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A Illustre Casa de Ramires

Chapter 9 No.9

Word Count: 6950    |    Released on: 06/12/2017

sobrescripto já amarrotado, Gon?

Que teimosa! Ent?o n?o arranjavamos a pequena, sem essas lamurias para Ol

ara os recados, com fardeta de bot?es amarellos. O outro, molle e ranhoso, mas com o geito e o amor de carpinteirar, já Gon?alo, sob o patrocinio da tia Louredo, o collocára em Lisboa, na Officina de S. José. D'uma das outras raparigas se encarregava a m?e de Manoel Duarte, amoravel senhora que habitava uma quinta formosa junto a Treixedo, e adorava Gon?alo de quem se considerava ?vassalla?. Mas para a mais novinha e a mais fraquinha n?o se arranjava amparo solido. A Rosa lembrára ent?o-?que certamente a Snr.a D. Maria da Gra?a recolheria a

eu cora??o e o seu orgulho suffocavam... Logo depois da sua fuga recebera do bom Barr?lo uma carta espantada:-?Que têlha foi essa? Porque n?o esperaste? Eu, quando voltei á noite da quinta do Marges, até fiquei com cuidado. E n?o imaginas como a Gracinha anda nervosa! Soubemos da partida, por acaso, por um cocheiro do Maciel. Já hoje comemos os pêcegos, mas n?o comprehend

sbotadas d'um tapete, correra ao Mirante, ao macho da bigodeira, apenas elle lhe acenára com o len?o almiscarado! Colera contra o Barr?lo, o bochechudo bac?co, que empregava os seus bac?cos dias celebrando o Cavalleiro, arrastando o Cavalleiro para o Largo d'El-Rei, escolhendo na adega os vinhos mais finos para que o Cavalleiro aquecesse o sangue, ageitando as almofadas de todos os camapés p

, alheia a todos os interesses da intelligencia, indolente mesmo para uma costura ou bordado-cedêra, que mulher n?o cederia? á credula e primitiva paix?o que lhe brotára na alma, n'ella se enraizára, lhe déra as suas unicas alegrias do mundo e (influencia ainda mais poderosa!) lhe arrancára as suas unicas lagrimas! O Barr?lo, coitado, era o Bac?co-e como o ?pilriteiro? da cantiga, incapaz de mais nobres fructos, só produzia os ?pilritos? da sua Bacoquic

idade dos longos estios, um namoro bocolico sob os arvoredos da Torre-namorára. Quando considerou que uma mulher e filhos lhe atravancariam a vida ligeira-trahira. Logo que a antiga bem amada pertenceu a outro homem-recome?ára o cerco languido para colher, sem os encargos da paternidade, as emo??es do sentime

idalgo da Torre! Mette o Cavalleiro nos Cunhaes com a irm?, e logo, passadas semanas, rompe de novo com o Cavalleiro! Houve escandalo, e gordo!?-Que delicia para as Lousadas! N?o, ao contrario! agora devia ostentar pelo Cavalleiro uma fraternidade t?o larga e t?o ruidosa-que, pela sua largueza e o seu ruido, inteiramente ta

uma encardida cadeira em S. Bento?...? Mas logo a secca Realidade o emmudecia. A Elei??o era a unica fenda por onde elle lograria escapar do seu buraco rural; e, se rompesse com o Cavalleiro, esse vill?o, vezeiro a villanias, immediatamente, com o appoio da horda intrigante de Lisboa, improvisaria outro Candidato por

s contos... Até que uma manh? encarou corajosamente uma possibilidade perturbadora:-casar com a D. Anna!-Por

no velhacouto do irm?o-mas na quinta da Feitosa, já Rica-Dona, com procurador, com capell?o, com lacaios, como uma antiga Ramires. Ah! sinceramente, toda a hesita??o era pueril-desde que esses duzentos contos, de dinheiro muito limpo, de bom dinheiro rural, os trazia com o seu corpo, mulher t?o formosa e séria. Com esse puro ouro, e o seu nome, e o seu talento, n?o necessitaria para dominar na Politica a refalsada m?o do Cavalleiro... E dep

