Login to MoboReader
icon 0
icon TOP UP
rightIcon
icon Reading History
rightIcon
icon Log out
rightIcon
icon Get the APP
rightIcon
Contos escolhidos de D. Antonio de Trueba

Contos escolhidos de D. Antonio de Trueba

Antonio de Trueba

5.0
Comment(s)
98
View
21
Chapters

Contos escolhidos de D. Antonio de Trueba by Antonio de Trueba

Chapter 1 No.1

N?o é meu intento tra?ar a historia d'este ramo de litteratura. Direi, todavia, que d'aquelle modo continuou o romance, em todos os tempos, e sob todas as fórmas, a reproduzir em si, com mais ou menos naturalidade e viveza de c?res, as mudan?as que se v?o operando nas idêas e nos costumes.

D'est'arte se revestiu das fórmas classicas, quando, sob a influencia dos sabios e dos artistas, foragidos de Constantinopla, ao desmoronar do imperio do Oriente, se operou nas letras, nas artes, e no proprio viver da sociedade, a grande revolu??o denominada renascen?a, a qual foi inspirar-se nas obras grandiosas da antiga Grecia.

Do mesmo modo assumiu o romance a gravidade philosophica, quando Voltaire, Rousseau, e outros grandes pensadores do seculo passado, proclamando verdades, que faziam estremecer em seus thronos os monarchas despoticos, convidavam os estadistas a meditarem nos problemas sociaes, cuja semente assim lan?avam á terra; e excitavam os povos a reflectir na significa??o e importancia dos direitos do homem.

Assim o romance se tornou historico, logo que a sociedade, sentindo o mal estar de uma organisa??o que os progressos da civilisa??o iam fazendo caducar, recorria ao passado, como que procurando nos archivos da historia o elixir para se rejuvenescer; isto é, estudando nas antigas sociedades as fórmas governativas, que mais lhe quadrariam sob a revolu??o que se preparava.

Quando, em nossos dias, a applica??o do vapor á locomo??o e ás machinas industriaes, bem como a telegraphia electrica, pondo em facil e rapida communica??o todos os povos do globo, estabeleceram novas condi??es de existencia social, que h?o de operar for?osamente, em maior ou menor espa?o de tempo, uma transforma??o completa, n?o só no modo de viver, mas tambem na organisa??o da sociedade; quando a atten??o dos homens pensadores come?ava a fixar-se na grande revolu??o prevista, e a meditar nos difficeis problemas que ella em breve deveria offerecer á resolu??o dos philosophos e dos estadistas; quando a atten??o geral dos povos, desapegada das tradi??es do passado, se absorvia inteiramente na contempla??o do presente, admirando as maravilhas do progresso, anciando saciar-se dos gosos, que elle gera com m?o fecunda e prodiga, o romance, deixando tambem em repouso os archivos da historia, come?ou a inspirar-se nas scenas da vida actual. E ao passo que retratava a sociedade, dando colorido e relevo a cada uma das suas fei??es, lan?ava á arena da discuss?o as novas e grandes quest?es sociaes.

Porém, partindo do mesmo ponto, movidos por egual impulso, os romancistas contemporaneos, que se dedicaram a descrever os costumes e praticas da actualidade, dividiram-se em duas turmas, seguindo caminho differente. Uns, impellidos por uma idêa elevada e generosa, pintaram com c?res negras, mas verdadeiras, todas as angustias e miserias da sociedade moderna, estudando-lhes as causas, apontando os perigos futuros, fazendo avultar os defeitos e defficiencias das institui??es; chamando, em fim, a solicitude dos poderes publicos para o horrivel cancro, que vae corroendo o corpo social. á frente d'estes illustrados romancistas colocára-se Eugenio Sue.

Infelizmente, muitos discipulos d'esta eschola, esquecendo ou despresando os intuitos philosophicos do mestre, trataram sómente de deleitar; e reconhecendo as tendencias do seculo para os gosos sensuaes, e para os grandes sobresaltos do espirito e do cora??o, puzeram em ac??o todas as paix?es violentas, e todos os instinctos ferozes da humanidade. Compozeram d'est'arte, é bem certo, quadros grandiosos, cheios de vida e de anima??o, scintilantes de fogo e de energia, em que se succedem uns aos outros os episodios dramaticos, e as scenas tragicas. Mas, atravez das galas da poesia, com que os adornaram, e sob o brilho seductor dos ouropeis com que se esfor?am por atenuar, sen?o santificar, a hidiondez de torpezas e devassid?es repugnantes, transparece o virus da corrup??o da alma, ministrado em ta?a de ouro á mocidade inexperiente e ávida de commo??es fortes.

A outra turma de romancistas tem trilhado mais nobre senda, no desempenho de uma miss?o civilisadora e santa.

Os seus romances n?o deslumbrar?o, talvez, o espirito com o esplendor das imagens; n?o o sobresaltar?o com a rapida success?o de casos extraordinarios; n?o subjugam a raz?o, nem exp?em o cora??o a contínuo tremor com o longo encadeamento de commo??es violentas.

