icon 0
icon TOP UP
rightIcon
icon Reading History
rightIcon
icon Log out
rightIcon
icon Get the APP
rightIcon

Os meus amores: contos e balladas

Chapter 5 No.5

Word Count: 33501    |    Released on: 04/12/2017

olhida sob aquella atmosphera de gelo. Nunca o souto que ia atravessando lhe parecera t?o comprido e t?o triste. Os grandes castanheiros despidos, cheios de neve até ao

a tristeza lhe nascia toda d'aquell

guntou o que levava alli, erguendo a voz sobre o ruido forte da lev

que dizes tu? i

gando, espécou deante da mul

engei

os tres, n'uma

isso...-continuou o moleiro.-E d

aciente, perguntou se

seja outra-elucidou o moleiro

da, á porta d

sa d'elle-observou a rir o mo

. Já dentro do moinho, o home

mem a modos que adoidado. Boa figura d'homem, por signal. Ass

iro, dá cá o menino e senta-te. Vou-lhe da

moleira. Foi uma alegria ao verem-no sugar no

fome que o desgra?adinho tem!

u a Dorotheia, volta

o em toda a noite, sempre a malucar, n'um fallatorio pegado. ?Que o filho era d'elle, que se a cab

a Dorotheia

izia isto, como dizia que o filho já tinha nascido, que era mui

tante a mirar con

agia, mamando

com interesse a Dorotheia.-Ora! assim este en

ra que se recolhesse o home

obre de Christ

accos, o moleiro explicou ainda que o homem alvorara muito cedo, debaixo de neve, sem ao menos dizer obriga

isto!-rematou por fim o mole

eia, com pressa por causa da irm?, pegou outra vez na c

o Paulo correu a levar á rapariga os trapos segunda vez e

n?a n?o ia com fome. E para que tambem n?o fosse com frio, a boa da ra

ar, e deixa-se assim um innocentinho, embrulhado em dois farrapos, na soleira de uma porta! Vamos que

pela fenda est

uim cadella que foi

voz detraz d'ell

, corria tambem atraz d'ella, e n?o tardou que a filasse, como um lobo. A rapariga soltou um grito, ia c

a, ó José Thomaz

stor caiu entre os

cou o pastor.-Desde que a mulher lhe f

, eis que o José Thomaz de

vas ahi o meu filho!-rug

o pobre lan?ou-se por terra, de joelhos sobre a neve, as m?o

u animo, ao ver-s

ue os trapos do engeitadinho eram reconhecidos

erguntou-lhe

irando e remirando os farr

so? perguntaram

dia todo. Como estava de joelhos, quizeram levantal-o;

ortecidos, cravados no miseravel farr

embrulhavam a crean?a eram da saia da m?e. A m?e era a mulher do José Thomaz, e o pequenino e

o lado o pastor.-Ora vês ahi um est

o aquella gente. Uma forte impress?o de

Traz aqui o menino. Um pae deve sempre beija

?os postas humilde como um rafeiro... E como aos labios do pae a rapariga achegasse o pequ

cahia mais densa...-ao mesmo tempo que nos ramos altos dos cas

S ABYS

as que tenta??o para ambos, o rio! Ainda lhes soavam aos ouvidos, com todo o seu entono vibrante de amea?a, aq

ae se ouvistes: se voltaes ao rio,

remido, cheios de susto, muito chegados um ao outro, humildes sob aquella amea?a terminante. E ent?o, n'esse dia, elles n?o tinham ido ao rio. A

a e esverdeada, serpeando entre os renques baixos dos salgueiros. Lá estava a ponte velha, d'onde os rapazes se atiravam despidos, de cabe?a para baixo, e

barco, desprendel-o da praia, e deixal-o ir ent?o por onde elle quizesse, comtanto que fosse sempre para deante... Quando fechavam as janellas para se deitar, a sua vista seguia, mes

im um barquinho, que n

is

a coisa. E a m?e que n?

cintosa dos rapazes. Havia mais de uma hora que alli perto se ouvia o retimtim agudo do martello do ferrador atarracando cravos na bigorna. Já o reitor passara para a missa, em batina, muito hirto e vagaroso, as chaves da egreja na m?o esquerda e na direita a cabacita do vinho. E áquella hora, onde iria já a missa! A ultima beata, encapuchada e lenta, recolh

viera n'essa manh? acordar

ro ha que tempos, vem ahi o sol, e os morgadinhos na cama.-E emquanto fallava, ia-lhes a

s tudo so

buciaram os dois, t

i?es, ouviram? Ora eu já volto. Queira Deus

abertura larga da camisa assomava-lhes o peito que elles afagavam n'uma ultima caricia, suavemente, docemente. Seria t?o bom tornar a adormecer, assim mesmo sentado

io! Foi ent?o que o Manuel, mais esperto do somno, olhando par

s arvores parecem mais li

os, n?o sabia: só se foss

ta acima, fazendo contraste com a rama escura das laranjeiras que cerravam alas nos pomares humidos das baixas. Revestidos de folhagem, ascendiam ares fóra os olmos

o que n'essa manh? deslisava muito sereno, esverde

lando-o.-O rio! Que te parece? Olha

?o.-A gente n?o pode lá ir... Olha se a m?e o soubesse, han?-E miran

bon

ois

de novo... E nem

uma corda...-E depois radiante, gesticulando p

uvidoso o Antonio

enhas, e pelo rio era um instante emquanto lá chegavam. O barco! Era t?o bom andar no barco! E aquelle ent?o era lindo, como n?o tinham ainda visto out

i logo direito á janella. Passava n'aquelle

dia lindo

torcendo e retorcendo o pé para enfiar o sapa

ir ao rio... E se n?o que fossem! ?Mato-vos com pancada se desceis a ladeira.? Já s

m do barco, fascinados. Demonio de tenta??o! E para mais, tinham-no pintado de novo: sobre o branco, a todo

nuel! E se

.. E depois? A gente

fazer o que tinha promettido. E arregalando muito os olhos, imita

ol que rompia ao nascente, n'uma explos?o violenta de luz

rece pintado de novo... rel

e está. Agora é que ha-de s

rem no barquinho, assim pintado de novo. Diacho! e porqu

ue nos mata.-E puxando-o pel

, e espreitou se vinha a m?e. Com

?o facil dar pela nossa falta, alli á tardinha. A g

ardinha!-concordou o Antoni

ogo o Manuel com ge

leme é aquillo qu

ertence-me a mim, remas

uero! Assim mesmo

para melhor fic

ixo remo eu

em

ulas, ora

eg

ma é ás ave

é

ambos ao mesmo tempo, um ao

hiu

ch

vasta cupula do céo, penachos

magica dos poentes. Come?ava de cair sobre os campos a larga paz tranquilla dos crepusculos, e uma quieta??o du

descahindo, cada

es de luz. Os pormenores da paizagem perdiam-se n'aquella indecis?o vaga de noite que vinha descendo, e uma especie de silencio confrangedor dominava a natureza toda, recolhida n'um como spasmo amedrontador e sini

acoitasse do frio que acordava. Cahiam já pesadas sobre os valles as sombras das montanhas, e um fumosi

ro d'elle, os dois irm?ositos silenciosos iam-se deixando enlevar n'aquelle ruido suave dos remos abrindo fendo nas aguas... N?o! era bem certo que elles n?o tinham já

ndentes. E esta feliz convic??o de liberdade alcan?ada, fazia-os agora orgulhosos, além de os encher de alegria. Por certo elles nunca tinham sido t?o felizes, e quem sabe se o ser

.-Olha se a vês...-E apontava para V

esejo de alcan?ar a estrella cujo bri

Manuel.-Ai a estrellinha! Deixa que ella faz-se fi

quêda!-fez o outro, convenc

re na frente de nós; vae lá enten

lta pouco. Ao direito d'aqu

eante, qual era? Era menos de

céo, a estrella parecia brilha

as estrellas?-pergu

, pois es

m amplo olhar á vastid?o

tanta

d'oiro-disse

?o.-Que eu, se me dessem á escolha, ante

ol. Com licen?a do teu qu

remos, no emtanto, iam abrindo fenda na agua, com certo ruido muito doce... E lá no alto céo

pestanejar, imitando a palpita??o

somno-respo

lo é a fazer-nos neg

e: se malha cá baixo, bem se afoga...-E apontando

a no azul, sumindo-se rapidamente. Os pequenos ficaram com

guie bem

éo foste

supersticioso.-Torna a apontar para ellas...

ram-te o ar

para o corpo. E a agua havia-de estar fria... observou, encolhendo o

v

ve

llas

do meu

das costas

o colo da m?e, havia-de ser engra?ado. E ent?

vez por anno, tenho de olhar pelos ralos do len?o p'r'as cinc

re, s

orrer vou morar tres dias c

ncredulo o irm?o.-

sim é que an

doiam já dos remo

em fé, enlevados como iam no des

cio continuo dominava tudo em volta. E amolentadora e múrmura, a agua da corre

?os cada vez

m. Entretanto os dois pequenos entraram de olhar menos para ella, pois que irresistivelmente a

?os sempre

tando-a com levissimo ruido. Immobilisara-se tambem o cabo do leme,

n?o doiam, nem a

impulso algum extranho. Dentro d'elle... a musica levi

ruido surdo, e logo um movimento bru

perigo, desvairado pelo m

l! ó M

acordou, s

á, olha!-disse incoherent

es o rio? é já muito tarde!-

-perguntou ingenuamente o Manuel

e, procurando chamal-o á realidade, d

Olha que estamos

hes medonho aquelle marulhar continuo da corrente, affligia-os como se fosse o psalmodear monotono e rouco de uma legi?o de espiritos maus, preludiando-lhes as agonias lentas da morte. Aos dois peq

Tinham perdido os remos. Teriam de esperar que amanhecesse e alguem vie

ssimo t

orpo todo, ao mesmo tempo que uma tristeza mais e mais pe

sse increpar a propria estrella da sua indifferen?a criminosa, no meio d'aquelle enorme

iga e das lagrimas de novo se deix

que após tamanho lidar, o rio safou-o de repente para um lado onde as aguas se contorciam em remoinho, e entrou de girar com elle,

e! Ai Jesus,

segual, n'um repel?o mais violento o pobre barco esphacelado investiu de proa com o abysmo e lá se sumiu para sempre! Ferid

o que nunca-...a estrella feiticeira acaba

?

