r apenas resistencia passiva ás entreprezas da reac??o, é possivel que ámanh? se erga tremendo e inexora

a cujas consequencias tambem n?o previam. A quest?o n?o era se os lazaristas reconheciam a auctoridade do diocesano. Fazem-no assim hoje, porque sempre o fizeram. Imp?e-lhes o cumprimento desse dever a propria regra[12]; e se tanto bastasse, poderiam admittir-se no reino os jesuitas, cujo instituto igualmente os obriga a reconhecer a jurisdic??o diocesana[13]. A quest?o era se a base dos estatutos dos lazaristas e da congrega??o do sexo feminino, que elles dirigem, é ou n?o a obediencia cega, illimitada, absoluta, a uma chefe para nós estrangeiro; se os individuos que professam esses estatutos podem entender a sujei??o aos diocesanos de outro modo que n?o seja até o ponto em que ella se n?o ache em collis?o com a vontade, ou simplesmente com os intuitos do geral, que para elles deve ser como um Deus na terra[14]. A quest?o era se a lei que aboliu em Portugal os regulares, e entre elles a congrega??o da miss?o, n?o é offendida quando se admittem neste paiz, para nelle permanecerem, homens que publicamente se proclamam membros de uma sociedade abolida, que publicamente usam dos trajos e de todos os signaes externos da sua ordem, e que assim affirmam a existencia de uma sociedade que a lei nega. O direito natural e a constitui??o do estado dizem que a manifesta??o

temporariamente entre nós. De certo, nenhum governo de na??o civilisada procederia de tal modo; mas o primeiro cuidado desses individuos, se forem prudentes e honestos, será absterem-se de contrastar por manifesta??es externas as leis e os costu

é geralmente sabido que essa entrada se negociou primeiro com o geral dos lazaristas; que elle veio a este paiz tractar do assumpto; que delle partiu a permiss?o da vinda daquellas mulheres. Emfim, o prelado de Lisboa dizia expressamente na sua consulta, que as irm?s de caridade francesas est?o sujeitas ao geral da congrega??o da miss?o. Os defensores do lazarismo asseveram, portanto, com fundamento, que os dous institutos

dos seus directores para nos restituir a luz da fé, a pureza dos costumes, a educa??o christ?, que, segundo parece, os successores dos apostolos, os successores dos discipulos, os representantes dos doutores primitivos, os pastores, em summa, de institui??o divina deixaram perder, e que s?o, conforme dizeis, incapazes de restaurar? N?o; vós n?o quereis collocar o chefe do lazarismo na dura collis?o de arriscar a patria a novas inva

. Esta congrega??o desappareceu. Nem a auctoridade civil nem a ecclesiastica podiam aboli-la. Só a lei o podia, e n?o a aboliu. Dissolveu-se, extinguiu-se por si? Ent?o a fazenda nacional deve ter tomado posse da casa da rua de Santa Martha e dos poucos bens a ella annexos. N?o aconteceu nada disso. Foi só que transformaram a congrega??o portuguesa em congrega??o francesa, e incorporaram aquel

??o. A èpocha de 1832 a 1834 foi condemnada, e amaldic?oado o nome do grande principe que a fez surgir. Velhos soldados do duque de Bragan?a,

ssavam com a fronte inclinada para o ch?o, com as faces retinctas na pallidez que ahi tinha imprimido o longo padecer de longas miserias. Eram as irm?s de caridade portuguesas, declaradas schismaticas pelo synedrio da rua de S. Lazaro em Paris, como a sua patria era declarada schismatica pela congrega??o da Propaganda, n?o sabemos de que rua de Roma. As irm?s portuguesas estavam irregulares: tinham obedecido aos bispos instituidos apenas por Christo, e n?o ao geral dos lazaristas creado por ninguem menos do que por Urbano VIII: tinham apenas seguido à risca por trinta ou quarenta annos os preceitos da caridade evan

a casa da policia, denunciou inten??es, e pediu vingan?a. A policia saiu, correu, espreitou, inquiriu e veio, desconsolada e triste, declarar ao lazarismo que mentia. A policia tornava-se evidentemente impia. Era deploravel. Os adeptos consolaram-se com um grande e honrado triumpho que haviam entretanto obtido. A auctoridade ecclesiastica descera ao humilde retiro das mulheres macilentas, e com gesto severo imposera-lhes o dever de vestirem o novo trajo que chegara de Fran?a. Era a salva??o. Obedeceram caladas. Aquelle escapulario, que bebera tantas vezes o suor da agonia na fronte do moribundo encostada ao peito da mulher do evangelho; aquella vestidura, cuja fimbria tinham regado tantas lagrymas de c

