Uma família ingleza Scenas da vida do porto
ddicionava, subtrahia, multiplicava, e dividia algarismos, e isto tudo resmoneando, cantarolando e tossindo, o snr. Manoel Quentino, personagem da idade d
, contas correntes, contas de venda, conhecimentos, primeiras, segundas e terceiras vias de letras, minutas de seguros, re
que n?o se devia taxar d
redo d'esta singular classifica??o, que dera ás cousas; para o proprio Mr. Richard, antolhava-se um dédalo o escri
do a chave na porta do escriptorio; e meia hora depois, sentado já á banca, todo entregue ao trabalho da escripta. ás tres da tarde, no inverno, e ás quatro, no
os. Elle tudo queria feito com tempo, e, como a cada momento dizia: ?para pressas é que n?o era?; gra?as, porém, á paciencia e á regulari
receito: festina lente, e comprovava
aviam procurado realisar n'elle certos melhoramentos, que o fizessem mais commodo; tiveram porém de recuar diante das repugnancias do velho guarda-livros, qu
as de construc??o antiga, de pequenos caixilhos, e abundantes em fechos, aldrabas e postigos, com a porta de fortaleza, cujos gonzos perros tinham um chiar, que era para Manoel Quentino como o timbre
do encanecimento dos seus c
z de servi?o, a todos os quaes o guarda-livros accusava constantemente de mandri?es e ao mesmo tem
urarios duas cartas insignificantes a copiar e entregára-se elle, com t
a escrever uma carta de amores á dama dos seus pensamentos, carta em que, por incidente, foram inclusas algumas allus?es epigrammaticas ao guarda-livros, a quem entre outras cousas se chamava ?Argos desapiedado?; o rapaz de servi?o, deixado tambem em disponibi
ao singular monologo, que estava de con
e em Manoel Quentino
velho guarda-livros acabára por julgal-a quasi dotada de certa intelligencia e fallava-lhe, ani
R! Isso n?o esperava eu de ti!… Adeus! Agora mais este cabello!… E sujas-me todo!… Trapalhona!… Ai, que impertinente que estás!… Adiante! adiante! adiante!… Espera, espera… Lá te esqueceu um D!… E agor
io da pagina e lhe inutilisava a
ai, la rai
i, larai,
lai, lara
lari, lari,
lari, lari,
riticas. E sem mais alguma observa??o p?z a folha suja de lado, preparou outra e ence
teus dias. Vem cá tu-dizia par
do fixo
uito boa cara! n?o…
ho mais que fazer!…
ora!… Bravo… Ninguem
pit
o o bom servi?o da penna e quasi lhe parecia v
ova, precedendo Carlos Whitestone, invadiu o até alli silencioso e tranquillo recinto
que a sua impetuosidade produzira, p?z-se a olhar silencioso para elle e em seguida para
e Carlos n?o
dou Carlos do limiar, fazendo para o gu
, encolhendo os hombros e dando ás fei??es um ar de
de; mas o inglez de Manoel Quentino era, até certo ponto, como o portuguez do patr?o. Causava especial sensa??o ouvil-o pronunciar todas as pala
o rapaz do escriptorio:-Olha aquella agua que se entornou…-e
s florescente saude do
pparecido!-Anda
lvez feito aq
ungou Mano
haviam escondido, um o romance, outro o mo
a flor?-perguntou Carlos, mexendo-lhe nos papei
ahi, homem! Que é o qu
lumes n'esta ca
lá, espere lá. N?o me desarranje isso. Eu do
cada um dos caixeiros, que os afagaram com ol
insisti
ntou os olhos e fixo
d'aquelle olhar
enderem, e emquanto o faziam, voltou-se para Manoel Quentino, e
entino? Deixe fumar os r
ue ha de gostar de… E demais a
anella-vae á rua de Santo Antonio saber se aquelle meu casaco está prompto… e chega de caminho ao theatro de S. Jo?o, pergunta pe
e ha de levar a correspondencia ao correi
á d'isso?
M
rreio quem quizer
saíu a
ino encolheu
ar. Uma rajada de vento, entrando na sala, fez esv
s diabos!-exclamou o guarda-livros
desatou
fazem?-perguntou, descarregando as iras sobre os caixeir
panho isso-disse Carl
aram a apanhar os papei
a a carta do correspondente de Liverpool! Sim, senhores! Olhem para estas contas da gerencia da capella ingleza! Tambem ficara
inha p?z-se a coorden
ella-quem é aquella rapariga que está aqui defron
o, homem? Tomára
ê ha de saber. Um rap
se familiarmente a
o de melancolia, transparecendo por debaixo do jovial so
arlos, aproximo
de ver a pessoa desi
ha de
utro caixeiro, que po
ncia, ficaram encostados á varanda, prati
or ordem os papeis, olhava de quando
la
o hymno
a-livros, dirigiu os seus furores contra a pituit
e!-dizia elle
m?o em si, que n?o
um gosto exquisito! Ahi posto á janella com este vento dos d
nella e vindo debru?ar-se na escrivaninha de Manoel
noel Quentino;-dizia
ual o velho fez caret
ue falla o Walter Scot
tt, Manoel
spondeu o velho, co
a. Sabe o que é ser romancista
que tenho ma
e lhe hei de emprest
agrad
ha de ser O
s fungaram do ou
mente Carlos-e acrescentou:-N?o
muito canceirosa-res
emprestar-lhe
feito nos
concep??o de Jules Sandeau-concluiu C
anoel Quentino-Por sua causa escrevi
emen
endar boa
a faz-se bem um o; depoi
edio é
paciencia com
s! Ent?o vae outr
e o sen
a lettra! Invejo-lh'a. Se me
pre
??o, ia dizendo em vo
or de 14 do corre
al-proseguiu Carlos-rap
Carlos alternadamente:-Elle ahi vem com as raparigas;
oel Quentino, diga se, quando era rapaz, n?o massav
uidar…-Em vista pois das ordens recebidas…-Cuida que me levantava ao meio dia p
los, tomando a penna e desenhando u
a bem o sei; ainda me n?o esqueceram
gadas!… Be
ganado, se cuida que todos tiveram a sua vida.
