icon 0
icon TOP UP
rightIcon
icon Reading History
rightIcon
icon Log out
rightIcon
icon Get the APP
rightIcon

A Morgadinha dos Cannaviaes

Chapter 2 No.2

Word Count: 5287    |    Released on: 06/12/2017

s pancadas no solido port?o de cas

mal a Henrique da cordialidade da recep??o que o esperava. De facto as inten??es dos quadrupedes n?o pareciam demasiado hospitaleiras. O almocrev

s á ordem, se é licito, sem irreverencia, empregar n'est

s gonzos, e emfim um homem de lavoura alto e magro, trazendo em punho um lampe?o

hor lhes dê mu

sto de Henrique, poz-se a miral-o

cá da senhora,

eu

azêdo. Eu já julgava

avam a imp?r respeito os olhares ferinos e os rugidos surdos dos

tre-insist

es anima

l. Sae-te p'ra lá, L

omes! E dizia o home

e soltam assim os c?es. Os diabos n?o s?o nenhuns cordeiros. Olhe no outro dia o sr.

uxesse cá os d'elle. N?o tem dúvida; ent

Henrique, a quem as palavras do almocreve

d'isto encolheu o

L

annos, e quasi nua,

ses c?es, que aqui

ch?o um tronco de tojo, deu-se a zurzir desapiedadamente nas feras, que, com todo

maltratado com o desfecho da scena; mas a prudenci

ve-arranje-se como puder e mais a bêsta ahi pela

que eu cá me arranjarei. Muit

o guia a esportula da gorgeta, e após seguiu, com

de Henrique, o aspecto que lhe offerecia, áquella hora da noite,

evitar a Henrique o trope?ar n'um carro desapparelhado, n'uma dorna, n'uma pia para gallinhas, e em outros objectos que atrancavam o quinteiro. Transpondo a cancella que terminava este, seguiram por uma rua de folhas; atravessaram diagonalmente a horta, pelo carr

ique era um genuino typo de

os á escassa luz que os allumiava, recebeu Henrique a primei

rava-se agora vagamente de ter brincado alli, a cavallo n'esse mesmo parapeito, ent?o, como agora,

ecera, e ao qual tinha a ideia vaga de haver quebrado uma aza; abaixou-se no intento de se certificar, e viu q

erta, vendo que em oito dias operava maior reforma nos seus aposento

sse para dentro que era o sob

pareceu de bra?os abertos a tia Dorothéa, e por traz d'ella, elevando a luz acima do hombro da ama, a criada Maria de Jesus, a que, havia tri

do comprido bigode de Henrique, a sr.a Dorot

ainda encontrar os mesmos cabellos louros e annelados e o mesmo rosto menineiro da travêssa crean?a d

s illus?e

; a infundada surpreza invade-nos de subito, e os l

o Henriquinho?!-disse e

que sim, t

omem! ó Maria de Jesus,

ado!-disse a criada,

Nossa Senhora nos livre de tal!-exclamou a ama, em cujo conc

que havia tanto tempo que n?o vira, e ella corresp

tinha n'aquella alma. A bondade é um rico mananc

sentiu prêso em novos la?os. Era Maria de Jesus, que o abra?ava tambem e lhe pespegava nas faces dois beijos muito chiado

ece entre amos e criados distancias desconhecidas na aldeia, extran

us dizia, ai

s é este o menino que vinha á cozinha li

que boa marmel

oubesse que eras assim, n?o tinha mandado l

d?ce cá em casa, como d'a

uerem vêr nós aqui postas á palestra! Entra, menino, en

um pouco, t

entrou pa

leitor sobre as pessoas, em cuja casa s

lheres-D. Dorothéa e Maria de Jesus, ama e criada-gosavam na quinta de Alvapenha

duas celibatarias passavam alli uma vida, rescendente a um suave perfume de santidade, como o da alfazema e do ros

maior parte das familias d'este mundo. Entre velhas, que nunca tiveram filhos, circumsta

prichos da outra, e tudo corria bem. Nunca a dentro d'aquellas paredes se ouviu uma só palavra, que, por mais alt

