Os fidalgos da Casa Mourisca Chronica da aldeia
rentes personagens, que já temos apresentado ao
sma vida que até alli, porque n?o se obtivera aind
diga que elle soffria com demasiada resigna??o as delongas da empreza, na parte que lhe dizia respeito, e c
binete, discutia nas conferencias com Thomé, e principiára já a re
s mais activos e methodicos; viam-se já por lá as enxadas e os arados revolverem a terra e desarreigarem as hervas estereis; já se podava e enxertava nas vinhas e pomares
ios com espanto e despeito, murmurando do
nal-dizia elle.-Entradas d
suas reflex?es ao fidal
rg
o de observar esses melhoramentos, sentiu um intimo prazer, sabendo que aquella fazenda era agricultada por conta da casa. O fidalgo n?o procu
portante litigio, que podia decidir do destino de quasi metade dos seus bens. Esta demanda, complicada
enira D. Luiz de que
tados, por incuria do padre-capell?o. Mostrou-os a Thomé, que experiente n'estes negocios como um verdadeiro lavrador do Min
a o seu pensamento da realisa??o completa. O que havia por fazer er
acontecimento, que algum tanto t
Herdade uma ca
s em scena; porque a leitora suspeita já que vae chegar a final a heroina da historia;
fica dito, era a fil
em abastado em que depois se tornou, procuraram-lhe os p
mal; Luiza, pela sua parte, solicitou e conseguiu identico favor de uma senhora do Porto, para
volu??es, alterou a posi??o relativa de toda esta ge
te ultimo succedeu á tal senhora, cuja indole bondosa e timida n?o soube opp?r estorvos ás prodigalidades de um irm?o perdular
com affecto. Além d'isso, outra e mais generosa inten??o levou-os a darem aquelle passo. Queriam concorrer para alliviar o infortunio da infeliz senhora, que sempre na opulencia os auxiliára e estimára. Possuiam porém bastante delicadeza para lhe offerecerem so
escassos commentarios na aldeia, onde se disse que o Thomé da
lhos aquelle passo de Thomé, cujo engrandecimento h
isca e de Beatriz, a pallida e meiga crian?a, que temos visto viver ainda na me
por duas vezes, deixando-a inteiramente entregue aos cuidad
is e mais seductor relêvo. Bertha n?o era já a crian?a que sahira da aldeia, sem um pensamento que retivesse, sem um sorriso que encobrisse, sem um olhar que se desviasse pensativo ou timido, sem uma d?r que se n?o manifestasse em lagrimas
nfundida com a elegancia, apurára-lhe a delicadeza feminina, desenvolvêra-lhe
ia tantas vezes, em circumstancias taes, a offusca. Gozava, mas sem embriaguez; sentia, mas sem arroubamentos; e, apreciando as prendas de educa??o que ia adquirindo, nunca perdia de vista a modestia do seu nascimento e
aquella ideia uma sombra negra, que n?o lhe deixava vêr a luz; simplesmente um
lias e até dos seus pequenos caprichos de rapariga
paes, nunca se lia uma phrase que elles n?o entendessem, uma palavra que os embara?asse e lhes fizesse sentir a inferioridad
za, e esta convic??o n?o o deixava arrepender de a haver educado com esmero.
de fórma, que n?o sómente aos pae
e pensar t?o acertada, vistas t?o despidas de preconceitos, tanto sentimento revelado com tanta sobriedade de phrases sentimentaes, que s?o o maior achaque nas cartas de mulher; transpareciam t?o distin
ece o nome, ou quando muito uma fei??o, um acto da vida, um pensamento, insinuou-se no cora??o de Jorge. Era um sentimento, que n?o o inquietava ao principio, nem lhe perturbava o
agora pela vida da adolescencia. Pareceu-lhe n?o haver contradic??o entre aquella physionomia e o caracter que
, de que a raz?o lhe n?o dava boas contas. Pareceu-lhe ser aquillo u
o for?ada acabou por produzir no espirito de Jorge um effeito singular; foi um grau de irrita??o, revelado em uma especie de hostilidade para com Bertha, cuja imagem viera perturbar-lhe a limpidez de cora??o, que tivera até alli, e fazer-lhe pel
a respeito de Bertha, antes de narrarmos o eff
ongas conversas com o pae, contando-lhe por miudo os singelos episodios da sua vida de rapari
m Bertha se educava, havi
crevia as
queri
viver outra vez mais feliz!... Pe?o-lhe que me diga o que devo fazer n'este caso. Eu sei que o pae já uma vez fallou em mandar-me para outro colegio, se por acaso me faltasse a minha madrinha. Deixe-me porém lembrar-lhe algumas coisas, e depois decida. Eu n?o quero dizer que tenha uma educa??o perfeita; mas, como n?o conto, nem desejo, viver nas salas d'aqui, posso bem passar sem esses apuros, que para isso me seriam precisos. Muito tem já o pae feito por mim; é preciso agora olhar por meus irm?os, e alguns est?o em
á m?e, muitos be
espera muito
rt
ar muitos recados á Jo
o á tia Euzebia e ás
ilha, e entre ambos discutiram
onge das vistas, o sonhado prazer de a sentir, animando a casa com todo o calor de vida que em torno de si diffunde uma rapariga d
ue Bertha voltass
da filha, cujos habitos, modificados pela vida da ci
cessidades, e a liberalidade paterna provia a ellas. E tudo isto preoccupa
empenhado n'esta labuta??o caseira, e
e D. Luiz ouviu com
xima??o d'um perigo,
roxima chegada da filha, e até os auxiliou com o seu alvitre na resolu??o d
press?es moraes. Experimentava um mixto de mal
elle proprio a Li
nte alguns dias, as confere
e Thomé n?