Como o prado, que, sob o sol da primavera, se veste de verdores, que vae matisando pouco a pouco de flores singelas, mas rescendendo de suaves aromas, resplandecentes e encantadoras pela viveza e variedade das c?res; e que no inverno troca as alegrias em tristezas, as galas em miseria, para outra vez folgar e enriquecer-se sob o novo sceptro de Flora; assim nas produc??es d'estes romancistas alternam-se as scenas meigas e suaves da familia com os tristes acasos da sorte, com as tribula??es da desventura, emfim, com as tempestades da vida. N'estes quadros avultam tambem os contrastes, como na natureza; os toques de luz e de sombra, colhidos nas vicissitudes da fortuna e no tumultuar das paix?es. Figuram ahi alguns dos vicios e crimes, que s?o no mundo moral a imagem das for?as destruidoras no mundo physico. Mas apresentam-se, n?o com o semblante vellado, embora por véo transparente, que mal deixa distinguir-lhes a fealdade; n?o com as fei??es embellesadas e disfar?adas com arrebiques e lou?ainhas, que fascinem e lhes conciliem as sympathias das almas ingenuas e credulas, mas sim taes quaes s?o, na sua completa nudez, em toda a sua asquerosa deformidade.

Finalmente, d'esta lucta entre o bem e o mal, figurada n'estes romances, sáe a virtude ou o arrependimento coroado pela felicidade, e o crime ou o vicio punido pela justi?a dos homens, ou pela de Deos, que dos proprios vicios e crimes fez gerar o castigo que os pune na terra.

A esta turma de romancistas, a que pertence a eschola allem?, veiu associar-se uma outra, ainda mais singela e modesta, talvez, mas tambem guiada pelo mesmo impulso generoso de deleitar, moralisando. Comp?e-se esta de um certo numero de auctores de contos e tradi??es populares, entre os quaes occupa logar de honra D. Antonio de Trueba.

Continue Reading

You'll also like

MY MASTERS

MY MASTERS

Romance

5.0

For as long as Emily can remember, she has wanted to overcome her shyness and explore her sexuality. Still, everything changes when she receives an invitation to visit one of the town's most prestigious BDSM clubs, DESIRE'S DEN. On the day she chose to peruse the club, she noticed three men, all dressed in suits, standing on the upper level, near the railing. Despite her limited vision, she persisted in fixating on them. Their towering statues belied the toned bodies concealed by their sharply tailored suits-or so she could tell. The hair of two of them was short and dark, and the third had light brown-possibly blond-hair that reached the shoulders. The dark, crimson background incised their figures, exuding an air of mystery and strength. They stood in stark contrast to the unfiltered, primal energy that pulsed through the club. Shocked by the desires these men aroused in her, she was disappointed to learn that they were masters seeking a slave to divide and conquer. She couldn't afford the fee, and she also realized that they were outside her league. Emily hurriedly left the club, feeling disappointed and depressed, unaware that she had also caught the group's attention. A world of wicked pleasure, three handsome men. Over the years, they have lived a life of decadence, their lavish lair serving as a stage for their most sinister desires. But despite the unending parade of willing subjects, one woman sticks out. A mysterious stranger with white porcelain skin and a killer body, a slave, a name with no address, the first lady to attract their eye and they will go to any length to obtain her no matter the consequences.

Fated To The Wrong Alpha

Fated To The Wrong Alpha

Werewolf

5.0

She was hurt. She was bullied and made fun of. And the only hope that kept her going was finding her mate. She has always been weak. Weak to the world. Why? Because she was a lantern. She didn't have a wolf. That's what everyone thought about her. When she found her mate, he wanted her to be his slut and not a wife. She might be an omega, but it doesn't mean she will take disloyalty and betrayal lightly. So she did something that no one in history ever did. She rejected an Alpha. "I, Alexis Clark, reject Brandon Sterling, the alpha of Black mist pack, and consider myself a free soul until I decide so."; Were her last words before she left that torturous place and became a rogue. A rogue that everyone was fearing and finding. Why? Because she was the rogue that has become one of the biggest problems of almost all the packs in the country. She was Alexis Clark. A rogue that rejected an Alpha, stealth food, kill other rogues, and more than that was living with humans and studying with them. What will happen when her case is given to the world's most dangerous alpha, Sebastian Sinclair, who has taken it upon himself to punish this rogue. The one who hated rogues and omega to a level that was beyond understanding. Why? Because his mate was an omega, who betrayed him with a rogue before dying. How will Alexis tackle this alpha, in whose College she was studying and living under hiding for almost a year? What will Sebastian do when he finds out the new girl he had been talking to is none other than the rogue omega that he had decided to kill? "To love you with all my might was my only wish, but you were the only one who gave me endless suffering. So today, I promise myself to not fall for anyone."; A simple saying that both Alexis and Sebastian had vowed upon. Will they be able to find their love amidst all these problems?

Chapters
Read Now
Download Book