O Olho de Vidro
das bes
r seu tempo em letras que lhe abrissem carreira de gloria. Fechada sabiam elles que ella estava aos hebreus, salvo a das sciencias; folgariam de o ver luzir entre
sua vida. Francisco de Moraes, confiado na discri??o do mo?o, concedeu-lhe licen?a. Heitor pediu que o deixasse levar com elle o seu irm?osinho Braz Luiz, para, desde os de
uem fosse aquelle menino. Apresentava-o como orph?o pobrinho, cuja educa??o elle tomára a seu cargo. O pequeno já tambem mal se recordava dos seus bemfeitores, e quando fal
s especies hoje distinctas, o hebreu de Villa Fl?r, mais descuidada que intencionalmente, defendeu proposi??es que destoaram asperrimamente nas orelhas orthodoxas dos ex
le tambem resava por um livrinho de ora??es. Apresentaram-lhe diversos livros de piedade para que d'entre elles escolhesse o da sua resa. O pequeno sentiu um bate no cora??o, comprehendeu instantaneamente o perigoso d'aquelle interrogatorio, e saíu-se bem do aperto, indicando o cathecismo de fr. Bartholomeu dos Martyres.
ri??o porque passára o menino sobre o cathecismo christ?o. Francisco de Moraes agourou mal d'este exame, e pediu ao filho que, em vez de voltar a Coimbra, se
nte instruido, cortava-lhes as voltas com respostas por demasia atiladas; de
l?r, se n?o eram sinceros judeus, tambem n?o eram sinceros catholicos. Qualquer das coisa
es elle se desembara?ava, dando-se como ignorante de subtilezas e aceitando os dogmas sem discuss?o. O conceito do
formatura, sem acontecimento que o
oimbra o pae que se queria deixar morrer na alcova d'onde lhe levaram o cadaver da esposa. A convivencia do filho deu
rosto coberto de lagrimas, quando sua alma estava a mendigar palavras de consola??o, porque via alli o pae moribundo, tinha de explicar ás cataduras severas dos frades e visinhos a turva??o de seu pae, e a, por isso, involuntaria priva??o de sacramentos. Redarguido nas satisfa??es que dava, replicou talvez com descomed
que já tinha fechadas as pal
de que o orph?o, esquecido do nome de seus paes, sen?o engeitado d'elles, n?o tinha culpa minima do hebraismo de quem o protegia. N'este mesmo parecer assentaram os frades dominicanos: honra lhes seja. E, portanto, Braz Luiz conservou-se no collegio a expensas da casa, sem licen?a do reito
compaix?o dos mestres, que o consolaram com esperan?as seguras de que o seu pro
boa, por motivos mais ou menos extraordinarios, que n?o vingámos averiguar. O que a toda luz e
o menos o cora??o com algum sangue, aquelle cora??o de vinte e oito annos, para ainda se restaurar de encontro ao seio reparador d'