as passados, era elle
por entre os pinheiros de uma bou?a cerrada, viu passar, em um curto lan?o de estra
a melhor os reconhecer, que chegassem a outro lan?o m
que eram um homem e uma sen
homé; a senhora parec
escoberta dirigiu o cavallo
na dama, que Thomé acompa
que aquellas fei??es lhe iam suscitando, o
io; venha cá, que me volta ao pombal uma po
r corroborar a sus
tha a a
ada de seu pae e a pequenina dama, a quem dedicava já ent?o os seus galanteios infantis; era ella, mas com todas as surprendentes e ra
ia nos movimentos, nos olhares e nos modos d'ella um mixto da candura de uma crian?a e dos delicados instinctos da mulher; reconhecia-se a f
maravilhado diant
da rapariga, que o saudára córando.-E é certo que é Bertha! Conhe?o ainda o
ia e express?o dos de Mauricio, e domin
s velha, n?
ez-se um anjo-a
jo era d'antes. Hoje já n?o repi
ar-se. Ao céo é que competiriam as f
mudan?a em si, snr
eixei, n?o dizia a
?o tirava-lhe ainda a f
entia, Bertha-re
ar de duvida e quasi de tri
lhor dizem d'essas coisa
sinaram a desc
nsino! Cada um
da. Lembra-te, Bertha, de que tua m?e a estas horas n?o faz out
mos
o lado do de Bertha, que cavalga
ertha, suspirando e emquanto corria a vista pelo hor
reixos, lá em baixo, ao
auricio, apontando par
nde está a fo
s com a Anna do Védor co
quinta do Emigrado um c?o grande que lá
mbra de quem
lhe valeu a Anna do Védor, que se n?o
ndiabrado me mordesse no pulso;
, que se curvou para observar o ves
do Védor? que tanto lhes queria, a si e ao snr. Jorge? Sei que
ulher de casa! é um gosto vêl-a, no meio dos campos, de mangas arrega?adas e chapéo de palha na
que exprimia a grande conta em qu
o está
uricio, com uma express?o de sincera
seus meninos que trouxe ao collo e que sus
ralha com u
orque o faz. Ent?o pensa qu
e queixo de certa parci
rg
snr. Jorge?-pe
vros e á papelada da casa, como um homem, e já n?o ha d
direitas-disse Th
istrahir-se mais um bo
genio frio
é um rapaz de juizo e que, se continuar assim, ha de reme
?o. Eu tambem estou decidido a trabalhar.
artir?-pergu
a??o por aqui, acredite; por esses valles, por essas d
ra on
r o destino. Mas o Thomé r
a de acreditar que elle parte devér
ent
icio nos deixe; mas, a isso succeder, n?o
o meu cora??o.
e?a. E agora o nosso caminho é por aqui. O snr. Mauricio, se quizer dar-nos o
a minha presen?a as alegrias de familia. Adeus, Bertha, cont
Mauricio... s
confian?a, estendeu a pequena e delic
-a cavalheirosamente aos labios, movimento que augmentou as c?res nas fac
com os olhos e ficou pensativa
n?o deixou passar muito tempo
a tua idade, e com a educa??o que tens, n?o era para admirar que te agradasses de um rapaz assim. Mas, pensa emquanto é tempo, filha, no mal que a ti propria fazias, se estouvadamente te deixavas enfeiti?ar. Elles s?o os fidalgos que sabes, e mais fidalgos ainda se julgam do que s?o. Tu, rapariga, és minha filha, e eu sou um lavrador, que já servi n'aquella casa. Entendes? ó Bertha, por quem és, n?o me fa?as arrepender da educa??o que te de
a express?o melancolica e pensativa, que conservavam o resto das fei??es. Ma
to atalhou
na vida; n?o perdi de vista o que sou. Sei ao que devo aspirar, e farei por n?o collocar a felicidade muito acima do alcance de meu bra?o. Na amizade de Mauricio creio que n?o have
aquelle. Se disser que é teu amigo, é teu ami
re foi. Já em crian?a era
eu cuidado e que levará a bom fim. Creio-o. Vem quasi todas as noites a nossa ca
Mas q
m vingan?a hei de faze
m beijos e a banhou de lagrimas generosas; os irm?os pequenos olhavam espantados para Bertha que n?o conheciam, e c
l acolhimento, d'aquelle renascer dos dias passado
á festa, que cada um tinha a sua vida a tractar, e que Bertha precisava de descan?o; os abra?os
ta, os costumes, tudo esquece; a manifesta??o é ruidosa, irresistivel, desordenada, anarchica. Sómente quando prin
am estado tanto tempo no quinteiro, quando os esperava a sala que
mais regular e ordenada conversa entre
igilante nos campos e mais c
?es que bem traduzam o que se sente ent?o. Suppram-n'as as recorda??es do leitor; e muito sem