.C. da M

arecia commandal-o, badalando cadencialmente o seu chocalho enorme-tl?o! tl?o! Era no rebanho a que mais dava que fazer ao pastor, requerendo vigilancias particulares no seu atre

talorios, causando estragos que os louvados depois avaliavam caro. Por isso Alipio José, pastor, a quem doiam as denuncias, ao pesco?o da R

serena, erecta nas suas pernas delgadas, pesco?o alto, ajoelhando destemida a retou?ar as hervas dos declives alcantilados e escorregadios, n?o medindo perigos nem se impor

. Cobra que encontrasse por essas paragens era para ella um desespero-tamanha a furia com que a perseguia, e a insistencia com que se ficava ás marradas na lura onde se lhe acoitava. O choca

tento,

facilidade em subir aos ultimos pinaculos, admirado dos saltos que ella fazia para salvar gargantas pedregosas e perpendiculares, onde, se caisse, a morte seria infallivel. E por

do ou toda a noite velando. Ao outro dia quiz ella descer, e vir para o rebanho que a aguardava. Mai

o rebanh

tten??o, punha-se a agitar com furia o m

rna ao reb

ella ficara do parto, nem o pequeno poderia-pobresinho!-

nindo-se á m?e que o bafejava para o aquecer, e a si o aconchegava mais e m

remente, n'um como choro dolente e prolongado, o balido da m?e, traduzindo angustias e desesperos intimos, respondia ao vagido fraco do fi

gando-se mais e mais n'um como abra?o de eterna despedida-amigos que se iam apartar para uma longa viagem de trevas, com

o badalava lugubremente, assustando o animalsinho, co

ada, as estrellas bocejavam dormentes, n'uma criminosa indiffer

??o que uma profundissima d?r ungia, ora desvairada e louca, em gritos que significavam blasphemias, blasphemias de desespero c

da longinqua das companheiras, que se iam pelos montes da outra banda, de

o som triste do chocalho espraiou-se lentamente, n'um adeus! adeus! de despe

os raios do sol entravam de reanimar-se os dois; pouco

o sem poder a

o, desvairada e tremula, como que a escolher o melhor caminho por onde levasse o filho. Mas eram todas horriveis! Si

vel! im

, pois a herva, por alli, estava comida e re

segurando entre os dentes o chibo tentou o primeiro passo, arrastando-o pela ladeira, do lado em que o declive era

vel! im

rpinho do filho que hirto chorava e tremia, estendido para alli, na prostra??o pesada do ultimo desalento; animava-o com caricias, aproximava-lhe da bocca os uberes

ada vez mais a melopéa somnolenta do rio nos a?udes. Perpassavam pelo ar as aves para os ninhos. Bandos de pombas, como flocos volateis de arminho, cortavam em v?os mansos a profundidade calma do céo, demandando os pombaes e os povoados, onde se acolhessem da noite que vinh

stejava no monte, lagartos, sard?es, cobras, toda a colonia vagabunda de reptis e de ave

noite, as brumas da tristeza para o seu cora??o alanceado de m?e. Ahi vinha o frio inclem

O céo era baixo e torvo de nuvens. Estrellejava a espa?os a abobada, irradiando uma luz morti?a e alvadia, que levava a pensa

Noite peor do que as outras, porém com menos balidos, pois que m?e e filho estavam extenuados de for?as

oveis, esses dois olhos estoirados de lobo, a que parecia terem arrancado as palpebras, projectavam a sua luz sinistra na direc??o do grupo que velava. A natureza inteira retrahia-se n'um como pav?r medonho, concentrado de inti

utando a treva da direc??o mais exacta do grupo. Transida de susto, arquejando convulsamente no ultimo paroxismo da sua enorme d?r, a

, quasi eternas, tumultuosas de acerbos soffrimentos e de indiziv

ent?o retrahido, o chocalho badalou. Voltou a correr o lobo, e ent?o a desgra?ada viu errarem na treva, como dois grandes coleoptéros de azas phosphorescentes, os olhos até ent?o immoveis do inimigo. E

uas cristas alvadias, que se esfarpavam lentamente ao menor sopro da aragem. Pouco a pouco o azul ia

os campos e herdades, peda?os esbranqui?ados de restolhos, tons pardos de olivaes, terras plantadas

a?udes, marulhando nos altos penedos marginaes, denegridos e informes, de uma mudez contemplativa e perpetua. Do tecto do moinho, lá em baixo, uma c

anho, de novo abordou áquellas paragens, n

rna ao reb

exhalava o ultimo alento, pendida sobr

nos rochedos-passava na direc??o da montanha, crocitando

RU

a Silv

os triangulares no alto, em toda a volta, alegre na alvura impeccavel

anceiros, como um pequenino ermiterio cheio de lendas, onde santos de carne e osso provocassem romarias, promessas avultadas de pessoas ricas, e onde seriam encantadoras as tardes quentes de esti

uito rica, tinha vinte e cinco annos e outras tantas quintas, viuva antes de casar, pesarosa da mo

lhe dera na vespera, symbolisando, dizia elle, a pureza da

bos novos-todos brancos uns, rajados outros, de um gris delica

ombos, n

palpitavam vagos terrores de noite que vem caindo, quando os valles se cobriam de uma sombra azulada e a vida cessava no campo e come?ava no céo em scintilla??es argenteas de estrellas-todas as tardes, digo, quem quer poderia ver

ivia só, retirada de tudo, a tudo indifferente, impassivel a pedidos de amigas que saiam para as praias, no inverno para Lisboa,

o voltasse estaria deserto o pombal, umas que fugissem, outras que matas

ente;-que tivessem paciencia, que

as amigas.-Saudades do outro que

eu luto perpetuo, escarnecendo da simplicidade habitual da sua toilette-vestido preto todo l

crescia de hoje para ámanh?, desenvolvia a propaga??o o bom tracto, a habita??o confortavel, muito abrig

er pombo d

m o aclarar, muito cedo, depois do descan?o do somno na placi

dos a

becitas se resistiam, possuindo-as á for?a, a tremer, azas em concha, pennugem erri?ada, arrulhando muito, arrulhando sempre, cahindo desfallecidos depois, hirtos, palpebras cerradas, trement

sicaes arrulhos, frementes de desejos, mas pedindo ás boas, n?o querendo violencias, detestando-as, bem se via, supplicando, rogando, commovendo. E se logravam inten

das, esquivas mesmo, e pombos que as perseguiam; pombas que condescendiam e pombas que queriam arrulhos: quem n?o voasse arrulha

etomando v?o se um voava, sempre juntos, sempre na mesma direc??o, a beber no mes

ao balc?o da sua janella, alegre de trepadeiras em fl?r, pousar-lhe nos hombros, na cabe?a as mais ousadas ou as mais amigas, segredando-

minha amiguinha..