ntes disso, lhes haviam apontado para as carruagens esplendidas do lazarismo, e repetido em voz baixa as palavras de um livro

fancia desvalida-dizia elle-exercem alli o magisterio sem prévio exame feito perante esta commiss?o. Quem os póde exemptar dessa obriga??o? Ninguem: a lei é clara e terminante. E n?o virá daqui em grande parte o nenhum progresso de taes escholas? Creio que sim.? Inquieto com as manifesta??es do desgosto publico, o governo ordenava em setembro de 1858 áquelle zeloso funccionario que visitasse as escholas do asylo dos orph?os da Ajuda, dos asylos da infancia desvalida[17] e do hospicio de Sancta Martha, e que posesse ahi em vigor as leis e regulamentos d'instruc??o publica. Devia terminar o exame, que aliás era obriga??o do seu cargo, por um relatorio, em que proposesse as providencias que excedessem a sua al?ada, e fossem precisas para se verificar o exacto cumprimento da lei. Fez-se o exame: os abusos existiam; o relatorio n?o podia deixar de ser accorde com as instantes representa??es feitas pelo commissario dous annos antes. Se o mal era profundo até ahi por falta de sufficientes habilita??es litterarias nos mestres e mestras das casas de asylo, os inconvenientes actuaes, ainda abstrahindo de todas as considera??es politicas, eram sem compara??o maiores. As irm?s de caridade n?o só careciam de habilita??es legaes, mas tinham, até, sido exemptas de concurso.

sgadas, para os principios postergados, para os canones e para as liberdades da igreja nacional vilipendiados, para a mulher portuguesa insultada e calumniada, accusam-nos de rancorosos e de violentos! A violencia está da nossa parte. A Europa indigna-se, porque o fanatismo rouba um filho a seu pae para o educar n'uma religi?o, embora verdadeira, em que este n?o crê. A nós n?o nos é permittida a indigna??o quando aos que dormem debaixo da terra, feridos pelo flagello de Deus, se lhes entregam os filhos, que elles n?o podem defender, a que a

Salvador instituiu para ensinarem a lei e a salva??o; aquelles que o Divino Mestre julgou sufficientes para manterem a pureza da fé, para serem o sal da terra e a luz do mundo, s?o declarados inhabeis ou insuficientes para exercerem as func??es que exclusivamente lhes foram commettidas, e muitos delles n?o hesitam em subscrever ao pensamento impio, escondido como o aspide nos morra?aes da algaravia devota. A congrega??o tende irresistivelmente a supprimir o episcopado e a ordem inferior dos pastores, como uma inut

ontra o despotismo da curia romana. Se a influencia dos chefes das congrega??es sobrepujar a dos prelados, n?o resta a estes sen?o uma energica e legitima resistencia, a n?o quererem a desauctora??o do proprio caracter e a dissolu??o da igreja. Aquelles chefes, porém, cujos subditos devem ser diante delles c

stencia. O mosteiro nos desvios selvaticos devia ser uma sanctuario talvez ainda mais immune que a familia. Nesses tempos, nem sequer existia nexo entre cenobio e cenobio, embora ente elles houvesse uma regra commum. Para adquirir o alimento pelo trabalho e o céu pelo sacrificio n?o era preciso transportar para o deserto o mechanismo de uma organisa??o complicada, nem vestir a cogulla ao despotismo. Um chefe electivo mantinha em cada gremio a disciplina indispensavel para a quieta??o de todos. Nas rela??es puramente espiri

. Talvez um dia, quando a liberdade for por toda a parte uma condi??o impreterivel da civilisa??o e da existencia das na??es christ?s, o monachato resurja na sua primitiva pureza. Ha dores para as quaes a vida civil n?o tem balsamo, desalentos para que n?o tem conforto, desesper

ciedade como o ferro do machado no cerne do roble? Quando ellas pedirem ao povo o cora??o da mulher para o dirigir, e a debil intelligencia da infancia para a affei?oar, o povo, se n?o for inse

nto das congrega??es, que, longe de buscarem os ermos, só tem em mira apoderar-se da

convertia-se a enfermaria em eschola normal. A reac??o, t?o astuta de ordinario, tem suas puerilidades. A capacidade das irm?s de caridade francesas para o magisterio talvez ainda venha a inserir-se como dogma no catecismo. Por emquanto está sujeito á discuss?o. A regra de S. Vicente de Paulo n?o encerra em si a demonstra??o de tal capacidade, e os factos ainda tambem n?

