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Uma família ingleza Scenas da vida do porto

Chapter 10 NO ESCRIPTORIO

Word Count: 4866    |    Released on: 06/12/2017

ddicionava, subtrahia, multiplicava, e dividia algarismos, e isto tudo resmoneando, cantarolando e tossindo, o snr. Manoel Quentino, personagem da idade d

, contas correntes, contas de venda, conhecimentos, primeiras, segundas e terceiras vias de letras, minutas de seguros, re

que n?o se devia taxar d

redo d'esta singular classifica??o, que dera ás cousas; para o proprio Mr. Richard, antolhava-se um dédalo o escri

do a chave na porta do escriptorio; e meia hora depois, sentado já á banca, todo entregue ao trabalho da escripta. ás tres da tarde, no inverno, e ás quatro, no

os. Elle tudo queria feito com tempo, e, como a cada momento dizia: ?para pressas é que n?o era?; gra?as, porém, á paciencia e á regulari

receito: festina lente, e comprovava

aviam procurado realisar n'elle certos melhoramentos, que o fizessem mais commodo; tiveram porém de recuar diante das repugnancias do velho guarda-livros, qu

as de construc??o antiga, de pequenos caixilhos, e abundantes em fechos, aldrabas e postigos, com a porta de fortaleza, cujos gonzos perros tinham um chiar, que era para Manoel Quentino como o timbre

do encanecimento dos seus c

z de servi?o, a todos os quaes o guarda-livros accusava constantemente de mandri?es e ao mesmo tem

urarios duas cartas insignificantes a copiar e entregára-se elle, com t

a escrever uma carta de amores á dama dos seus pensamentos, carta em que, por incidente, foram inclusas algumas allus?es epigrammaticas ao guarda-livros, a quem entre outras cousas se chamava ?Argos desapiedado?; o rapaz de servi?o, deixado tambem em disponibi

ao singular monologo, que estava de con

e em Manoel Quentino

velho guarda-livros acabára por julgal-a quasi dotada de certa intelligencia e fallava-lhe, ani

R! Isso n?o esperava eu de ti!… Adeus! Agora mais este cabello!… E sujas-me todo!… Trapalhona!… Ai, que impertinente que estás!… Adiante! adiante! adiante!… Espera, espera… Lá te esqueceu um D!… E agor

io da pagina e lhe inutilisava a

ai, la rai

i, larai,

lai, lara

lari, lari,

lari, lari,

riticas. E sem mais alguma observa??o p?z a folha suja de lado, preparou outra e ence

teus dias. Vem cá tu-dizia par

do fixo

uito boa cara! n?o…

ho mais que fazer!…

ora!… Bravo… Ninguem

pit

o o bom servi?o da penna e quasi lhe parecia v

ova, precedendo Carlos Whitestone, invadiu o até alli silencioso e tranquillo recinto

que a sua impetuosidade produzira, p?z-se a olhar silencioso para elle e em seguida para

e Carlos n?o

dou Carlos do limiar, fazendo para o gu

, encolhendo os hombros e dando ás fei??es um ar de

de; mas o inglez de Manoel Quentino era, até certo ponto, como o portuguez do patr?o. Causava especial sensa??o ouvil-o pronunciar todas as pala

o rapaz do escriptorio:-Olha aquella agua que se entornou…-e

s florescente saude do

pparecido!-Anda

lvez feito aq

ungou Mano

haviam escondido, um o romance, outro o mo

a flor?-perguntou Carlos, mexendo-lhe nos papei

ahi, homem! Que é o qu

lumes n'esta ca

lá, espere lá. N?o me desarranje isso. Eu do

cada um dos caixeiros, que os afagaram com ol

insisti

ntou os olhos e fixo

d'aquelle olhar

enderem, e emquanto o faziam, voltou-se para Manoel Quentino, e

entino? Deixe fumar os r

ue ha de gostar de… E demais a

anella-vae á rua de Santo Antonio saber se aquelle meu casaco está prompto… e chega de caminho ao theatro de S. Jo?o, pergunta pe

e ha de levar a correspondencia ao correi

á d'isso?