r, retardava, se recusava. Atravessou ent?o uma desolada semana, remoendo a melancolia d'uma vida que sentia ?ca e toda feita d'incertezas. O orgulho, um pudor complicado, n?o lhe consentiam voltar a Oliveira, ao quarto d'onde implacavelmente avistaria, por sobre o arvoredo, a cupula do Mirante com o seu gordo Cupido:-e quasi o arrepiava a idéa de beijar a irm? na face que o outro babujára! Sobre a Elei??o descera um silencio de abobad

e Tructesindo e dos seus cavalleiros, correndo sobre o Bastardo de Bay?o. Lance difficultoso-reclamando fragor, um rebrilhante colorido Medieval. E elle t?o

tardas de archeiros e fundibularios, largou, soltas as rédeas, atravez de terras ermas, depois por entre barrocaes, até aos Tres-Caminhos, desolada chan onde se ergue solitariamente aquelle carvalho velhissimo que outr'ora, antes d'exorcisado por S. Froalengo, abrigava no sabbado mais negro de Janeiro, ao clar?o d'archotes enxofrados, a Grande Ronda de todas as bruchas de Portugal. Junto do carvalho Tructesindo sopeou a arrancada: e, al?ado nos estribos, farejava as tres sendas que se trifurcam e se encovam entre asperos, lobregos cerros de bravio e de tojo. Passára ahi o Bastardo malvado?... Ah! por certo passára e toda a sua maldade-porque no respaldo d'uma fraga, junto a tres cabras magras retou?ando o matto, jazia, com os bra?os abertos, um pobre pastorinho morto, varado por uma frecha! Para que o triste cabreiro n?o soprasse novas da gente de Bay?o-uma bruta setta lhe atravessára o peito escarnado de fome, mal coberto de trapos. Mas

scente reappareceu n'um rolo de poeira, atirando logo o alarde de longe, com a ascuma alta. A hora esca

pen

eze ar

mo acordando. é D. Pedro de Castro, o Castell?o, que

uma companhia de tru?es voltando da feira de Grajelos. Só restava pois o trilho do meio, pedregoso e esbarrancado como o leito enxuto d'uma torrente. E por elle, a um brado de Tructesindo, tropeou a cavalgada. Mas já o crepusculo tristissimo descia-e sempre o caminho se estirava, agreste, soturno, infindavel, entre os cerros de urze e rocha, sem uma cabana,

os em pressa v? e sem esperan?a

ubia dos ginetes arquejantes sob as cobert

campina além, e metteu a Valle-Murtinho para pernoitar na Ho

pois, D.

do Snr. D. Pedro de Castro, a pedir agasalho... A par de tamanho senhor encontraremos mais fartamente que nos nossos al

lo barranco pedregoso, a cavalgada trotou pezadamente para os Tres-Caminh

ada amiga dos Ramires. Tructesindo parára no corrego escuro, que o pinheiral cerrado mais escurecia movendo e gemendo no vento. Dous cavalleiros, de sobreveste negra e capuz, logo correram pelo pendor do outeiro-bradando que o Snr. D. Pedro de Castro esperava o nobre senhor de Santa Ireneia e muito se prazia para todo seu regalo e servi?o! Silenciosamente Tructesindo desmontou; e com D. Garcia Viegas, e Leonel de ?amora e M

aos Ricos-Hom

em das longas guerras e dos vastos senhorios. Um corselete d'anta com lavores de prata cinjia o seu peito já curvado, como consumido por tamanhas fadigas de pelejar e tamanhas cubi?as de reinar. Sem elmo, sem armas, appoiava a m?o cabelluda de rijas v