-continuava Carlos-Ha
tempo perdido n'
, aproximando a penna da borda da carta, que Manoel Quentino
ando-lhe a m?o-Que ia fazer? Se
rindo e p?z-se a
a n?o veio
ue te
?o v
char isto mais cêdo hoje-continuou Carlos.-
val é o d'
horas
anoel Quentino, sem olhar para o
mas foi interrompido pelo ranger das bota
se a ordem no
roprio Carlos pegou em uma folha ingleza
banca e moveu com maior agilidade a penna sob
toadas inglezas; mas, gra?as ao duro ouvido musical de que era dotado o velho gentleman,
posto, atravessou a sala e foi cumprimentar o seu companheiro terra-nova, o qua
estudal-o, facilmente descobriria certa express?o de contentamento, despertada p
enny sortira
elle, para lhe pedir a ben??o e ao mesmo tempo aproveitou a occasi?o para lhe agradec
a??o contra o filho. A vinda d'este ao escriptorio fora
ve duvida… Pois… esse relogio é de um fabricante muito acreditado, e, segundo o homem affirma aos compradores, n
nal-observou Carlo
dou Mr. Richard, rindo cada vez mais e experiment
u do armario uma copiosa provis?o de bolacha e, na companhia
mbos ao escriptorio nas melh
er ent?o, como exulta
Manoel Quentino, Carlos sentou-se na escrivaninha
os, sobre alguns negocios pendentes, ás quaes Manoe
, tomou notas, expediu ordens, examinou a escriptura??o, abriu o copiador
correspondente em Londres?-
n?o,
o guarda-livros; e depois acrescentou de novo para Carlos:-Ha noticias importantes e que
dizer alguma cousa, mas com tanta infelicidade, que troco
Richard, mortificado
… de Lo
a??o, mas o peior era que n?o sabia corrigil-a, pois
a elle embara?ado.-Eu
é que m
rdadeiro nome, pronunciado por
necessidade p?r Carlos Whitestone ao corrente das noticias commerciaes, abriu comtudo a escrivaninha e, procurando a carta
me do correspondente, p?z-se
Manoel Quentino quasi ao ouvido de Carlos, antes
da vidra?a, onde tocava um ligeiro rufo. N?o estava ainda de todo restabelecido da má impress?o
ra a carta commercial,
ia de aproveitar o conse
llar ao pae no tal p
a elle inteiram
mente, aggravar as difficuldades d
ver, lan?ando para Carlos, ao molh
ousou
uamente, como a espe
Quentino, o qual lhe fez
avent
aguardente…-disse elle c
o foi ma
disfar?ar a intima satisfa??o, que lhe caus
ue logo me deu que entender. C
o resultado, prosegu
negocio
porém uma carêta, qu
e vulto n?
a sel-o para o futuro
ch
te-concord
Quentin
ssem n'isto as condi??es do mercado em Londres. Subiria o g
ando para Manoel Quentino, á espe
uma palavra, que a Carlos pareceu dever ser ?j
mbem
evesse dizer do juro, nem se era natura
m direc??o do tecto, exprimindo
-concluiu, em vista d'
a??o do filho, e evidentemente
o juro está muit
-apressou-se Carlos em dizer, d'esta vez sem hesit
ue ainda n'estes ultimos dez an
ntino um movimento de desappr
ei; dez annos ser
ho; e, depois de meditar algum tempo, continuou, voltando-se para o guarda-livros:-E
pondeu este, sem levant
a 55… 8… é isso… Porque eu lembro-me de
noel Quentino-o cambio era-n
so, é
stante difficuldade para Carlos e com superior diplomacia do bondoso Manoel Quentino, qu
, saíu do escriptorio, dando as boas tardes a Manoel Quentino, fazendo a Carlos um signal de despedida, menos sêcco do que de ordina
rfly, impaciente de liberdade, já a carta do correspondente de Londres, descrevendo uma parabola, vinha caír na
edemp??o!-exclamou elle,
ra?-disse Manoel Quen
stante de commercio esta manh?? Is
gocio da aguardente? Ent?o com que,
embara?ado com
saíu-
o-lhe o
guma cousa ao corresp
e occorrer o arrevezado nome d'e
ma das primeiras firmas commerciaes de
nem mais uma palavra a respeito do tal negocio da aguardente. Boas t
r. Charles…
de Carlos, e a pancada violenta da meia cance
r?a-feira de carnaval, terminára mais cêdo a azafama do commercio. Os caixeiros boce
ais ruidosamente inter
ai, larai, lai?
iss?es e enganos, que o obrigavam a refazel-o outra
si todas
inda me deixo distrahir como as
mbrando-se
uinas tambem!
a para os
scaras, v?o; e olhem se teem juizo e n?
, snr. Manoel Quentino…-dis
é que me deixem
s n?o se fi
o lá é, um cora??o de pomba… A cabe?a é que… E n'isto de negocio, ent?o!… Eh! eh! eh!… E o pae a imaginar ha pouco… A gente sempre tem cegueiras pelos filhos! Cala-te, b?ca, que tambem n?o pódes fallar! Coitados dos paes! E o velho quer-lhe devéras… Toda a sua pena é o rapaz n?o tomar gosto para o commercio. Aquil
echar o escriptorio, para voltar a casa com appetite no estomago e tranquillidade no cora??o. Já vê o leitor