M

rreio quem quizer

saíu a

ino encolheu

ar. Uma rajada de vento, entrando na sala, fez esv

s diabos!-exclamou o guarda-livros

desatou

fazem?-perguntou, descarregando as iras sobre os caixeir

panho isso-disse Carl

aram a apanhar os papei

a a carta do correspondente de Liverpool! Sim, senhores! Olhem para estas contas da gerencia da capella ingleza! Tambem ficara

inha p?z-se a coorden

ella-quem é aquella rapariga que está aqui defron

o, homem? Tomára

ê ha de saber. Um rap

se familiarmente a

o de melancolia, transparecendo por debaixo do jovial so

arlos, aproximo

de ver a pessoa desi

ha de

utro caixeiro, que po

ncia, ficaram encostados á varanda, prati

or ordem os papeis, olhava de quando

la

o hymno

a-livros, dirigiu os seus furores contra a pituit

e!-dizia elle

m?o em si, que n?o

um gosto exquisito! Ahi posto á janella com este vento dos d

nella e vindo debru?ar-se na escrivaninha de Manoel

noel Quentino;-dizia

ual o velho fez caret

ue falla o Walter Scot

tt, Manoel

spondeu o velho, co

a. Sabe o que é ser romancista

que tenho ma

e lhe hei de emprest

agrad

ha de ser O

s fungaram do ou

mente Carlos-e acrescentou:-N?o

muito canceirosa-res

emprestar-lhe

feito nos

concep??o de Jules Sandeau-concluiu C

anoel Quentino-Por sua causa escrevi

emen

endar boa

a faz-se bem um o; depoi

edio é

paciencia com

s! Ent?o vae outr

e o sen

a lettra! Invejo-lh'a. Se me

pre

??o, ia dizendo em vo

or de 14 do corre

al-proseguiu Carlos-rap

Carlos alternadamente:-Elle ahi vem com as raparigas;

oel Quentino, diga se, quando era rapaz, n?o massav

uidar…-Em vista pois das ordens recebidas…-Cuida que me levantava ao meio dia p

los, tomando a penna e desenhando u

a bem o sei; ainda me n?o esqueceram

gadas!… Be

ganado, se cuida que todos tiveram a sua vida.

-continuava Carlos-Ha

tempo perdido n'

, aproximando a penna da borda da carta, que Manoel Quentino

ando-lhe a m?o-Que ia fazer? Se

rindo e p?z-se a

a n?o veio

ue te

?o v

char isto mais cêdo hoje-continuou Carlos.-

val é o d'

horas

anoel Quentino, sem olhar para o

mas foi interrompido pelo ranger das bota

se a ordem no

roprio Carlos pegou em uma folha ingleza

banca e moveu com maior agilidade a penna sob

toadas inglezas; mas, gra?as ao duro ouvido musical de que era dotado o velho gentleman,

posto, atravessou a sala e foi cumprimentar o seu companheiro terra-nova, o qua

estudal-o, facilmente descobriria certa express?o de contentamento, despertada p

enny sortira

elle, para lhe pedir a ben??o e ao mesmo tempo aproveitou a occasi?o para lhe agradec

a??o contra o filho. A vinda d'este ao escriptorio fora

ve duvida… Pois… esse relogio é de um fabricante muito acreditado, e, segundo o homem affirma aos compradores, n

nal-observou Carlo

dou Mr. Richard, rindo cada vez mais e experiment

u do armario uma copiosa provis?o de bolacha e, na companhia

mbos ao escriptorio nas melh

er ent?o, como exulta

Manoel Quentino, Carlos sentou-se na escrivaninha

os, sobre alguns negocios pendentes, ás quaes Manoe

, tomou notas, expediu ordens, examinou a escriptura??o, abriu o copiador

correspondente em Londres?-

n?o,

o guarda-livros; e depois acrescentou de novo para Carlos:-Ha noticias importantes e que

