Os fidalgos da Casa Mourisca Chronica da aldeia
vaes e mobilada ainda com certa opulencia, vestigios do esplendor passado, esperavam
prego no plural do ve
mpensavam as amarguras d'estas longas expecta??es. Eram ellas talvez que n?o o deixavam medrar na propor??o dos alimentos c
odio contra as institui??es liberaes um dos fructos mais saborosos d'ellas-a liberdade de imprensa-; fructo,
phrase de approva??o ao artigo que lia ou de censura a qua
o politico, as reflex?es de s. exc.a, e requintava na intensi
nsultar o relogio, a abrir a b?ca, a suspirar; dava dois ou tres passeios na sala e term
como enojado com o que lêra-Lá foi concedido um subsidio
radas e diligencias, e acabou-se. Olhem lá se elles levantam sequer uma igreja? Isso sim! O dinheiro do clero sabem elles roubar!
padre que tambem a elle n?o faltava vontade... de
s?o quasi duas horas, e eu n?o ou?o tugir nem mugir na cozin
lle suspeitava abandonada pela incuria do cozinheiro, estando pois a fam
e deixou-se ficar lendo até á vol
a parte do snr. D. Luiz metter em casa um libertino d'aquelles, ma??o nos ossos e no sangue. Foi um passo muito errado... Aquillo é um pessimo exemplo para os outros. Sabe v. exc.a em que elle estava fallando? Na cantiga do costume. No desembarque do Mindello. Quando eu cheguei ainda lhe ouvi dizer qu
ntar e da s?pa, e fiel ao habito de nunca fallar, nem em mal nem e
do desastre succedido a uma diligencia ao passar em uma
o do padre
os nossos! e que governos que n?o se importam com as vidas dos cidad?os! Em que paiz do mundo se vêem es
ixo e de falta de protec??o á via??o publica, os mesmos governos que, momentos ante
i Januario é vulg
e lado e resumiu a serie de pensamentos que essa lei
a vez melhor,
?o tem duvida nenhu
uro-tornou o fid
fresco!-repetiu o procur
aonde isto vae parar, on
s ahi os hespanhoes, ou ent?o passamos a ser inglezes
l!-exclamou melanc
dam, todos fallam, e n?o ha quem governe. Isto de n?o haver um que governe... Estes patetas n?o se desenganam de que um paiz é como uma casa.
a frei Januario pela sua
m organisada. Quem sabe a sorte que lhes está reservada, aos pobres rapazes!-disse
com vehemencia o padre-é n?o fazer como a sobrinha de v. exc.a, a snr.a D. Gabriella
mo a nossa, e sabe Deus se em parte preparad
m sabem aonde nasceram. Deixe v. exc.a medrar quanto quizer o Thomé da Herdade, que no fim de tudo sempre ha de most
amargura-Esse é que prospéra, os tempos e
?o n?o sabe v. ex.a que o homem mandou educar a
Ber
e d'aquelle homem. N?o repara na posi??o falsa em que colloca a rapariga. Metteu-se-lhe talvez na cabe?a
iu, encolhen
a final o que ella tem de ser, das prendas e da edu
s a subir-reflectiu D. Lui
m na sociedade. Tudo está remexido e ninguem se entende. O sapateiro que nos vem tomar medida de umas bot
modernas. O padre Januario porém n?o perdia com isto a ideia do jantar, e de quando em quando voltava os olhos para o relogio, cujos lentos ponteiros n?o
os aposentos e extensos corredores da Casa Mourisca aquelles sons, que em felizes tempos punha
antar, onde com impaciencia
a presente, que poucos logares havia na casa que deixassem no fidalgo mais melancolicas impress?es. Nunca se lhe anuviava tanto o cora
va a servir, perguntou, apontando para os lo
hores n?o ouv
es ainda n
. Luiz, como se estranh
ric
m, nem
que temia um adiamento do jantar-sah
signal ao criado para
?-insist
e n?o sei... talvez est
os filhos, que ainda mais augmentava a solid?o d'aque
correu em
mensaes e o appetite do out
a posta de assado e o competente accessor
rigiu a palavra, n
rrompeu com um gesto a mandal-o sentar; e, passa
ncias do seu estomago, achou-se disposto a continuar o dialogo. Por i