hemios felis?es, vida de concubinagem, n'uma promi

ia dese

lvura impeccavel de neve, e ent?o um pombo rajado, preto e cinzento, de nuances a

de pesco?o, nervoso, libertino. Pomba que desejasse possuia-a, sem arrulhos previos, sem pedidos, brutalmente se resistia, pac

tras, e dias após

cheio de ternuras, muito meigo, idealmente brando, que agradava ao rajado, que o ufanava, incitando-o, convidando-o, provocando-o. Por isso entrou de aborrecer as outras, achando-as menos

o que isso levou ao rancho t?o dado a instinctos commodos de polygamia, t?o avesso

gem que revoltava de egoista. E quando saíam n?o se juntavam com os outros-uma desfeita! uma offensa!-tomavam rumo differe

utros vinham, já os encontravam no pombal, em nin

dalo! Um

es, desfeitas ao cas

s juntos, combinados. E se isto n?o bastava, come?avam todos a voar, batendo muito as azas, levantando a palha dos n

a por fim, levando-os n?o raro de vencida, obrigando-os a fugir do pombal em vergonhoso tropel, muito assustados, vencidos. E noite além, entravam um a

ue os senhores conhecem, n?o?... Vida boa, na verdade, perfumada de arrulhos e esplendida de alegrias, passada em bellas digress?e

menos ternura nos arrulhos, modos de enfadada ás vezes, certas perrices, resistencias mal disfar?adas. Ficava-se em casa se o rajado sahia, impassivel a supplicas, muito mona, com en

s a n?o queriam-rameira do rajado!-u

s, muito rijos, á prova de rheumatismo e á prova de vintem, felizes na sua pobreza, amigos das crean?as, bem humorados sempre, fl?res de uma arvore que ora vae da

que muitas vezes acabavam disputas acaloradas, salpicadas de v

elha, diziam

pateo da entrada era terreo, rimas de lenha secca d'um lado e d'outro, seguia-se a cosinha, um pequeno corredor, e ao

sseando-a a todo o comprimento, oculos na ponta do nariz, breviario na m?o direita, a dois palmos,

umas pequenas exclama??es de desgosto, arrem

r.a Luiza: n?o faz

o, da labuta da cosinha,-mas tê

is inf

ca. S?o agora tres ao t

cebo... percebo perfeitamente...-E foi metter-se no qua

ro de gaiola feita de um caix?o velho, com grades só na frente, muito suja sempre, arrumad

á creada, o abbade

nha da sua cara. Como se os animaes

agras e o pombo

fetida da gaiola em que ambos se aninhavam, arrulhavam, se espojavam. E como ella era gorda e bem tratada, flacci

, quedando-se dias inteiros ao canto da gaiola, encolhida, tristonha, arrependida

prezava-a, tentara mesmo expulsal-a de parceiro com as o

baixos, sentindo vertigens se subia mais alto. Para passar um ribeiro descan?ou uma hora, e quando cobrou alento e come?ou o v?o, viu-se na agua e estremeceu, molhou aind

u primeiro, quem sabe se elle a quereria, tinha pomba, decerto... Iria?... N?o iria?...

de v?o

mos bocejos para fechar de todo a palpebra can?ada e adormecer no azul; e o oriente come?ava de animar-se de um alaranjado esplendido-decora??o triumphal com

nal de dulcissima paz, e pelas ramagens verdejantes a volata suavissima dos ninhos come?ava, como uma sauda??o ao di

xcurs?es alegres de touriste, na companhia do rajado, perdendo-se com elle a

isto lembr

largura n?o se descobria um só campanario ou um só telhado onde n?o tivessem pousado ambos, alegres, contentes, doidos! E ella sempre ufana, acompanhava o macho nos seus v?os a

er como as calhandras acordavam contentes, e se at

citos a sua partitura vibrante. Mas a toda a largura-nem uma aza de pomba palpitava. Ella só,

, faltando-lhe a coragem, voejando de novo para arremetter em seguida. Os seus antigos companheiros sentiram-na, conheceram-na

entrar, corriam a oppor-

gue nos bicos e pennas voando em elypsoides, um barulho de azas que se chocavam com furia. Por fim um baque, a pomba caiu no ch?o, toda sangrenta, um olho arrebentado, bico aberto, n'u

avam á busca talvez de um ribeiro on

, feliz?o, bohemio, depois de uma noite passada na meia sombra dos cortinados leves de um leito, a rir, a amar, be

AS DOM

S DOMES

Trigu

ra, maior, empregado de escriptorio commercial, vivia desde pequeno uma furiosa vida de trabalho. A m?e tinha-lhe morrido, ainda elle era fedelho: e passados poucos mezes, tinha o Joaquim sete annos

ave, revestido, aconchegando ao largo peito o vaso sagrado das particulas, solemne sob a umbella branca

de caminho, di

stava o Joaquim, descal?o, mal remendado, o velho, entreabrindo os olhos e cerrando

eno, co

idra?as, combalida, dando para uns sagu?es de predios contiguos. De mar?ano subiu com o tempo a caixeiro; e como era applicado, humilde, supportando com uma placidez resignada de be

los, esse c?o! dissera dea

anheiro, valera-lhe a involuntaria conquista do logar, como revela??o, que era, das qualidades fundamentaes do seu

, alto n'aquella manh? serena de maio, o Seabra teve a remota vis?o do seu passado-das coisas da sua infancia, da sua pobre e humilde aldeia encravada n'um declive de serrania que ao longe elevava o dorso, nitente de neves eternas. E como se mirasse tudo atravez de um binoculo invertido, elle lá via além, muito longe para as suggest?es do seu desejo, muito afastado para as debeis reminiscencias da sua memoria, tudo isso que elle dizia em tres palavras-?a minha terra!?-isto é, esse mont?o informe de velhos tectos chamuscados onde havia um debaixo do q

os arredores, ou ás vezes n'um bote, pelo Tejo,-a sensa??o melancolica da sua paizagem nativa n?o chegara a obliterar-se-lhe no cerebro, nem t?o pouco a lembran?a dos seus velhos conhecimentos de infa

u fraque, a sua bengala, a sua cadeia de oiro escorrendo sobre o colete claro-o encanto subtil e ingenuo de uma vaidade. E acabou de o decidir, emfim, a propor aos patr?es essa viagem, cert

Emi

nh?-manh? de julho, na velha e ampla igreja da freguezia, toda banhada de sol, toda rumorejante de vozes, e sobre a qual cahia sem despejar, como uma chuva alegre de pétalas, a saraivada meta

a; e se é do agrado do

ezas, originarias do mesmo solo, filhas da mesma ra?a, temperadas do mesmo sangue, ricas das mesmas infiltra??es de seiva e de saude, explica-se logicamente esse parallelismo absoluto de vontades que os dois levavam na vida, sem um choque nas suas aspira??es, sem um encontro avesso nos seus desejos, sem a minima divergencia no seu modo de vêr e de pensar. Educados em meios differentes, embora! o que nas suas naturezas havia de fundamental, e até de intensamente uniforme no raio visual das

ra?os, o mais vivo e fresco perfume dos seus beijos, a mais alta, a mais serena e orvalhada efflorescencia do seu profundo amor... E pois que havia tambem no sangue d'ambos-bem como no seio de um diamante as iria??es mordentes-as rubras, incandescentes faulhas

e perfumado idyllio, c?r de rosa, que f?ra na vida d

já, quando uma rapariguita que lhes servia de creada havia dois dias,

drinha está

ito

lhe deu pela ca

omo um tuf?o de peste, uma ideia que lhe fez vertigens. Teve um presentimento... E cobrando alentos, confuso deante da rap

he dar... Uns ataques... F

latos, volveu-lhe a pequ

flatos... fica-se c

z alguem que o procurasse!-fechou a porta com for?a; e apagando a luz, com um sopro trému

uasi com o bafo-Se te calares

m grande silencio envolvia todo o predio, ouvindo-se apenas, de quando em quando, o rodar de algum trem nas

a? N?o fa?as

vas o triturassem, roessem, desfizessem, implacaveis e crueis, famelicas da ultima particula da sua carne, sedentas da ultima gotta do seu sangue, famelicas e sedentas até da sua propria alma... Vivo, ó Deus cruel! ó Deus desapiedado! Vivo e no emtanto... morto: vivo para a sensa??o esphaceladora

ente parado, marcando um momento fatal!-e que tudo quanto elle sentia, e que tudo, oh Deus! quanto elle gosava! era essa impress?o anniquilladora do Nada, que o fun

da animou esse corpo aniquillado, e dentro d'aquelle cerebro fez repontar, como luz de lampada funerea allumiando um cenobio silencioso, a chamma de uma ideia... E teve ent?o de si proprio a extranha, diabolica vis?o de um esqueleto carc

deante da ?sua desgra?a?-como deante de um grande mar de negrume, profundo e estagnado, por uma noite sem lua e debaixo de um céo sem estrellas, torvo de um borel cerradissimo de nuvens, a sombr

a cercavam, para ella mysteriosas e funebres. Era como se um alegre pintasilgo, vivo, irrequieto, palreiro, fosse do seu ramo florido de amendoeira, por uma

já dois dias! Tanto tempo em t?o pouco tempo! E n?o tornara mais a vêr passaros! e n?o mais tornara a ouvir, de manh?, tocando á missa d'alva, tangendo á tarde a Ave-Marias, o seu querido e alegre sino d'aldeia...-além, n'aquella riba suave e pittoresca, prateada, beijada do luar áquella hora!... E o fio do seu pe

la alma de homem entrou de se diluir em pranto, pouco a pouco, serenamente, gradualmente. Chorou. E como se f?ra o véo das lagrimas que lhe n?o deixára vêr até ent?o os pormenores do seu infortunio, d'este permittindo-lhe apenas uma sensa??o que diremos informe, entrou de s

oram ent?o as impreca??es, os gritos estrangulados irrompendo, em surdina, por entre as maxillas ferradas, do fundo do peito em ancias. Ent?o foi o arrancar convulsivo dos cabellos, ás guinadas, tei