dizer alguma cousa, mas com tanta infelicidade, que troco

Richard, mortificado

… de Lo

a??o, mas o peior era que n?o sabia corrigil-a, pois

a elle embara?ado.-Eu

é que m

rdadeiro nome, pronunciado por

necessidade p?r Carlos Whitestone ao corrente das noticias commerciaes, abriu comtudo a escrivaninha e, procurando a carta

me do correspondente, p?z-se

Manoel Quentino quasi ao ouvido de Carlos, antes

da vidra?a, onde tocava um ligeiro rufo. N?o estava ainda de todo restabelecido da má impress?o

ra a carta commercial,

ia de aproveitar o conse

llar ao pae no tal p

a elle inteiram

mente, aggravar as difficuldades d

ver, lan?ando para Carlos, ao molh

ousou

uamente, como a espe

Quentino, o qual lhe fez

avent

aguardente…-disse elle c

o foi ma

disfar?ar a intima satisfa??o, que lhe caus

ue logo me deu que entender. C

o resultado, prosegu

negocio

porém uma carêta, qu

e vulto n?

a sel-o para o futuro

ch

te-concord

Quentin

ssem n'isto as condi??es do mercado em Londres. Subiria o g

ando para Manoel Quentino, á espe

uma palavra, que a Carlos pareceu dever ser ?j

mbem

evesse dizer do juro, nem se era natura

m direc??o do tecto, exprimindo

-concluiu, em vista d'

a??o do filho, e evidentemente

o juro está muit

-apressou-se Carlos em dizer, d'esta vez sem hesit

ue ainda n'estes ultimos dez an

ntino um movimento de desappr

ei; dez annos ser

ho; e, depois de meditar algum tempo, continuou, voltando-se para o guarda-livros:-E

pondeu este, sem levant

a 55… 8… é isso… Porque eu lembro-me de

noel Quentino-o cambio era-n

so, é

stante difficuldade para Carlos e com superior diplomacia do bondoso Manoel Quentino, qu

, saíu do escriptorio, dando as boas tardes a Manoel Quentino, fazendo a Carlos um signal de despedida, menos sêcco do que de ordina

rfly, impaciente de liberdade, já a carta do correspondente de Londres, descrevendo uma parabola, vinha caír na

edemp??o!-exclamou elle,

ra?-disse Manoel Quen

stante de commercio esta manh?? Is

gocio da aguardente? Ent?o com que,

embara?ado com

saíu-

o-lhe o

guma cousa ao corresp

e occorrer o arrevezado nome d'e

ma das primeiras firmas commerciaes de

nem mais uma palavra a respeito do tal negocio da aguardente. Boas t

r. Charles…

de Carlos, e a pancada violenta da meia cance

r?a-feira de carnaval, terminára mais cêdo a azafama do commercio. Os caixeiros boce

ais ruidosamente inter

ai, larai, lai?

iss?es e enganos, que o obrigavam a refazel-o outra

si todas

inda me deixo distrahir como as

mbrando-se

uinas tambem!

a para os

scaras, v?o; e olhem se teem juizo e n?

, snr. Manoel Quentino…-dis

é que me deixem

s n?o se fi

o lá é, um cora??o de pomba… A cabe?a é que… E n'isto de negocio, ent?o!… Eh! eh! eh!… E o pae a imaginar ha pouco… A gente sempre tem cegueiras pelos filhos! Cala-te, b?ca, que tambem n?o pódes fallar! Coitados dos paes! E o velho quer-lhe devéras… Toda a sua pena é o rapaz n?o tomar gosto para o commercio. Aquil

echar o escriptorio, para voltar a casa com appetite no estomago e tranquillidade no cora??o. Já vê o leitor

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