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Opúsculos por Alexandre Herculano - Tomo VII

Chapter 4 No.4

Word Count: 3513    |    Released on: 06/12/2017

antes com que A Na??o reduziu a pó impalpavel, o nosso artigo sobre as differen?as pro

os vicios, alimentados por grossas prebendas, n?o faziam differen?a dos que reinam nos sal?es e alcovas da agiotagem, sen?o em serem mais hypocritas, e estarem velados pelo silencio de ferro que a censura impunha aos animos generosos e independentes que poderiam apontal-os ao paiz. Um gemido ou um murmurio de qualquer d'esses animos mais audazes, bastava para sepultar nas masmorras ou repellir para o exilio, o revolucionario que ousava apontar para as orgias clericaes, para as corrup??es cortez?s, para a venalidade dos ministros e tribunaes, para a baixeza

a, ao obscurantismo, á intendencia da policia, á inquisi??o e aos conventos-prostibulos de sua magestade fidelissima o muito poderoso, virtuoso e excellente rei, o senhor D. Jo?o V, o benevolo soberano, que, ao arrancar-se dos bra?os de alguma freira de Odivellas, mandava arr

sco Brand?o, nem nos Mercurios de Sousa de Macedo, nem nas estupendas ora??es jaculatorias dos fidalgos tolos que constituiam a maioria da academia de historia, nem nas gazeta

i todas as prostitui??es, todas as villanias, todas as ladroeiras, todas as anarchias, todas as cobardias, todas as infamias dos ultimos dezoito annos, e comparae-as com as descriptas pelo secretario geral da congrega??o de S. Bento, e depois com a

larmente e

nomes. Mas se os podessemos citar vêl-os-ieis approvados era costumes e sciencia pela vossa velha universidade, despachados pelo vosso desembargo do pa?o, empregados pelos vossos ministros e pela vossa regencia nos cargos de administra??o e fazenda; promovidos aos postos militares pela vossa

anqueza. A imprensa independente e liberal accusa os seus homens publicos sem disfarce, aponta francamente os defeitos das suas leis, reforma as suas opini?es erradas, reprova os proprios actos quando, reflectindo melhor, julga que errou; porque o partido dos impios reconhece que é composto de homens sujeitos aos erros e paix?es. Vós, partido devoto e temente a Deus, bateis-vos debaixo dos escapularios, dos bentinh

nas de c?res com que ha poucos annos querieis inventar uma sancta de carne e osso, para metter pelo ch?o abaixo os socarr?es d'este seculo blasphemo, sancta que os malvados ma?ons, profess

negaes o liberrimo d'essas tradi??es porque D. Pedro concentrava em si todos os poderes? Essa negativa vinda de outra parte dava materia á discuss?o: da vossa é uma cousa ridicula. Podeis, estribados nos solidos fundamentos das c?rtes de Lamego, negar a legitimidade de D. Pedro; mas suppor que, como rei que f?ra, como representante de sua filha, como seu logar-tenente, como seu tutor e protector natural, n?o podia temporariamente evocar a si uma auctoridade, de que, segundo as vossas doutrinas, tinham tido direito de usar permanentemente os seus predecessores, é uma d'aquellas finuras da logica realista que vós inventastes para divertimento d'esta terr

lecimento os velhos sybaritas do partido realista, aquelles que choram pelas grossas commendas e grossas prebendas, iam ha annos fazer preces ao céu, junto do leito da sua sancta improvisada. O liberrimo dos decretos da dictadura de D. Pedro, consiste em serem esses os látegos com que sacudimos os vendilh?es do templo, e enxotámos das vias publicas os salteadores legaes; consiste em serem elles que tornaram impossivel uma restaura??o absolutista; porque o absolutismo, que só se firmava e

ictadura de D. Pedro, como de uma providencia que por si só faria a gloria de um principe, redarguis-nos

quando teem fome: é exactamente o que Deus ordenava que Ad?o fizesse, se queria comer, e posto que a fidalguia n?o

filhae-a, que é conforme no seu pensamento ás vossas aspira??es. Escandalo! T?o escandalo como seria o de colher a policia um bando

, repetidos por seculos nas assembléas nacionaes, em quanto o absolutismo n?o esmagou as antigas liberdades d'esta terra, é que é um d'aquelles

das fa?anhas d'essa nobreza, cuja sorte lamentaes. Estae certos de que a sapiencia realista ha de scismar alguns dias, antes de vos tir

s bens em virtude das leis, se por deroga??es especiaes d'ellas; 2.^o, se o poder temporal podia ou n?o recusar a conserva??o das corpora??es monasticas; 3.^o, se extinctas ellas, os seus ben

erdades e excep??es que D. Pedro concedeu á pesca, os pescadores andam a mendigar. Pois n?o era d'isso que nós nos queixavamos? N?o era justamente por ter o pseudo-cartismo de 1842 matado a liberdade cartista de 1832, que nós bradavamos aqui d'el-rei? Quereis, porém, saber um facto curioso? Quando os Cabraes, pela lei de 10 de julho de 1843, restabeleceram os vexames de que D. Pedro libertara a pesca, estribaram-se n'uma lei migu

oexistiram com o absolutismo. Que vos importa que nove decimos d'esse tributo absurdo, d'esse tributo iniquo porque feria só uma classe, a classe mais digna de contempla??o, d'esse tributo anti-economico que recahia, n?o sobre o producto liquido, mas sobre o producto bruto, fossem devorados por uma fidalguia safada e corrompida, que só sabia arrastar-se e comer; e por bispos opulentos que com os dizimos fundavam fartos patrimonios para todos os seus parentes, por conegos devassos, por essa comedia ao divino, publica-fórma em miniatura da egreja romana, chamada a patriarchal; por conventos de frades gordos e ignorantes; por beneficíados supplices e

as actuaes forem inferiores ás antigas nas parochias dizimeiras, tendes vós raz?o de nos accusardes de causadores da miseria do clero curado, pela extinc??o dos dizimos; se porém se verificar o contrario, haveis de acceitar a qualifica??o de hypocritas, pois defendeis as institui??es do p

com a extinc??o das ordenan?as e milicias? A vossa dialectica realista dá, na verdade, saltos mortaes. A nossa vae mais devagar. Se esses soldados esquecidos perderam o sangue e os membros em defesa da patria, ha quarenta annos, o esquecimento indigno dos seus servi?os divide-se por metade: vinte annos com curtos intervallos pertencem ao absolutismo, vinte á restaura??o. Onde est?o, absolutistas, registadas as pens?es que lhes déstes: onde é situado o hospital de invalidos que ed

o rosto o chapéu da companhia, n?o vos descubram esse olhar implacavel! Entre os militares que pendurastes das forcas; entre aquelles com que atulhastes as cadéas e as masmorras das fortalezas, com que povoastes as praias do desterro e os presidios de Africa, n?o havia nenhuns d'esses que verteram o sangue em defeza da patria commum? Por que, durante cinco annos, mansos cordeiros do evangelho, rosicléres ambulantes de veronicas e relicarios, n?o vos veiu ao espirito um unico pensamento de perd?o e de piedade? Dizei-nos o que terieis feito de todos esses militares, se a providencia tivesse deixado protrair-se até agora o vosso reinado? Eram para vós inimigos

undo, ou se preferis occupar-vos em outra obra pia, ide ajudar os cabralistas a vender a bulla da sancta-cruzada, que elles compraram a prazos, ao vosso virtu

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