mente os bra?os. E com um grave riso que mais lhe

, primo e amigo! Que n?o a esperava eu de

encurtar os fios, t?o cerradamente os emmaranhára no seu denso Poema o Tio Duarte que elle seguia gemendo! E depois nem o consolava a certeza de construir obra forte. Esses Tructesindos, esses Bastardos, esses Castros, esses Sabedor

fumo. Para o enervar accrescia um aborrecimento de dinheiro-uma lettra de seiscentos mil réis, do derradeiro anno de Coimbra, sempre reformada, sempre avolumada, e que agora o emprestador, um certo Leite, d'Oliveira, reclamava com dureza. O seu alfaiate de Lisboa tambem o importunava com uma conta pavorosa, atulhando duas laudas. Mas sobretudo o desolava a solid?o da Torre. Todos os al

n'um galope pelos caminhos de Valverde-quando o pequeno da Crispola (já estabelecido na Torre como pagem, de fardeta de bot?es amar

isse o

hora magra, puxada a do

de do corredor um velho chapeu de palha! E em baixo foi c

que surpreza!..

s, desculpou atrapalhadamente e rindo o seu silencio. Recebera a carta do primo muito atrasada... Sempre o fatal carteiro, trop

pobre Venancia Rios, que tem estado doente, achei ma

orria, em

. é que desejava conversar c

aminharam para o velho banco de pedra que os alamos abrigavam em fre

.. Mas é difficil, t?o difficil!... Talvez

ta

que eu perco o meu tempo se m

ndo attentamente a seda preta do guardas

o primo n?o per

! a

alo, gozando a sua pe

!... Diga alg

ra. Ainda sou muito nova para andar com recadinhos de sent

E, como D. Maria tambem se erguera, ambos seguiram pela tir

dava eu, prima!... Que diabo! seja boa rapariga, seja franca! A prima sabe, de

ndo com a ponta do guardasolinh

á claro q

po, passados estes primeiros meze

a Gon?alo os e

mo por ahi vae, a galop

ha, passou lentamente os dedos pelos ca

necessidade de me accommodar

zo... E agora adeus, passa das cinco horas.

rotestou,

cedo! Só outra cousa, com f

abo do renque d'alamos

na de casa admiravel! O primo n?o imagina como anda a Feitosa. A ordem, o acceio, a

gou radiantem

acontecimento hei de gritar por toda a parte qu

exclamou ella, saltando ligeiramente para a caleche,

m quanto os cavallos folgados largava

ontrei em Vill

Tit

igo. Eu n?o o trouxe na carruagem po

com que ambos se afagavam, n'aquella nova concord

prima Maria, por amor dos Ramires (sobretudo, coitada, para proveito dos Mendon?as!), idealisava a noiva. Mas o Titó, o homem mais veridico do Reino, amando a Verdade com a antiga devo??o de Ep

ncontraram. E, apesar de separa??o

Gon?a

tens feito cá uma falta

sessenta annos. E elle lá o avisára:-?Mano Jo?o, mano Jo?o! olhe que ass

á? Essa

sto, semsaboria universal. Gouveia na Costa, Manoel Duarte na

ho jantar e conv

a, que parou um bocado na Torre...

, logo alli na estrada, sobre o inesperado romance que desabrochára. Mas n?o ousou! Era um angustiad

do pomar onde um fio lento d'agoa s'atardava nos regueiros. Aos brados galhofeiros do Fidalgo a Rosa accudio, limpando as m?os ao avental. O que! dous convidados! Mesmo quatro, e mais valentes, que gra?as a Deus nosso Senhor o jantarinho sobrava! Ainda de tarde comprára a uma mulher da Costa um cesto de sardinhas, graudas e g

esse, Bento? a

ida um chicote, escuro e comprido, com t

á a escarafunchar por causa d'uma ninhada de gatos, e detraz d'

o cast?o de prata, sacud

como um cutello. E antigo, muito antigo, com a

. Mata um homem... O mano Jo?o tem um, m

p?e no meu quarto, Bento! Passa

uel, o Pereira tomava emfim a lavra da Torre. E Gon?alo gracejou, mostrando ao Titó o lavrador famoso. Eis o homem! eis o g