do céo, e

outros a soubessem,-de que a pequenita, mesmo, a conhecesse... O que diriam? o que pensariam? E todo elle se encolhia, e todo elle se sentia gelado até ao mais intimo da sua alma, suppondo-se na rua, como outr'ora, ao v

o inferno

azul-claro de um casal... E teve a doce vis?o de um arco-iris, bonan?oso e rutilante, repontando luminoso no borel asperrimo da sua alma, onde uma clareira se abria. E foi quasi a sorr

eu

'um como enlevo de vis?o, um ruflar de azas de pombas... á hora d

to contiguo, onde sua mulher estava, o seu anjo, o seu thesoiro, a sua vida... E foi submissamente, como um c?o duramente batido que volta aos affagos do dono, que sobre os labios da adormecida espos

s vi

TA

de novo conto, um excerpto do seu livro em prepara??o, livro provisoriamente baptisado com o titulo de Batalhas domesticas. O excerpto póde dizer-se que constitue só por si, como os leitores ver?o, um trabalho

d

DI

io ru

t?o

a dad

os de f

da t

ctorib

ica

a esc

ia rus

s abys

e

lhos

s domes

AMORES E

ambos os sexos, e com delicadas circumstancias a prazerem, principalmente, ao feminino. Porque uma das preoccupa??es litterarias mais evidentes d'este escriptor primoroso

r, nosso talentoso colega do ?Portugal?, brindou-nos com

ras, a individualidade de Trindade Coelho destaca-se distinctamente, e i

do maior apre?o, pela elegancia da fórma, burilada a primor n'um estylo finissimo e sci

acter, avalia bem, por certo, como ambos estes seus característicos

graciosos contos, retratando aspectos da vida d'aldeia e d

mpezino, sobretudo da vasta regi?o transmontana, a qual lhe foi ber?o. Por isso o seu fabrico litterario se aprimora de dia para dia n'uma esca

asi despresados, s?o trechos successivos de conversas d'uma encantandora rudeza ingenua que formam o estofo principal de todas as suas produc?

to de Luiz Osorio, que dep?mos nas m?os da leitora, como o perfumado ramo de cravos

ica subimos ao doce convivio espi

fina arte de um joalheiro florentino, bastaria para autenticar-lhe o valor e para aferir os dotes mentaes de Trindade Coelho, que

ntuitiva e pela naturalidade espont

es a abrir caminho pela desloca??o do vocabulo ou pela selva

deslisam suavemente, tocadas a espa?os de uma ineguala

retisados, Trindade Coelho revela o superior pod

a, attitudes, express?es, c?res e sons, que o auctor vê, adivinha, sente e traduz com a fascinadora elo

yse emotiva ou de commo??

os contos, soberbamente delineados e intim

migo, pelo seu primeiro livro, que embora glorifique o seu n

tou se d'um novo volume original. Intitula-se Os meus amores e está escrip

rias, deve achar grande acceita??o no nosso publico, escre

ublicou agora o seu primeiro livro de contos e balladas a que deu o titulo:

co algumas das suas melhores armas na imprensa em Portalegre, onde creou dois jornaes, um dos qu

indiscutivelmente possue. N?o nos surprehendem pois os seus triumphos e rej

s amores, agradecendo desde já as express?es affectuosissimas que

blicar um livro de contos com o titulo acima indicado. é esta uma bella novidade para o nosso mundo litterario, onde Trindade

ticia do apparecimento do novo livro, para d

adissimo amigo a delicade

a livraria de Antonio Maria Pereira. Intitula-se Os

elho é incapaz de produzir uma obra litteraria má. A sua educa??o litteraria está feita, e os seus numerosos trabalhos t?o apreciados, t?o portuguezmente

recemos de ler todo o livro para n?o errar na aprecia??o. Vamos lel-o com a convic??o de que teremos de sabo

cimento d'este trabalho, com que o brilhante contista e nosso collega do Portugal, o sr. Trind

sde logo nos auctorisaram a emitir os elevados meritos litterarios do

o bom senso, os contos do sr. Trindade Coelho s?o, a todos os respeitos, um verdadeiro primor, uma obra que ha-de entrar, sem hesita??es, na acceita??o do

adissima, revelando a espontaneidade de uma fecunda phantasia, traduz e affirma a fina sensibili

d'esse trabalho, que tem, na proprio nome do seu auctor, o melhor e o mais seguro titul

Osorio-preciosa chave de oiro, na realidade bem merecida por aquell

sume-se um volume de versos; mas n?o é, o que n?o quer dizer que n'elle se n?o surprehenda legitima poesia. Trata-

as prendas que distingue

o como pelo esmerado da fórma; despidos de grandes artificios os entrechos, mas subjugantes pela

o ao abrir depara-se-nos um Idylio rustico, que embriaga e predisp?e para a leitura de todo o volume, onde se encontram quadros soberbos, reproduzidos do natural co

econhecimento pelo

tistico, repositorio vasto de observa??o, vibrado por uma grande impress?o pessoal e subjectiva, é sempre agra

primorosa de contos e balladas, em que no mais despretencioso dos estylos nos conta recorda??es e idylio

cabamos de ler, é encantador de verdade, de singeleza, de

livro e a aprecia??o d'este novo, d'este debutante, qu

sinceramente

um livro primoroso com este titulo, no qual a fei??o carregada e sombria do agente do ministerio publico desapparece por completo, para nos deixa

ro que temos visto apertado dentro da negra vestimenta de agente do minister

amos de receber o formosissimo livro de co

xas e brilhantissimas, que se evidenciam n'este livro, demonstrando um dos talento

o que os anima constitue uma deliciosa galeria de quadros, aspectos intimos e exteriores da vida, colhidos em flagrante com uma extraordinaria subtileza e luci

tensamente ou delicadamente emocionadas e primorosam

rindade Coelho, a quem agradecemos

elho, o brilhante collaborador do Portugal, vem enriquecer a litteratura contista entre nós, hoje t?o querida do

e d'essas excrescencias de mau gosto, que ultimamente têm abastardado a lingua portugueza,-prova da superioridade intellectual do escriptor de que nos occupamos-, visto qu

impress?es, ao seu sentir, sem deixar de se revelar um artista, porque nunca a p

írito delicado, reproduzindo todos os cambiantes da natureza por uma fórma de o

pa??o de effeito no modo de construir a phrase. Hoje, o escriptor adquire a independencia da sua maneira, do seu processo, e feito a tirar decorre f

sr. Trindade Coelho, pelo que felicitamos o auctor, e-po

esco e moderno, que se revelava em todos os seus artigos, incluindo os politicos. Esse periodico era redigido por Tindade Coelho, cujo talento

cer residencia em Lisboa, algumas vezes tivemos a honra de receber n'esta redac??o a sua visita, sempre agr

Pereira-os seus deliciosos contos, cheios de observa??o, de verdade, de simplicidade artistis

uscados esplendores da forma litteraria denunciam uma carencia absoluta de espontaneidade. Tudo alli deriva naturalm

homem que sabe do seu officio, e que tem uma individualidade b

caba de brindar a litteratura portugueza com um excellente livro de contos subordinado áquel

e versos; mas n?o, é em prosa, em prosa vernacula, correcta e vibrante que est?o escript

e das suas situa??es, lembrando um tudo-nada os formosos typos de aldeia, t?o magistralmente

o attrahente é a fórma por que Trindade Coelho conduz todos os ligeiros contos de que elle se com

se intitulam Typos da terra uma galeria curiosa de typos, e A m?e, um conto de nat

dade Coelho é prestar um se

e da collec??o Antonio Maria Pereira, innegavelmente a publi

tosissímo, de ha muito conhecido nas lides do jornalismo, Trindade Coelho, mas que ainda n?o

elle é cultivado um genero-o de contos, alguns á maneira de Gu

rindar o publico com as suas bellas produc??es, porque estamos certos de que quem lêr Os meus amores se

ma prova do seu brilhantissimo talento! Mais uma vez justificada a

ladas-editada pela casa Antonio Maria Pereira, de Lisboa, é,

olume da interessantissima collec??o Antonio Maria Pereira, t?o bem acceite do publico, p

trasmontana, cujos costumes o auctor conhece de sobra, pois é natural de Traz-os-Montes, e foi durante alguns annos, delegado do procurador regio n'uma cidade de provincia-os contos d'esta collec??o tornam-se

que o nome de Trindade Coelho é já demasiado conhecido de todos quantos se interessam pela litteratura nacional, mas como a po

livro de valor, bem cabido na

mores.-Delicioso titulo

vro é uma collec??o de graciosos contos, editorada pelo sr. Antonio Maria Pereira; e o auctor é o nosso collega do Portugal

que ha mais de dez annos tornaram o seu nome festejado e querido. Hoje, reune ao seu título de jornalista a invejavel nome

nós, é já nosso conhecido, porque appareceu manuscripto n'um concurso litterario da extinta Associa??o

a dadiva; e os Preludios de festa; e os Typos da terra; e as Balladas; e a Tragedia rustica; e a M?e; e os Arrulhos; e as

a expirado entre nós a litteratura san, que, ou nos desperte o sorriso ou nos obrigue