principios, as leis, os regulamentos, e achar-vos-heis em breve nas regi?es do jesuitismo. Que vale a historia, mais ou menos exaggerada, dos sacrificios, do zelo, da constancia das irm?s de caridade ao lado dos sacrificios, do zelo, da constancia dos jesuitas, n?o neste ou naque

estivermos precavido

ngelho. Quem ha que n?o visse, ao menos alguma vez, na obscuridade da vida domestica, uma irm? de caridade assentada á beira do leito da dor ou da ultima agonia? Onde está a mulher está a irm? de caridade. O seu espirito adeja em volta do padecer humano, para se precipitar nelle, como a mariposa á roda da luz. é o seu instincto, a sua indole, o seu destino. O amor, a amizade, a affei??o filial ou fraterna, a maternidade escondem aos olhos dos outros e a seus proprios olhos as tendencias irresistiveis que a arrastam para levar um affecto aonde quer que s?a um gemido. Acima de todos os votos que se lhe pode

as consola??es do affecto domestico juncto de um leito de dores, aos que n?o tem familia que lhas possa dar, ou aos que a miseria e a doen?a entregaram á caridade official. Mas attribuir á virtude do institu

n?o s?o sen?o mais um perigo para a sociedade debaixo de apparencias illusorias. O bem que ainda assim fazem nem remotamente compensa os males que podem produzir. Instrumento

uelles para quem esses immensos soccorros se destinavam eram homens no vigor da existencia, educados para affrontar virilmente as priva??es, a dor e a morte. As calamidades imprevistas n?o foram, nem podiam ser combatidas com menor energia. As inspira??es da simples humanidade eram avivadas pelo interesse de manter a for?a material e moral dos exercitos, n'uma campanha onde se decidia o duello entre as sociedades do Occidente e os netos de Attila. Quanto a sciencia, a industria, a riqueza e a actividade administrativa podiam suggerir e applicar para allivio dos males inseparaveis da guerra, tudo se achava ao lado do homem robusto que padecia nos arraiaes da Criméa. Imaginar que cincoenta ou cem mulheres distribuidas

tantos infortunios? Era na patria, ou nos acampamentos do Oriente? Era ao pé do soldado, ferido ou doente, mas de constitui??o robusta e de animo féro, vigiado, acariciado pela previdencia sollicita dos poderes publicos, ou na aldeia, no casal solitario, na agua furtada do operario fabril, ao pé da enxerga do velho, da mulher, do infante, nús, esfaimados, esquecidos do mundo, abandonados pela caridade publica, e enviando, talvez, no ultimo alento um grito de maldic??o á sociedade? Se, educadas antes de se descobrir em Fran?a, que toda a mulher deve aprender nos primeiros annos a executar os artefactos proprios do seu sexo, n?o podiam trabalhar de noite e dia para ministrar aos extenuados e quasi moribundo

oscenios diante quaes se assentava espectadora a Europa, e a reac??o sabe o que valem as artes scenicas. O theatro tentava! Se n?o servia excessivamente a humanidade enviando as irm?s de caridade ao Oriente, o

que um governo firme e esclarecido póde facilmente inutilisar em qualquer tempo. A pervers?o, porém, das gera??es novas, sobretudo a pervers?o do espirito das mulheres, produz consequencias fataes, duradouras, e difficeis de extirpar. No homem, a instruc??o superior e a experiencia do mundo corrigem às vezes as idéas falsas, as más tendencias da primeira educa??o. á mulher faltam de ordinario esses dous auxilios. Vehiculo seguro da pe?onha que lhe instilou no entendimento a maldade, vai, sem o saber nem o querer, propiná-la no seio da familia aos que entranhavelmente ama. Persuadida uma vez de que as abus?es e os actos mais contrarios à indol

ue a m?e; na eschola do sexo feminino educam-se as que h?o de ser m?es. Entregae esse asylo e essa eschola á influencia de congrega??es fortemente constituidas, e hoje arregimentadas pa

Pessoa moral particular, composta de simples cidad?os, esta Associa??o n?o póde nem quer substitui-los; limita-se a repellir o empenho ultramontano na esphera de ac??o que as institui??es lhe concedem. Busca oppor o asylo liberal, a eschola liberal, ao asylo ultramontano, á eschola ultramontana. A lucta n?o é nem facil, nem ingloria. Independente das suas allian?as, publicas e secretas, e do pensamento politico que servem, os humildes missionarios de S. Vicente de

