Da Loucura e das Manias em Portugal
idi
juizo, e na lealdade dos empregados de Rilhafolles,-é inevitavel o olhar, de quando em quando, como que r
um geito ao corpo, e de outras vezes olham-se entre si como piscando os olhos, com um modo natural, naturalissimo de certo, bem sei, mas que o sentim
tempo a pensar,-um diacho de escada que acordava idéas phantasticas de corredores talhados em penedias, paredes com hyerogliphicos e prociss?es pintadas, quartos, com po?os e ganchorras, para ir dar a outr
pavor, de Rilhafolles. Sentimento especial que só ha ali, que só ali se conhece. Lembra-me aquelle-caso de um sujeito, a quem o dr.
? perguntava
nunc
de ver.
inhos socegados, pessoas finas que estavam
tade, pensando de si para si no nadinha imp
ermos. O dr. Pulido fixou-o com o olhar um pouco vago que tinha, bem devem lembrar-se d'isto os
ir vel-as, convidam-se a jantar, veem sem desconfian?a, e, t?o depressa cá
vite tambem fosse um la?o. á sobremesa puchou pelo relogio, pediu desculpa de n?o se p
a ao vêr aquelles desgra?ados, ha uma vert
a com o dedo. N?o lhes importa ar puro,{47} nem horisonte; que o terreno seja vasto ou n?o seja, que haja verdura ou n?o, que estejam presos ou livres, p
gencia, s?o modelos de cortezia benevola, perguntam com affectuoso interesse {48} se a gente gosta da agoa sobre o quente, recommendam, com agrado que captiva, que se toque a campainha em querendo que elles appare?am de novo, e estacam de bocca aberta
ta, e é um melomano de n?o se parar com elle. Em s
eu{49} como musica, senho
de sopro capaz de fazer virar faluas
e ha em Rilhafolles, n?o como o da flauta, que falla e toca, mas dos que n?o fallam: n?o pensam: n?o ouvem: chiam, guincham,{50} riem, e babam-se. Esses s?o um pouco mais do que ignorante e sem estudos, e a gente ao vel-os tem vontade de segurar a cabe?a, fragil como aquelle vaso de cristal a cujos m
arados e quietos, como o soldado na guarita, olhando no direito
hando sem saber para onde, nem se perceber para o quê;
ara de pau, pan?udo, bonacheir?o,-certo ar de
inhos: mas, se succede desmandarem-se-lhe, faz como a Sibylla de Cumas, que em o vento lh'as
io? Chega a parecer que os cadaveres s?o as almas dos tumul
rgunta o que será feito do que devia ter havido dentro d'
leo d'aquelle pateo horrivel? se elles percebem mal os gestos, e alguns
groviados: sorrir bruto: dando sempre aos hombros: uma especie, nos modos, do perfil de uma bengalla
dar accordo de si. Tratam-o como ás crean?as; recommendam-lhe que n?o metta os dedos no nariz
mesmas palavras sempre, muito
grandes, ar bestial;{55} ali lhe tem crescido o corpo, ha dezeseis annos. N?o pede de comer, nem lhe importa isso. Diz-lhe o instincto que a natureza e a sociedade lhe devem um prato de sopas no jantar de cada dia e espera que lh'o v?o metter na boca. Quando v?o dar-lh'as, come-as,-sem cuidado e sem agradecimento. Agradecimento de quê? Quem imagina que o ar no dia de ámanh? já n?o seja respiravel, e que o sol nunca mais torne a sa
lembram-se de quem lhes faz mal, de quem lhes faz festas, conhecem as pessoas com quem teem vivido:-elles n?o se lembram nem conhecem ninguem. Uma aranha é{57} mais do que elles! a aranha arranja a teia, elles n?o arranjam nada!... De f
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