cado da collec??o Antonio Maria Pereira, por sem duvida a mais elegante, a

balladas, em que o talentosissimo escriptor acaba de reunir todo

lendida galeria de quadros intimos, de retratos, de typos, s?o a confirma??o d'uma verdade já por nós ha muito acceite: q

leitura um verdadeiro encanto; entretanto, se ha que mostrar predilec??es por algum d'elles parece-nos que os melhores ser?o A M?e e Para a es

ado é dizel-o,

e das paizagens alegrdas pelo sol, espelhadas na agua rumorosa, com gorgeios e trinados d'aves, paizagens que o sr. Trindade Coelho sabe encantar com a delicia suave e subtil d'illudidor ameno. Mas n?o se póde aconselhar o leitor a que se priv

as estapafurdices atoleimadas, e que os eguala-o vingador-ao imbecil que e

teza de que recommenda á atten??o um artista recolhido que sabe ter for?a nos tra?os tenues e meias tintas dos seus quadros, que capricha em suavisar idylicamente as d?res vulgares da vida acceite, da materialidade animal, dourando-as

sublinhando aqui e acolá umas notas reaes, bem apanhadas, como se diz, e que refrescam o rosto n'um aberto sorriso de ventaróla. O livro encanta porque traz todo o aroma da aldeia onde o auctor encerrou por annos a sua nostalgia-a peior de todas: nostalgia de delegado!-apertando os v?os do seu espírito d'artista que ama pairar com a fantasia para o longiquo, para o que se Imagina, para o Distante, o Inaccessivel, o I

Batalhas domesticas, que fecham o livro e deixam entrever no auctor um desejo de animar os personagens tanto como anima a natureza onde elles sentiram. H

lsionarios do talento; os serenos no desdem; os enthusiastas; o que, despindo o metaphorico, quer significar que elle está em

gueza tem tido uma enchente, como raramente lhe succede, na ultima quinzena. Depois do exito do romance de Abel Botelho e do

ever, de dizer, de contar, que usa o auctor d'este bello livro,-agradabilissimo contista, escriptor original

s paizagens e recantos provincianos que elle pinta, t?o real e verdadeiramente como se lá se estivesse; em companhia d'a

s, meus amores

ula a collec??o de formosos contos, publicados em volu

de quando lhe lêmos as suas produc??es litterarias n'um jornal de Coimbra, e que eram as

geleza t?o commovente, e que nos Meus amores s?o descriptas n'uma forma em que se revelam todas as qualidades d'um distincto e notavel escriptor. Só póde apreciar bem o merito d'aquelles contos quem soub

eciosas joias litterarias, e ao qual está, sem duvida, des

publicou agora o seu primeiro livro de contos e balladas que deu o titulo:

co algumas das suas melhores armas na imprensa de Portalegre, onde creou dois jornaes, um dos qu

indiscutivelmente possue. N?o nos surprehendem pois os seus triumphos e rej

fallaremos da impress?o

veitariam a occasi?o para sobre o nome do auctor glozarem varios elogios ao livro, visto que aquelle se chama Trindade e é ao mesmo tempo um poeta sincero, um escriptor de ra?a, e um observador attento, qua

. Trindade Coelho dialogou com um cuidado meticuloso, copiando do natural, e em que os per

mmendal-o como leitura attrahente, como obra d'arte tratada com esmero, embora nem sempre com a mesma e

guem os autos e libellos em cujo meio o magistrado tem de viver, e d'onde sae amiudadas vezes para nos p

erarios occupam-se na propaganda da immoralidade, e os politicos na propaganda do suicidio, e na do jogo das loterias, que seduz principalmente os engeitados da fort

nto! O que é preciso é que elle dispa a toga, que lhe impede os movimentos. N?o o conhe?o, mas di

todo

o do Trindade Coelho tem o que eu chamo gra?a, e que n?o posso bem definir-lhe. Olhe: alli está aquelle quadro, em que os tra?os s?o correctos e a execu??o perfeita, mas n?o tem gra?a; e aqui, este, uma b

lho.-Os meus amores (contos e balladas.)-Li

utrinas axiomaticas da critica: ?Il y a beaucoup moins de lecteurs pour les nouvelles que pour les romans, par cette raison suffisante que s

vadas do cora??o. A arte do sr. Trindade Coelho é muito differente d'isso, porém. O seu idylico livro de contos e balladas, aberto sobre um fundo de verdura reluzente, amorosamente evocado da paizagem trasmontana, e habitado por heroes simples, colhidos com intencional singeleza no meio do seu viver provinciano, n?o tem, decerto, parentes

lmente um paizagista, e que as suas figuras s

sadas, como que apercebidas de longe n'um esbatido vago de sentimento e de saudade. Chega-se ás vezes a ter a illus?o de que o artista está alli, paginas a dentro do seu livro, fazendo re

me sigue como

n mi pecho cond

canta como una

us árboles en

iptivo de manh? alde?, quando o sol come?a a

ora dos ninhos e voava a matar a sede á borda das ribeiras, andorinhas que deixavam as suas casinholas em reconcavos de rocha e tomavam para hortejos convísinhos onde a vegeta??o era mais rica de seivas e mais facil a presa dos insectos, perdizes gralhadoras que iam de monte em monte, tordos, poupas, melros. Nos vinhedos das encostas, por entre os renques verdejantes, gente em mangas de camisa ia fazendo as vindimas. Pelos caminhos em torcicollos, vi

??o pittoresca, ent?o habilmente apreciados os elementos constitutivos da pint

o, certas pessoas teem as imagens, as representa??es muito mais enfraquecidas, mais vivas, mais concretas; em uma palavra, as suas imagens approximam-se muito da sensa??o; outras, pelo contrario, s?o inclinadas para as idéas abstractas e teem necessidade d'um esfor?o para se representarem as sensa??es d'uma maneira um pouco nitidas. Tem-se reparado que a vis?o mental, nitidissima em geral nas crean?as e nas mulheres, torna-se muito fraca e por vezes desapparece nas pessoas preoccupadas sobretudo de ideias abstractas, ou habituadas a n?o exercer a sua imagina??o visual. Eis uma pequena experiencia indicada por Wundt, que, mostrando as analogias entre a imagem e a sensa??o, parece p?r em relevo tambem as diffe

s do aroma, representa um phenomeno especial de evoca??o sensacional. E o maior encanto da sua obra é esse, e, depois d'esse, a intima satisfa??o que faz aflorar, aos labios do leitor inteligente, um sorriso de doc

nte Os meus amores é bem facil, porque ella deve quasi cingir-se á affirma??o do seu applauso incondicional, ou

s impregnadas d'uma ideal gra?a campesina, tilintando d'um ecco amoravel de arroio murmurante, que discorre mansamente por entre margens baixas, bor

a, aberta á comprehens?o ampla da natureza, e fundindo os phenomenos, as coisas e as creaturas n'um conjuncto nitido que se desata em descrip??es opulentas de vida e de calor, fulgurantes d'energias dominadoras, prodigas d

te, ou seja o cora??o de qualquer d'aquelles dois pequenos do Idylio rustico, ou o da Russa, a bella cabra que no meio de mil angustias de m?e morre junto ao filhinho. E se o querem surprehender a elle propr

ade de charge que mais nos parece estar fazendo retratos, saem-nos ent?o figur?es como os da villoria da Comedia na provincia, que entreteem a tarde na pra?a a dizer mal uns dos o

ada porventura n'uma atmosphera densa d'innova??es que vae por ahi. Claro que o seu talento adapta-se mais essa fórma com a malleabilidade com que a

preciado pelos fanaticos da Arte; e oxalá seja apenas a promessa de muitos outr

tes alguem-porque Os meus amor

s trabalhos de tempos que lhe s?o saudosos e em que lhe foi grande parte da alma, da sua

s se esquece. é um talento e é um artista quem escreve assim. Uns contos singelos, attrahentes, delicadissimos, admiraveis de observa??o

a d'arte e um

phia. Para attrahir, para ser original, para imp?r a supremacia do seu talento, para conquistar o applauso sincero dos q

s a fallar d'elle, se o tempo nos chegar para a

s dias d'intervallo as lettras portuguezas

os, mas que, n?o obstante este pequeno sen?o, confirmou plenamente todas as esperan?as que o nome de Abel Botelho creára com os seus livros anteriores, a critica tem de render respeitosa homenagem ao trabalho d'um outro escriptor novo

o este s?o mesmo os unicos oasis em que se reconfortam os que, dia a dia, esg

ular o meu juizo conhe?o que posso manifestar o mais incondicional louvor e applauso sem que se suspeite que as minhas palavras s?