aesquer institutos de educa??o publica que reputassem necessarios ou uteis. Fiámo-nos nas leis, nos governos, nos parlamentos. Podiamos instituir escholas como especula??o: n?o quizemos especular no genero. Se intentamos fundá-las hoje, é como instrumento politico; é porque a reac??o caminha ha dez annos de conquista em conquista, e aggride agora a liberdade por um lado perigosissimo. O procedimento dos poderes publicos durante dez annos e as suas tristes hesita??es na actual conjunctura legitimam, sanctificam a nossa resolu??o; porque se tracta do envenenamento moral da sociedade pelo envenenamento moral da familia. Uma lei desta terra, uma lei de sete seculos, uma lei cuja dura??o representa um profundo sentimento de honra, diz que se

a inspec??o do estado na educa??o livre. Crear cidad?os aptos para todas as fórmas de governo! Mas ha fórmas de governo que vos pedem vassalos, que vos pedem servos, que vos pedem escravos, mas que n?o vos acceitam cidad?os. Se quereis subministrar-lhes o que elles pedem, fazei-o: nós n?o queremos. Nós forcejamos para que a gera??o que vier após nós seja uma nobre ra?a de homens livres; que odeie, n?o o reaccionario, que póde estar involutariamente no erro, mas o despotismo e a servid?o; queremos affei?oar uma gera??o nova rancorosa, mais rancorosa do que nós. Que ensinemos a ler, a escrever, a contar, e a doutrina christ? sómente. Ensinae-o, se podeis, a uma crean?a sem lhe imprimir no espirito, cincoenta, cem, mil vezes mais idéas do que as necessarias para possuir esses elementos de cultura. Metade do que conhece do mundo material e moral a mais vasta intelligencia adquiriu-o na infancia. é nessa épocha da vida que a t

r?a, os direitos de foral, os privilegios de casta ou de classe, os officios hereditarios, as rendosas capitanias-móres, as mitras opulentas, as ricas abbadias, os beneficios patriarchaes, a magestade do throno calumniada pela rapacidade cortez?, a suppress?o da imprensa, methodo facil de moralisar, que consiste em fazer silencio ao redor da corrup??o. A liberdade tornou-se incommoda, n?o só para os que perderam com os successos de 1833, mas tambem para muitos daquelles que mais ganharam com elles. Os que esgotaram o que a nova situa??o tinha para dar, vêem agora que o absolutismo dispunha de instrumentos mais efficazes para sugar da riqueza publica, do fructo do trabalho honesto, a quo

imprensa um poder ephemero. N?o tem ninguem a quem o offerecer. Que o partido liberal n?o abdique; ficará satisfeita. Todos os governos devem estar tranquillos ácerca da influencia maior ou menor que ella possa exercitar, porque n?o ha de empregá-la sen?o contra os homens que se mostrarem deliberadamente favoraveis ás tentativas reaccionarias. Esses, se um dia se acharem no poder, contem com uma hostilidade implacavel da parte della. Persigam-na, que é do seu interesse fazê-lo. Hoje constitu

Vigiaremos emquanto outros dormem: combateremos emquanto outros disputam. Quando algum de nós cahir, os seus companheiros perguntar?o quem rege os arraiaes da liberdade; perguntá-lo-h?o para pedir sete palmos de terra livre que dê asylo ao que cahiu. Se os houver para

o

ihrem substantiellen Zwecke, da sie eine solchen nicht in sich selbst hat, etc. Sache, em contraste

opriété littéraire,

ung und Seele mei

tom. II, pag. 444

Segundo o commentador Rendu, esta disposi??o da lei é uma feliz innova??o. Saibam as mestras portuguesas que os legisladores franceses descobriram em 1850, que as meninas devem aprend

tom. 1.^o, p

hospital a sancta mulher, os facultativos descubriram com facilidade a origem da maravilha. O negocio supitou-se para evitar o escandalo. Entre

se à Dieu De faire m

o excede a 480 réis annuaes, e o producto destas quotas reme

o do convenio de 21 de outubro de 1848, donde foi transcripto para a Collec??o de Tractados do sr. B

mente no confessionario, annos depois, o que obrigou o sr. Seabra, sendo ministro dos negocios ecclesias

a Fide de 4 de junho de 1858 a p. 75 do Additamento

ongreg. Miss. cap. 5.^o, § 1.^

eant, suamque operam illis submissè offerant, et facultatem ad exercenda societati

intentionem. Const. Com. Congreg. Mission., cap. 5.^o, § 2.^o,-tenebit pro

reto de 9 de

?s de caridade foi aucto

ovidos por concurso na fórma dos respectivos estatutos approvados pelo governo. Em 1858, porém, as mestras

iculture et la Populati

onomistes, mars de 1857; De

ents états, de manière qu'à tout événement leurs ressources et leurs moyen

i les noms des administrateurs destinés à faire arriver l'actionnaire, le public lisait avec édification: Mr. l'abbé étienne, procureur générale d

Portugal, toutes les provinces de l'ordre y sont

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