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A Morgadinha dos Cannaviaes

Chapter 8 No.8

Word Count: 4358    |    Released on: 06/12/2017

lher tomar sobre si um ascendente offensivo da dignidade varonil. Augusto ouviu tudo com resignado silencio e atten??o um pouco distrahida, conseguindo emfim a custo soltar-se d

arto, mobilado com uma banca, poucas cadeiras e

asa vizinha. N'esta n?o havia, a amargurar-lhe as horas d

pirito infantil, que desabrocha e respira pela primeira vez no fecundo ambiente da sciencia, um seductor quadro de phantasia, perd?a-me a palavr

ritos é como a cultura das terras. O lavrador exulta, estremece de prazer, vendo pullular do solo, arado e semeado de pouco, os rebentos do gr?o que o calor fez germinar, e volverem-se as folhas, estenderem-se e enflorarem-se os ramos, penderem os fructos e colorirem-se das tintas da madureza; mas, emquanto

arefa da sua primeira educa??o. é mister possuir um grande thesouro de ideal, para que o suave e risonho typo, que da infancia concebemos, n?o

egeta??o, que elle n?o terá de vêr e que a outros concederá os g?sos e o beneficio. Venceu tambem o humilde professor, e por o mesmo pre?o que o jornaleiro, que n?o v?o mais longe com elle as liberalidades dos nossos governos, venceu as maiores cruezas do magisterio; mas n?o verá tambem o resultado das su

tres de philosophia, de mathematica, de litteratura, e n?o salvam do esquec

da aldeia; porém devem ser, além das miserias de t?o mesquinha sorte, causas de grandes torturas moraes para alguma alma de instinctos e aspira??es mais elevadas, que o destino amarrasse, como por escarneo, a este poste de ex

pouco tempo lhe foi dad

cadas repetidas e chamou-o de fó

de latim, o sr.

. Augusto. Amice! Pode falar a

a porta, n?o reprimi

entrou esfre

a pachorra do que o proveito. Olhe que n?o medra com isso; nem ninguem lhe agradece as canceiras que toma. Meu ri

a, seu instrumento predilecto, poz-se a

já se sabe, até certa idade, mas nunca fui muito para ahi... Poh!... A minha voca??o é para a musica... Poh! poh!... Lá para a musica, sim... Poh! poh! poh!... Herman e Dorothéa-continuava elle, examinando os livros.-Novellas... Poh!... E i

sério, ante o instinctivo mo

o traz por aqui, sr. Pe

favor, meu caro sr. Augusto. Eu bem sei que é abusar da sua

ue lhe vá dar l

mou o mestre, abra?ando Augusto com effu

re

dos temos cá o conselheiro e mais o pequeno... N?o contando com esse sujeito que ahi chegou a Alvapenha. Chama-se Henrique de Souzellas, é sobrinho da velha, da D. Dorothéa, e julgo que ainda aparentado no Mosteiro. Lá chamam-lhe primo. Esteve lá esta manh? um par de horas, logo que saiu da minha reparti??o. Dizem-

, levemente enfadado.-Além de que n?o posso adivinhar as int

musica, et coetera, andar leguas e leguas para se metter n'este desterro... Porque isto é um desterro. Sim, deve concordar que n?o é natural. M

as estava evidentemente incommo

pois de ámanh? vae o rapaz acompanhar as pequenas á ermida da

E

s para o convidar. Se ainda n?o recebeu o recado, ha de rec

e chamou a criada-disse Augusto, erguendo-se como para

omo diz o outro, a encher dias? Já falei ao conselheiro; mas o conselheiro promette muito e falta melhor, sobretudo a um homem que n?o tenha influencia em elei??es. O sr. Jo?ozinho das Perdiz

fazer-me

tei. O meio dia é a minha

algumas voltas cantarolando, sentou-se depois, e pegando na pa

ria??es de trompa, á f?r?a de c

mestre, era a mesma que Augusto t

s escriptas e themas dos discipulos, pois, ao lêl-o, desenhou-se-lhe no semblante a mais

do, dobrou-o e sorrateiramente o escondeu no bolso. Fechou outra vez a pasta, pousou-a no sitio d'onde a t

vapor-disse o latinista, pondo-

depois sa

r a uma li??o de latim e a um ensaio da philarmonic

to do muro da quinta, d'onde, por sobre almargens e pomares vizinhos, a vista

a alguma distancia, e os risos e os clamores d'ellas vinham como um chilrear de passaros ao

t?o ardente, que se o pintor paizagista o produzisse na palheta, hesitaria, ao passal-o á tela, com receio de que o acoimass

errompeu o si

piou ella-é como o primo

sem desviar os olhos do pon

tou Christina, er

longo silencio, abres a b?ca para me falares no primo Henr

gesto de despeito

e queres di

só que s?o onz

nrique. Bem, n'esse caso falaremos em outra coisa

a os nabaes-replicou Ma

va lua-continuou Chris

, que bem precisavam ainda d'isso,

estas palavras, a mor

stina, cada vez mais séria.-Pois n?