se: Os meus amores. E em tudo cor

ade li as ul

impidez e o crystallino do estylo emocionante e simples, t?o delicado e ao mesmo tempo t?o poderoso que dá vida aos mais diversos sentimentos desde o pavor do re

ue nervosa, allucinada, que caracterisa o fin de siècle, cria as escolas mais extravagantes que se comprazem em baralhar todas as ideias, em apedrejar as normas mais impeccaveis e até agora consagradas da arte, e em descrever todos os aspectos da natureza com as palhetas mais escuras e muitas vezes asquerosas, sente-se conforto, adquire-se animo, desannuvia-se o espirito ao vêr que ainda ha alguem, a

enos considera??o pelo livro ou por quem com tanto amor o escreveu. Ao contrario, sinto que n?o posso, a n?o transformar este artigo n'um hymno laudatorio, refer

criptor conheciamos tambem o primoroso estylista dos Meus amores pelos seus trabalhos jornalisticos, já na bohemia coimbr?, já em pequenas folhas de

de Ficalho, de Fialho d'Almeida e de Teixeira de Queiroz que, no meu parecer, s?o, em Portugal, os mais distinctos escripto

livro enraizou-me m

etende transmittir, o auctor dos Meus amores prova que n?o desconhece nenhum dos segredos do genero de litteratura que t?o brilhantemente cultiva, e que n?o é inspirada na amiz

desde que se saiba que o firma Luiz Osorio. Portico apropriado ás bellez

t?o variadamente se divide a tragedia em que se debate a humanidade; o Vae victoribus, onde passa um folego de epopeia, em que o estylo attinge alturas quasi desconhecidas, casando se com uma verdade admiravel a grandiosa ideia em que se inspira o conto; Para a

mira??o que me inspiraram, s?o modelos de humorismo e

ersonagens que mais avultam na vida das nossas aldeias e terras pequenas. S?o typos tirados do natural, com uma perfei??o photograp

que n?o gostei do Sult?o, lastimando que Trindade Coelho gastasse tantas paginas d'um estylo formosissimo n'um assumpto que sem duvida é verdadeiro, mas que n?o commove o leitor,

itada por Antonio Maria Pereira, um trabalhador incansavel

e revisto com um cuidado e esmero

a deliciar-nos com novos livros, t?o perfeitos como este, para honra do seu nome de escriptor já t?o justamente laureado, e agradecemos ao amigo a offerta do se

ollec??o Antonio Maria Pereira, que sob aquelle titulo co

re?o da nossa litteratura, pela linguagem pura genuínamente portugueza, e pela gra?a da contextura originalissima, nacional, sem laivos d'im

lica??o recente que mais tem emocionado, com justo motivo, o nosso meio litterario, bem pouco acaroavel e mazorro no fundo, sobre

lico fosse dado a esbanjamentos de emo??o artistica, n

magistrado severo, a profiss?o, ou antes o desenfastio es

pete em tal logar aquilatar-lhe a esthésia, e a

to parecidos com o latim, mas que no fundo n?o s?o nem latinos, nem portuguezes, nem onomatopaicos, e que fizeram a delicia de Filynto. Nem perpetra tambem o mau gosto de empregar neologismos inuteis, e risiveis, possuindo na linguagem patria instrumentos magnificos d'express?o. Sabe a sua lingua, como raros: e o c

al, quando de centenas de romances em seiscentos volu

e Coelho.-Que deliciosa impress?o me deixou aqu

ho de Trindade Coelho, preciso dizer duas palavras explicando a raz?o

de Portalegre, notavelmente bem feitas, e em que elle e

asta fizeram-me convencer de que-o delega

inha, escriptora de grande talento soube que Trindade Coalho era um grande admirador de Loti-o meu preferido romancista!-admira??o enthsiasta

ida que a Gazeta de Portalegre publicou e que o trazia empoign

sta. Dava a Loti todo o valor que elle tinha e que ultimame

ga?a-uma flor ceifada ao desabrochar!-Eram meia duzia de palavras co

de Portalegre. Um preso que era um innocente, e que, como tantos outros, estava condemnado a ouvir soar, em vida, a hora

m homem p?e a lucidez do seu talento e o enthusiasmo

elho gravou-se ent?o inde

o o nome

lher a m?e d'aquelle homem! Os filhos h

vro que acabei de lêr. Pedi-o rapidam

ntil de Luiz Osorio-uma alma luminosa, que brilha na tr

amente a estrella d'alva que illuminava, coando a sua d?ce luz pelo co

que o Thomé nos communica a sua alegria contagiosa levada á lo

ultura onde lhe ficára preso o cora??o para sahir de lá no dia em que tev

semelhantes e já tem visto a Morgadinha de Valfl?r-essa perola!-representada pelo Marques do corre

doravel poesia escripta em prosa. Para a escola, um beijo de gratid?o de uma sin

a fl?r mais linda do ramo, enlevo e agonia de todas as m?es que eram capazes de

m primor de delicadeza, sentimento e arte, um livro honesto, que n?o fatiga os homens n

uerido amigo e illustre confrade, Trindade Coelho, tem sido a que em tempo lhe vaticinámos: e

a de restringir-se a soltar suavemente, com uma sobriedade campesina e tranquilla, a melodia emocionante, ingenua e simples do viver alde?o; e que por entre o estridulo hallali de obscenidades, impreca??es, blasphemias, d?res, gemidos, que doloridame

ha

d'Os meus amores transcrevemos hoje um magnifico artigo do Correio Elvense, devido à penna

anhado, cantarolando e um pouco a rir com singular scepticismo, este meu seculo, que está no fim, e com elle tenho vindo estudando e aprendendo. Ruiram as theocracias litterarias, revoluteou-se a philosophia, crearam-se novos processos de estylo, arrancou-se o chiró ás velhas phrases, e todo um mundo novo, extravagante e phantastico tem surgido,-mau grado as furias rabíd

Julio Machado, de pulsos cortados, fitando com olhar sangrento o retrato bem amado do filho,-a alegria ruidosa dos olhos da sua alma,... e quantos outros, bom Deus! Dir-se-hia que uma má sina persegue os homens de lettras:-quando n?o é a navalha de barba, é o rewol

callejar as m?os, dissolvendo as suas aptid?es de plumitivos incipientes, nas minas de oiro e de ferro da lucta pela vida. Dos felizes, dos que triumpharam,-como quem diz, dos vencidos da vida,-me sorria eu ás vezes em horas de bom humor, lembrando-me como elles com um livro de versos foram nomeados consules; com um tratado sobre a cultura do repolho abriram o Banco Mineral do Douro, por ac??es; com um drama em D. Maria foram eleitos deputados; ou como com uma critica do Salon de S. Francisco, se guindaram a bibliothecarios das bellas artes e hortali?as correlativas... Dos outros, dos perdidos pouco me lembra! Eduard

ffirma??es de uma personalidade litteraria. A sua prosa, a um tempo humana e lyrica, dava-me a impress?o de um romantismo degenerado... De Coimbra, como sabem, além de bachareis anonymos, tem-nos vindo a elite das letras. é da tradi??o universitaria, fazerem os doutores as suas primeiras armas de litteratos e de poetas, na academia

l as musas a

o metaphysicamente original e meio copiado dos codigos de Napole?o! Ah, mas em compensa?

em deslumbramentos de imagens na apparencia c?r de oiro, que, em regra, n?o fascinam sen?o os saloios ingenuos dos cord?es de lat?o... Tem-se chegado ahi, no abuso da originalidade do estylo, a fazer uma prosa estrelicada, engommada, cabellinho á banda, com risca, como os caixeiros de modas ao domingo! O burguez já conhece os p

escrip??o e estudo de pathologias e casos sporadicos, ou n?o vivos, ou pouco vívidos. Este livro á quasi um parenthesis aberto como uma clareira consoladora na torrente ultra-realista dos ultimos

e Daudet. é uma elegia... tragica, encadrée n'uma linguagem c?r de opala, em que a gente parece estar vendo Hoffman bra?o dado a... Jo?o de Deus! é uma obra prima. Assim a Tragedia rustica

a um volume de versos-Florinhas de Luar, por exemplo! Devemos-lhe o grande favor de n?o conhecer os dicci

re?ou no offerecimento do seu livro Os meus amores, vislumbraram no meu espirito um mundo de saudosas record

aixa mas robusta, as suas fei??es masculas e energicas, e a sua allu

apurado, sob a pasta d'um quintannista, mirando á direita e á esquerda, ent

aram logo, talvez porque lhe n?o encontrassem uma physionomia de chuchadeira, como a d'um Arm

ram elles depois em

e você trazia, á guiza d

alo, de forma que a tempestade de piada desan

alidade a destacar-se, como se f?ra um urso. E assim se fallava do Trindade, como do Luiz Osorio ou Feijó por causa dos versos, do Passaro pela fina chal