os por demandas entre primos e irm?os, paes e filhos, marido e mulher, most

ugmentavam o numero de Padre-Nossos com que todas as noites se faziam lembrar dos santos, de

es-equivalia a escutar uma resenha das differentes calamidades, que perseguem

das bexigas, etc. Seguia-se um Padre-Nosso por todos os que andam sobre as aguas do mar; outro por os pobres sem abrigo nem alimento; outro por os orph?os; outro pelos doentes; um pelos vivos; outro pelos mortos; um pelos justos; outro pelas almas do purgatorio, n?o hesitando até a s

endores da luz perpetua? oravam com verdadeira compun??o. N'esta phalange ia tambem D. Jo?o VI, por quem, havia quarenta annos, se costumára a rezar D. Dorothéa, e n?o

em nos sentimos attrahidos; a quem se estima e com quem se brinca ao mesmo tempo; que nos podem inspirar sacrificios e simultaneamente nos tentam a travessura; a q

o da tia Dorothéa com o seu vestido r?xo, o seu len?o castamente cruzado no peito, a sua touca de folhos alvissimos e de

erar de uma longa e intima convivencia; haviam reciprocamente adoptado maneiras e modos de pensar e de vêr e de dizer as coisas

de Souzellas ao primeiro exame

com elle para

com Henrique julgaria, á vista da uniforme disposi??o de coisas mantida alli dentro e

mais desbotadas; as mesmas ou iguaes cortinas nas janellas; o mesmo cheiro de feno e alfa

e e leviana memoria de rapaz estouvado, s

ma physionomia

atar-se. O tecto era de almofadas de castanho, em tempos pintado de azul, agora de uma c?r duvidosa. Havia quinze annos que D. Dorothéa falava em o mandar retocar, mas o projecto, momentoso como era, ia sendo adiado de primavera para primavera. Orlava a sala, no alto, um friso ou cornija saliente, onde coroadas ma??s de inverno aguardavam, em vistosa fileira, a completa matura??o, e derram

spectiva chronica, é obra das m?os de José de Nicodemus; os Santos Martyres de Marrocos, da igreja de S. Francisco, etc., etc. Sobre a cómmoda de pau preto era devotamente venerado o mais rubicundo, menineiro e bem disposto

o de caro?os de azeitonas, uns poucos de vintens de prata, enfiados e pendentes do bra?o do menino Jesus, que o santo sustentava ao collo, veronicas, escapularios, u

; mesas cobertas com colchas de chita; bahús cravados de pregaria amarella, disposta em lettras e arabescos; uma papeleira de pau santo, e uma gai

casa, sentia já certo desconf?rto, como de quem é arrancado de subito ao ambiente, em que se educou e vive, e e

udade é como o de certas flores, que só se percebe quando de longe o

a isto co

is funda a cren?a de que n?o seria p

anto sua tia falava-ser?o efficazes para que

tanto se

s cruzados em contempla??o defronte d'elle.-ó menino, onde fos

bremaneira emba

N?o é obriga??o-respondeu

do-se e tomando logar ao lado da ama.-Até nem sei que pare

elle; um homem sujeito a uma exposi??o d'estas, por mais que fa?a, n?o atina com o modo de arrostar com ella, que n?

rer recolher-se. Henrique, apesar de n?o costumar cear, acceitou a ideia, porque o frio, as fadigas e a má alimenta??o dos ultimos dias, haviam-lhe desafiad

pelens. Vejam lá que arranjo este! ficar toda a santa noite sem alguma coisa que dê sustento ao es

bastante

molhada no corpo. ó Maria... ou deixe estar, eu vou... Anda, Henr

vestido, saboreava uma gorda gallinha de canja, sobre uma

ais afamados cozinheiros de Lisboa, estava achando delic

iliaridade, que Henrique já anteriormente extra

á; pois que o faziam

al curiosidade de quem havia tanto tempo n?o tivera um hospede, faziam

que estavas doente; pois ol

oas c?res, e, vamos, a magrez

co de Henrique; resp

estou? Pois isto é lá c?r de saude? de f

E depois como vieste de jornada... Mas

da a parte. ás vezes parece-me que sinto apertar-se-me dolorosamente o cora??o; outras, s?o palpita??es, ancias... Tenho quasi vontade de chorar, irrit