e valeu mais que um vintem! E o Fidalgo, como patr?o, m

o se esque?a de cuidar dos mel?es. é uma ver

s nos conserve, já V. Ex.a c

Mas, apenas recome?aram a caminhada, o mesmo enleio o travou-quasi temendo agora as informa??es do Titó, homem t?o sevéro, de Moral t?o escarpada. E todo o demora

ra, declarou ?que gra?as ao Senhor da Saude, a sede era boa!? Elle e Gon?alo praticaram as usadas fa?anhas de garfo e de copo. Quando o Bento servio o café uma immensa e lustrosa lua nova surgia, ao fundo da quinta escura, por traz dos outeiros de Valverde. Gon?alo, e

s, agora, está

caricia. Titó e Gon?alo saboreavam o famoso cognac de Moscatel, preciosa antigualha da Torre, silenciosamente enlevados no Videirinha-que recuára para o fundo da varanda, se envolvera em sombra. Nunca o bom cantador ferira as cordas com inspira??o mais enternecida. Até os campos, o ceu inclinad

. Titó, pesado do brodio, adormecêra. E como sempre, para

rá sem que

e Santa

o negra

es de lu

a magnifica de Paio Ramires, Mestre do Templo-a quem o Papa Innocencio, e a Rainha Branca de Castella, e todos os Principes d

em Paio

o mundo a

os seus

ve o Rei

o se interessou-acompanhando o canto, n

te os seus

e o Rei de

palpebras, arrancou do canapé o corpansil im

em ás quatro da manh? que larguei de Cidadelhe... Caramba,

cognac, tambem se ergueu com

da cá dentro que quero fallar

e magnolias morrendo n'um vaso. E ahi, sem prepara??o, com os olhos bem decid

. Tu ias muito á Feitosa... Q

rebentar d'um morteiro, con

Mas a que p

pressa de colher rap

encontros... Emfim, para resumir, se d'aqui a tempos eu pensasse em casar com a D. Anna, crei

os bra?os v

es casar co

ra quero só informa??es... E de quem as posso ter, mais francas

-levantando para o Fidalgo da

r com a D. Anna, tu, Go

m gesto de impac

m a fidalguia e co

berrou, na su

?o pensa em casar com uma creatura como ella!... F

Depois, com uma serenidade a que

ia, por que nunca sobre ella se rosnou nem aqui nem em Lisboa: s?o qualidades para se casar com uma

Fidalgo como se o la?o d'uma corda o colhesse e o

em explica??es, perguntas se podes casar com essa mulher. E eu, sem

xclamou,

ho um interesse immenso em casar com ella... Que n?o estou, nem tenho: mas supp?e! N'esse caso n?o se desv

e co?ou com desespero. Depois acobardad

esta hora para a Egreja: e ella menos, que o outro mari

, empurrou a porta da varand

! Toca a abalar, que n?

?os, amuado com aquella recusa do Titó t?o desamiga e teimosa. Como sombras atravessaram uma sala onde dormia, esquecida desde os Ramires do seculo XVIII, uma espineta d

do... Appare?o

quizer

tanto despeito-que Titó hesitou nos estreitos

ada, considerava o ceu

noite, sn

E obrigado. Vossê ho

ra apenas o casti?al-quando, por baixo da v

lo, desce

da estrada, Videirinha afinava o viol?o. E apenas a face do Fidalgo surdio n

r que ella teve um amante. N?o sei se antes ou depois d'esse teve outro. N?o ha creatura mais manhosa, nem mais disfar?ada. N?

da lua-e eis o alto sonho que elle construira sobre a D. Anna e a sua belleza e os seus duzentos contos despenhado no lodo! Lentamente subio, repenetrou na sala. Por cima da chamma alta da vela, n'um painel fusco, uma face

em Paio

o mundo es

os seus

e o Rei de

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