'um excellente resumo das li??es de direito romano, d'um bello discurso no cent

a da Trindade, tendo por creada a sr.a Maria de qualquer coisa, que d

uns p

rspicaz e alegre, nada para massadas, que tinha orienta??es definidas em politica pa

elle por causa dos seus ideaes politicos encontrados, grande passeador e jogador de manilha, um tanto lambaz porque sahia mais

e lhe liamos um imaginario plano, rigoroso e draconiano, de reforma dos Estatutos da Universidade? Muito

ois, olhos á bufo, que n?o fallava ainda que o e

onservador algures, com cara de cera, esbo?ada, sem fei??es lavrada

escrevendo...; e eu, que por signal dediquei um fado aos membros da republica, o qual nas vesperas de

marchou mais tarde para Sabugal e eu para Cuba, e hoje

ceituado, a publicar os seus bellos con

verdade, com

sa, morta de terror e de amor, é para mim o ma

ta-é uma cabra!-; mas o amigo teve artes de desmentir o erro gr

esfaimado lobo circumvagante, restituirá áquelle inoffensivo animal o sentimento

, estando a jantar, o amigo recebeu um jornal qualquer de Vigo, Corunha ou Pontevedra, em

derosa intui??o artistica; o seu dialogo curto, vibrante e natural; o seu estylo já caracteristico pela fei??o franca, saccadèe, de dizer e narrar; a propriedade das locu??es; o bom emprego dos termos; a verd

ir-lhe-hei que você alarga cada vez mais e com mais rapidez a sua reputa??o de litterato distincto e de contista precioso

rindade, a agradecer-lhe a sua fineza com

ndade Coelho,-o sympathico e distincto escriptor que de ha tempos se vae honrosamente evidenciand

cremos, n?o é porque estas 200 paginas sejam um auto-historiographico dos idylios romanescos do auctor, n'quella aurea quadra da

sychologica do auctor para com a sua obra, e induzimos isto do sone

sas dos meus

das minhas

de vós, folh

s sois de um

ito n?o faz o monge-, porque o Idylio rustico, com que abre esta bella collec

eitura, para averiguar-se que se ha na urdidura dos varios contos muitas situa??es que nos pintam o ridiculo, a de

rdadeiro é que os contos do sr. Trindade Coelho constitue

movimentada em harmonia com

te, sempre amoldada à naturalid

uzirem fielmente costumes, a p?r em jogo com a

o, e facil é de comprehender a importancia moral que estes livros ter?o quando as gera??es que nos succedam queiram inventari

Trindade Coelho, consegue ser de uma verdade inexcedivel, de um realismo incontestavel, de um na

Bauville, a artistica encena??o que, sem desvirtuar-lhe a naturalidade da fórma

é de uma suavidade deliciosa, e de uma n

tas scenas que a emigra??o multiplica cru

sentimentalidade, que nenhum leitor, por mais rebelde

issima, da mesquinha intriga que fervilha invaria

mo commovente; Vae Victoribus de uma moralidade edificante; Arrulhos, M?e, Trag

orrectamente vernacula e

asladámos do conto-Sult?o-este be

poente as suaves e brandas pulverisa??es doiradas da ultima luz do sol. Riscos vermelhos de nuvens, como grandes vergas de ferro

vuras de neve, cortavam aqui e além, al

Coelho: uma obra á altura

eu illustre collega por t?o brilhante produc??o,

penas com a consciencia tranquilla de quem escreve bem e com criterio,-Trindade Coelho juntou e concatenou no delicioso volume, que acaba de d

e nos offerece para apreciar: s?o pequenas joias litterarias,

encia de escola e confronta??

or quem se acostumou, desde crean?a, a ler muita e a adivi

el de realismo, e alta comprehens?o. S?o typos exactos, sem os grandes enfeites que aborrecem e sem phrases banaes que enjoam. Antonio Fagote é um especimen do juiz de festa das nossas aldeias, basof?o e vingativo, prompto, olá! a g

e elle é digno de figurar ao pé das mais bellas pr

meus amores, contos e bal

um echo de sympathia o n

pathias nenhuma d'ellas alvejou o seu talento, que os senhores jamais negaram, e lhes ficou sendo sympathico. é por isso que escolhemos para enc

pla??o da nossa alma; e essa leitura, feita n'umas horas que um encanto enorme fez parecer t?o breves,

alguns,-a mais correcta fórma, iriada sempre da limpidez mais viva; e isso, n'um trabalho feito agora para apparecer amanh?, à pressa sempre, n'uma fugida ao

desbasta, romodela, lima, muito tranquillamente, muito socegada

ida do campo, da natureza singellamente formosa, o sentimento vibra intensissimo, e é encantadora a phrase, que um conhecimento pr

nos deixa embara?adissimo, se queremos

uma saudosa recorda??o dos bons tempos de crean?a, e os admiraveis contos de fina gra?a e t?o verdadeiros, Preludios de festa e Typos da terra, s?o os meus eleit

onio Maria Pereira, esplendidamente impresso em b

ctor d'Os meus amores receber o preito da nossa ho

icado o primeiro livro de Trindade Coelho-Os meus amores, que vieram p?r em relevo as complexas e brilhantissimas qualidades litterari

m trasmontano, nosso conterraneo quasi, commetteriamos uma flagrante descortezia se nos leitores do Nordeste n

e joalheiro primoroso, constituem um verdadeiro encanto, captivando-nos com a espontanea naturalidade da narrativa e com a emoc

a de delegado do procurador regio, estava-nos impacientando o desejo de lêr o seu livro, e foi nervosamente, sofregamente, que o abrimos quando o correio nol-o trouxe. E, agradabilíssima coincidencia! succedeu-nos deparar com o conto Para a escola, quadro tocantissimo que marca distinctamente os dous mais notaveis estadios da vida

pontaneas nos marejarem os olhos, t?o enternecedoras s?o essas paginas que evocam em nós as reminiscencias queridas d'um passado que n?o volta, e no espirito nos repro

uma prosa colorida e vibratil, scintillante e rhythmica, apresentando-nos uma serie de quadros, colhidos em flagrante, d'après nature, com uma extraordinaria lucidez d'observa??o, e um outro caso humano trasladado para

am. Por isso o nosso applauso caloroso para todo o livro, sem predilec??es por este ou por aquelle conto; e d'aqui, d'esta columna de modesto jornal de provincia, enviamos ao nosso queridissimo Trindade Coelho, n'uma effus?o d'acrisolada e

t?o esplendidos como aquelle cujo titulo serve da epigraphe a esta noticia. Em todas as suas paginas se reune

Maria Pereira, e é devido á brilhantissima penna de um

do publico para esta obra, pois é ella sobejamen

provincia,-Cartas alemtejanas, nos parece,-assignadas pelo nome, ent?o desconhecido, de Trindade Coelho. Lida por nós a primeira, nunca

a aurea dos victoriosos, apresentando natural e simplesmente a sua individualidade, como a fundira n'uma só pe?a o seu talento alliado com a sua observa??o e o seu est

mpestres a que assistia, e, sobretudo, do sentimento que a sua alma encontrava no tracto sympathico da natureza inteira. Falava de um ou outro livro, q

formatura. Bom signal. O estudioso sério sabia reprimir as impaciencias do amor proprio, sacrificando ás altas occupa??es do seu cur

ta??o a sua toga de magistrado. O caso deu-lhe celebridade, e ensejo para ser recordado o nome

am no conceito publico o renome conquistado, e Trindade Coelho tomou serenamente, na

ilmente imaginariamos apresenta??o

fei??o, o acabamento de verdadeiros quadros. Revelam o amor, o cuidado, o esmero com que o auctor os trabalhou, solicito na sua obra, no empenho de uma exe

alisa uma das condi??es essenciaes que deve ter em mira todo o escriptor consciencioso: conservar uma fei??o propria e individual, s

de compulsar estylistas, procurou modo de illuminar a sua phrase e de colorir a sua palavra, na fonte natural de todas as inspira??es. Penetrou, para isso, nas camadas mais primitivas do

hloe,-teem um sabor antigo, como o de uma narrativa idylica, passada nos tempos legendarios da Grecia, e ao mesmo tempo toda a verdade de uma scena campestre dos nossos dias. é de um bom gosto supremo a fórma su

e crean?a a esfumarem-se nas distancias do espa?o e do tempo, longe, muito longe, n'uma paizagem ideal, vista nos dias da infancia, vista talvez em sonh

azul, bandos de pombas

empestade, que primeiro se annuncia, depois se approxima, depois finalmente cresce e se desencadeia n'uma convuls?o pavorosa e enorme; bem descripto o terror angustioso e suppliciante do misero assassino, o qual vê, na chamma de cada relampago, projectada a cruz negra que marca o logar do seu crime e

aria o assumpto, se lhe occorresse, nem o trataria com muita maior perfei??o. Dar-lhe-hia pasto para algumas paginas t?o engenhosa

prosador que recortou nos mais perfeitos moldes aquellas paginas classicas ou estas sinistras, detem-se na commovente e lacrimosa narrativa da Ultima dadiva e nas ligeiras

para se abalan?ar a empreza maior, estamos certos d'isso. Já no final do presente volume, em nota do editor a um trecho intitulado

e já? Talvez o pudesse; mas seria arriscado fazel-o. Porque, a verdade é que o seu talento tem recursos com que lhe é dado contar, que o seu temperam

os dotes de clareza, concis?o e vernaculidade. Trindade Coelho sabe onde procural-os. N?o é em lexicons, nem em alfarrabios, nem em ca

as de adquirir pericia n'esta fórma de escrever, consiste na pratica de versificar. Fazer bons ve

que só d'uma das duas fórmas da arte de escrever seja conhecedor. Os mais elegantes cin