; bem sabes.-E, mudando repentinamente de tom, accre

lar verdade. Vens com umas coisas que mettem

á á tua vontade no primo Henrique, fala; q

oduziu o gesto

mas já n?o tenho mais que di

os comple

se continuas com isso

enio, as branduras da tua indole; queria que te vissem essa cara arrenegada, para saberem que tamb

n?o de todo aplacada, ao o

o genio que tens, Lena. O teu g?sto é mortificares uma p

o te junta no cora??o a todo o instante! Se alguma coisa te faz chorar, guardas as lagrimas para o m

feliz commig

ando um tom natural, mas sob o qual transparecia ainda certa malicia, Magdalena contin

imento impaciente, c

acceitas a expia??o?-per

llas. Vejo que te n?o é agradavel que as outras se occupe

que disseste esse: ?Sejam quaes forem as raz?e

quero

as vejo que n?o és senhora tua

na, cada vez mais embara?ada-p

r que

en

nada mai

res, ju

. Jurar n?o te deixo eu. Conhe?o os escrupulos da tua consciencia, e n?o quero ob

al

que te fale com toda a franqueza? Esta conversa trouxe-a eu de proposito para

s! que su

uzellas deixou em ti um

en

rivilegio de conversar á vontade comtigo e de te vêr sem aquella timidez que tens deante dos outros. Com o teu genio, precisas de uma pessoa, como

o imagin

a te inspirou esse rapaz. Henrique de Souzellas é elegante, é espirituos

as

sso primo, n?o quero por isso concluir que seja natural e prudente denunciares-te já. E nem receio que isso aconte?a,

por a imagem de Christina; sabia talvez, suspeitava de certo, n?o me atrevo a dizer que lisonjeada algum tanto, que no cora??o do hospede de Alvapenha reinava ou

m ainda coragem para confessar. Encostando a

dinha p

As boas qualidades, n?o; essas s?o modestas, humildes, discretas; sabem esconder-se. S?o precisos annos para as descobrir todas. Mas com que olhos de espanto me estás fitando! Parece que te causa estranheza o meu serm?o? Eu te digo a que elle vem. Logo que fal

rguntou Christ

entimentos por explorar. Nasceu logo em mim a vontade de o sondar, a vêr se conseguia purifical-o do que n'elle houvesse de menos heroico. Ent?o que queres? para a aldeia era u

eu me apaixonei assim em poucas hor

n?o é preciso muito tempo. As raz?es, pelas quaes julguei isto, dispensa-me de t'as dizer, que pouco valem. Supp?e que foi por um tacto e

tino eng

a mais interessada, mas desconfiei da tua credulidade e boa fé e da tua experiencia. Olha, estou certa que o que mais te attrahiu em Henrique foi exactamente o que n'elle ha de peor. Certo verniz mentiroso, certo colorido, que é preciso ter visto muita vez, e em muitos individuos differentes

ganar-se uma pessoa a respeito de

nha preciosissimo, e que chora hoje a sua tenta??o, desde que o verniz brilhante, que elle tinha, caiu e ficou á vista a realidade? pois o me

do qual Christina perguntou, olhando

reditar que esses pensamentos te occorreram, porque era o teu

ma um olhar triste e chei

so e candido-a desconfian?a. Porque me offenderias, duvidando da lealdade, com que te falo, quando te falo séria; e porque

m de ironia, que ás vezes tinha

o que dissera, e, tambem commo

eu duvidar de ti, pedirei a Deus que me tire a vida, porq

dquiriu outra ve

eres de juizo. Em compensa??o da pequena offensa que me fizeste, vaes-me fazer uma confiss?o

ina he

a que preciso de uma declara??o para

e diga? Eu n?o me

ava um termo menos violento.

esso

mim. Eu vigiarei. Afian?o-te que n?o corro o perigo de me apaixonar por elle; creio que ha alli um

qual é o

ero-o assim uma especie de archanjo S. Miguel, animo de

ndo a sua sesta, veio ter com ellas á quinta. Segundo o costume, ralhava contra os cri

Magdalena, a qual redobrou de ironia. Christina já mal podia disfar?ar a pena q

visita ás senhoras do Mosteiro, para gastar as express?es da sua admira??o deante das alfaias da sacristia parochial; da tosca esculptura de n?o sei que imagem de santo, a qual passava por um primor; de uma sa

Henrique passou um

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