, emquanto elle falava, e na physionomia iam-se-lhe desenhando,

a exposi??o, ella disse-lh

im uma espec

obresaltou-se. Seria a consc

Mania! Veja bem, olhe qu

n?o é outra coisa. Pois isto de estar triste sem ter de quê..

ttejaes lagrimas sinceras ao desmaiar do dia, ao desfolhar das arvores no outomno; poetas, que escutaes, com Victor Hugo, as vozes interiores, os cantos do crepusculo, e com elle adivinhaes os mysterios dos raios e das sombras, perdoae a involuntaria blasphemia da tia Dorothéa, que n?o contem o menor fermento

a express?o, de que se servira a

empre é forte de mais. Mania, n?o,

cunhado da Rosa do Bacello. A senhora n?o se lembra? Andou aquella alminh

, erguendo os olhos interr

cluiu esta, espevitando a véla

zellas pulou co

de caldo de arroz, que lhe estava s

mes mais?-per

do; eu o mais q

reciso fazer por c

este c?x?o-di

Henrique, e insistiu pa

Senhora, menino. E deixa-te lá de pensar e estar triste, que isso n?o é bom. é

-e n?o queira estar doente

Augustito do doutor, que é um bom mocinho. E depois vae dar um passeio por ahi, um dia até os moinhos outro dia até á ermi

só a morg

chamar-lhe tamb

utras senhoras mandaram tambem o Torquato saber do

ella gente. é uma gente muito dada e sem ceremonia. é preciso

duas, nem se dava ao trabalho de intervir no dialogo em que e

ae e faze por dormir. Olha lá

ia, n?o

está aquella lamparina, que me serviu

senhora; se a s

á, me

ia, n?

escuras-dizia a criada.-Eu, gra?as

ê. Olha, ó Henriquinho, has de vêr se

Henrique, procurando fugir ás muitas reflex?es, perguntas e

no, tu bebes

ve

e agua no qu

nt?o? Já minha m?ezinha dizia, q

bom. Ent?o muito

noite

s de vêr se queres

de querer

io. Você quantos cobert

o, se

ique, quasi horrorisa

pou

rrer esmagado d

! Olha que es

eu cá me

muito bo

boa noi

ia a fech

disse ain

que p

que é que m

er nada, tia

... boa noite. Ai, é verdade... Sem

lá isso se

que bem

enhora-disse a

o boa noite nos dê

boa noi

onseguiu fec

finalme

ver com esta santa e virtuosa gente, que chama manias aos meus padecimentos? Que futuro de impertine

pé de chita, t?o alto que se n?o dispensava o auxilio de cadeira para trepar acima d'elle, uma comm

ectos de toucador, a que estava habituado. Aquelle estri

onvidativos: os travesseiros, de largos folhos engommados, possuiam uma molleza agra

o casti?al no travesseiro, e, abrindo um livro que trouxera

gina, quando ouviu a voz da tia Doro

, tu já t

m, tia

la com a luz. Eu te

an?ada, tia.

elhor. S. Mar

se, rezand

continu

pouco a

rmes, Hen

, ainda n

uz. Eu tenho um mêdo de fogos! N?o descan?

perdeu a

de soceg

véla, mei

já é tarde, e é melhor fazer por

cama, dizia comsigo:-E esta! Já vejo que nem ler me é permittido aqui.

feito, insinuando nos membros can?ados da jornada um agradavel calor. Convidavam ao somno o som da agua n'um tanque que fica

penas algumas lufadas de vento, já meno

s lagrimas nas faces, mas já n?o brotam novas dos olhos: saem ainda do peito

o e no meio d'aquelle socego; fecharam-se-lhe enfraquecidos os olhos, e deslisou suave, insensiv

Claim Your Bonus at the APP

Open