ia no periodo, se praticasse um pouco a arte do verso, embora como simples exercício. E esteja certo de que lhe vale a pena empregar todos os esfor?os pa

aphica ácerca do livro do brilhante escriptor e meu querido amigo Trindade Coelho, mal cuidava eu que a doen?a me obrigasse a retardar

as asperrimas luctas da vida-e estes constituem a maior parte dos que lêem e estudam, preferem as obras consoladoras, de cuja leitura fica uma sensa??o delicada, uma

paz. é um livro sincero, que prende pela emo??o intima, que interessa pela simplicidade elegante co

ada, denunciando logo ás primeiras linhas um alto valor artistico, na verdade rigorosa da obs

um dos contos mais formosos do volume, em que pese ás opini?es cont

, do labutar alegre, da paizagem e dos personagens d'este pequeno quadro, s?o u

ia da provincia, onde ha preciosos estudos da vida provinciana; as Balladas, onde se depara com o

o conseguiu obter, acordando de surpresa a habitual atonia do nosso acanhado

te no Portugal, onde escreve como o pseudonymo de Ch. A. Verde, e na Revista Illustrada, do editor Antonio Maria Pereira. é um infatigavel e primor

provinciano d'aldeia, e natureza contempladora inda por cima, Trindade Coelho captiva-se principalmente dos assumptos bucolicos, pequenas scenas de cabana, tempestades de campanario, pastoraes, vida de povo, e sente-se que o n?o fa?a por diletantismo de escriptor avocando de cór dramas lambidos, sen?o por esse estro de vis?o retrospectiva dos melancholicos despaizados em terras hostis, e que protestam contra o egoismo ambiente, recluinde-se no passado, como n'um sanctuario de mumias adoradas. é a tendencia geral dos nossos mais modernos narradores, buscarem na vida dos humildes, especialmente dos campos, materia prima para seus contos e poemetos. Em poucos porém a predilec??o se escóra na sinceridade e conhecimento pratico da vida rustica, e em menos ainda ha perspicacias para uma autopse sagaz da natureza psychica e moral do camponez. Grande parte dos que tee

De tal maneira que o grupo de campestres a quem a arte confia a miss?o de leccionar aos desregrados habitantes das cidades, os prazeres simples da vida pastoral, em v

s seus quadrinhos de genero, colhidos em prolongadas esta??es nas duas mais typicas provincias de Portugal, o Alemtejo e Traz-os-Montes. Ha assím nos Meus amores, a par d'algumas benignas composi??es representativas da transi??o critica do rapaz para o homem, e do debutante para o laureado, outras de tal guiza iguaes, sobrias, seguras, que n?o hesito em as apontar como mod

paginas, deliciosas porém como factura, admiraveis de bonhomia, e d

personagens o pessoal burocratico e elegante da terriola. Preludios de festa é um estimulo de festeiros preoccupados de qual fará a festa do orago mais sumptuosamente. Os tons s?o leves, os typos rapidos, a descrip??o dita a correr, mas no conjuncto ha um tal equilibrio esthetico, a meia ti

a nós a gentilissima offerta que Trindade Coelho nos fez do seu adoravel

a Universidade; hoje, porém, apparece mais radiantemente no seu precioso livro, onde a primorosissima fórma se al

seu unico merito!-habituada a vir entregar ao sagrado lume da imprensa os elogios sandeus que cada d

, em presen?a do trecho que lhes of

a das lettras, cortada de tantas amarguras que ninguem sonha, ha, entre outras, u

o que se imp?e pelo dominador prestigio do talento ao culto mental, e sobretudo no intimo orgulho

por direito de conquista na galeria do

admirei-o, muito antes d'elle trazer á litteratura patria o livro

dor, em todo o desartificioso encanto da sua maneira de observar e referir, revendo-se-lhe o temperamento de a

dicados a perscrutar a essencia da paizagem provincial, e a alma do provinciano e do camponio, escreve dos Meus amores o nosso grande critico Fialho d'Almeida, Trindade Coelho é dos que mais lucidamente traduzem o seu criterio do problema, em fórma de arte, e dos que mais

ejanas, chronicas expedidas de Portalegre, em um arranque de talento, com exuberancia de fantasia, modos de ver e dizer, flagrantemente mod

s suas func??es de delegado, em Portalegre, a tarefa humanitaria de arra

uma apotheose de amor, que deverá ter sido na sua vida e para a fina sensibilidade da sua alma effusiva e en

caracterisam e lhe assignalam o ponto culminante em que

lho immortal, é ao mesmo tempo um funccionario exemplar, um delegado do procurador regio, que viu de repente o seu nome respeitado e temido, de tal sorte Trindade Coelho encarna em si, na austeridade

astico e bastante rico, em cambiantes, como tambem a p

o artista e estremece de saudade no

ejo fechado, o meu espirito! O meu trabalho, amo-o porque é o meu dever. Mas como eu ando longe, afastado, extraviado... d

irito, quantos triumphos ainda o esperam

livro d'um escriptor tambem novo: Os meus amores de Trindade Coelho. Com casos da vida corrente e com sentimentos que podem ser comprehendidos por qualquer dos seus leitores, uma despedida, a affei??o de dois pastorinhos perdidos na solid?o do campo, os remorsos de um homicida junto á cruz da sua victima, o amor materno de uma cabra que s

arto de hora,-ao separar-se elle de nós, porque já ent?o a gente n?o se atreve a separar-se d'elle, tem-se adquirido a certeza de que aquillo é o que é, e chegado á mais solida convic??o de que toda a verdade, toda a sinceridade de um temperamento e de um cora??o de homem, nunca se manifestaram mais e

espejando caminho que dá gosto vel-o, n?o resistem os olhos ao desejo de acompanhal-o de longe, até que o percam na dobr

or de si, fazendo estremecer os honestos quando com elles se cruzam, e tentando para o mal os fracos q

e em preciosos documentos para a dilacerante historia pathologica da sociedade portugueza n'este agonisar de seculo, quando aponta o implacavel index do Ministerio Publico contra os altos reus de certas causas celebres,-ora imprimindo n'algumas obras de p

sinceridade do seu grande cora??o

ntado n'aquelle banco, sentenciado já, e de grilheta aos pés! Agita-se-lhe a circula??o do sangue, a respira??o accelera-se, a face ruborisa-se, todas as veias do pesco?o e fronte se distendem, o peito enche, as narinas dilatam-se, tremem, fumegam... A excita??o do cerebro vigorisa-lhe os musculos, affirma-lhe a energia, parece transportal-o ao imperio da for?a, n'um arrebatamento em que os dentes rangem, e as u

e dois annos agoniados da sua vida em apurar uma innocencia... Trindade conserva, encadernada, a collec??o desses jornaes, e legou-a em vida ao filho, ao Henrique, pondo-lhe no principio estas palavras: ?Meu filho, pela lei de Deus, a vida é só um pretexto para boas obras. Observei um dia a lei do Senhor, e Elle, em pr

humor, a vaguear pelos campos do seu sonho-sonho feito de saudade, d'essa muito viva e muito affectuosa ternura que á sua alma de artista dá, e que a sua prosa t?o sentidamente traduz, a recorda??o de felizes tempos que n?o voltam mais, e que por isso mesmo nunca mais esquecem,-recorda??o a que andam para sempre ligados, n'uma doce e meiga

r-lhe nos bei?os e nas palpebras a serenidade meiga de um sorriso, como que o doce agradecimento á alma de sua m?e, que tivesse vindo, muito dev

e essas emo??es e excita??es violentas, em que a tremura dos muscu

ia d'esta convic??o em que elle está, quando me diz

??o das coisas triviaes da vida, certamente porque reside no Simples a formula mais natural da Verdade... Comprehendo que o espirito dos que lêem está fatigado d'essa confus?o do romance com o estudo, e convenci-me, emfim, de que a obra d'arte litteraria tem, c

lles se amem a alegria que inunda aquellas duas almas! D'uma vez, passada alguma d'essas ausencias longas, quiz Deus que os dois inesperadamente se topassem, pela madrugada, quando iam levando seus rebanhos ao pasto. Logo combinaram juntarem-se as ovelhas, como juntos os cora??es traziam, e desde que nasce o sol até que o sol se p?e, vagueam nas frescuras marginaes do rio, a par, e sós, elle dedilhando a flauta, ella recordando cantigas, com murmurios d'agua correndo, e ballidos suaves dos lanigeros, n'uma paz d'alma idylica de illuminura. E quando a noite chega, porque lhes custe immenso a separa??o, o Gon?alo a convida a continuarem junto

das por aquellas paizagens e recantos provincianos que elle nos pinta, t?o real e verdadeiramente como se lá estivessemos; em companhia d'aquelles t

o estranhas, t?o novas, t?o encantadoras surprezas! Quizera eu, inedita, bem fresca, pela primeira vez usada a respeit

elle escreve é sentir o mesmo prazer, sempre renovado, de quando se contempla pela centesima vez algum querido, precioso objecto, que noventa e nove

ma do

amores!

ante e s

as aurea

osador

s da

os id

ssa t

ndes

Claim Your Bonus at the APP

Open