n? A manh? estava bem bonita. E
rei Januario, muita vid
das colheitas. Anda
o, que nos campos da nossa casa
la??o do adolescente
lá, em roda de si, para o valle, póde marcar as propriedades da nossa casa; onde vir um campo quasi maninho, u
r? depois que os homens do liberalismo tomaram conta d'este pa
uem nos impede de fazer o que os outros fazem? de cultivar os n
e quem s?o os outros? Uns miseraveis que eu conheci de pé de
esfor?o que os tirou d'essa posi??o humil
peito a si mesmos, para quem todo o trabalho está b
o a si mesmos est?o poi
! Foi febre que se lhe pegou? Se ella anda por ahi t?o accêsa! O men
de um rubor intenso, e redar
a á actividade d'este povo. Tenho annos para viver, deveres de honra a cumprir, um nome para conservar sem mancha, e quero saber que futuro me preparam os gerentes da nossa casa, quero desviar a
legoas. Ent?o quando o senhor seu pae me honra com a sua confian?a, é acaso justo, é acas
rem-me estupido, como esses mo
res se fizeram fidalgos, ninguem lucta com elles? O dinheiro está de lá; pa
conseguiram elles enriquecer? Poi
m uma enxada todo o dia e furtando á b?ca para juntar ao canto
ava que olhassemos com atten??o para o muito que temos ainda, e que tentassemos dese
a quasi trinta e oito annos em que o snr. D. Luiz me distingue com a
s, padre Januario, qual é o
ra??o!... isso é phrase de c?rtes... Humh! tenho entendido... é o que eu digo... ó snr. Jorge,
solutistas agora. Vejo que a minha casa se perde, vejo cahirem os muros e nunca se repararem; vejo campos e campos sem a menor
o mal, o que quer
ue nos faz viver hoje ainda uma vida que n?o é d'estes tempos. Desenganemo-nos; a época n?o é de privilegios nem de isen??es
digo! Ha liberal na costa! Isso é t?o certo c
orque tenciono hoj
fazer, sn
ossa familia. Para que nos orgulhemos do nome que herdamos, é nece
alla em manchas? Ora... ora..
. Por isso n?o me illudo emquanto á natureza dos meios com que se sustenta ainda n'esta casa um resto do esplendor de antigos tempos
as
io, conversaremos mais
as
nha-se a sahir, quando o pad
empos do que os que correm. Mas de quem é a culpa? é de mim ou do senhor seu pae? Pois n?o foste! Para remediar o mal trabalhamos nós ha muito. A culpa é d'esta gente que no
rear leis e institui??es que facilitassem os esfor?os dos laboriosos e castigassem severamente a incuria e a ociosidade. Quando ao desopprimir-se o lavrador de tributos pesados e iniquos e dos odiosos vexames do fisco, ao tornarem-se-lhe mais faceis os contractos e as transmiss?es da propriedade, ao crearem-se-lhe recursos para elle tirar do
ssas fornadas de leis, que esta gente tem feito, s?o muito
ionaes; uma casa racionalmente admini
milia, gostou talvez muito de vêr acabar com os morgados? Sim, como as leis modernas s?o t?o boas, havi
pondeu se
e foi um grande acto de justi?a e de moralidade;
rdido!... Pois já me applaude a maldita lei, que ha de dar cab
or das familias deve ficar sómente ao cuidado dos membros d'ellas e n?o da lei. Quando esses n?o tenham brio nem dignidade para o sustentar, justo é que elle se apague, e que o nome dos antepassado
deixando o egresso apat
r, persuade-se de que o trabalho é um prazer. Ora adeus! O trabalho é uma necessidade, o trabalho é um castigo. Para ahi vou eu. Que trabalho tinha Ad?o no paraizo? E n?o lhe chamam os livros sagrados um logar de delicias? Amassar o p?o com o s
ejava o
rgado, diz d'aquillo. E que vae declarar ao pae... N?o declara nada. Um crian?ola que n?o sabe sen?o passear. Tomára elle que o deixem... O ocioso é que
no, e acabou por adormecer á mesa, sonhando-se em uma especie de paraizo, como o tal
er com Jorge a um dos menos arru