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A Cidade e as Serras

Chapter 3 3

Word Count: 4484    |    Released on: 30/11/2017

nado, envolto n'um roup?o branco de pello de cabra do Thibet, diante da sua mesa de toilette, toda de crystal, (por causa dos microbios) e atulhada com esses utensilio

ncavas, em fórma de telha alde?; ponteagudas em feitio de folha de hera; rijas que nem cerdas de javali; macias que nem pennugem de r?la! De todas, fielmente, como amo que n?o desdenha ne

?a; a fonte esterilisada para os dentes; o repuxo borbulhante para a barba; e ainda bot?es discretos, que, ro?ados, desencadeavam esguichos, cascatas cantantes, ou um leve orvalho estival. D'esse recanto temeroso, onde delgados tubos mantinham em disciplina e servid?o tantas aguas ferventes, tantas aguas violentas, sahia emfim o meu Jacintho enxugando as m?os a uma toalha de felpo, a

vel ao meu amigo-porque, apesar da mansid?o e harmonia dos seus modos, frequentemente arremessava para o tapete, n'uma rebelli?o de homem livre, aquella Agenda que o escravisava. E n'uma d'essas manh?s (de vento e neve), apanhando eu o livro oppressivo, encadernado em pellica, de um carinhoso tom de rosa murcha-descobri que o meu Jacintho devia depois do almo?o fazer uma visita na rua da Universidade, outra no Parque Monceau, outra entre os arvoredos remotos da Muette; assistir por fidelidade a uma vota??o no Club; acompanh

o tapete. Um d'esses, sempre presente (e que pertencia decerto aos Telephones de Constantinopla), era temeroso-todo elle chupado, tisnado, com maus dentes, sobra?ando uma enorme pasta sebenta, e dardejando, d'entre a alta gola d'uma pelissa poida, como da abertura d'um covil, dous olhinhos t?rvos e de rapina. Sem cessar, inexoravelmente, um escudeiro apparecia, com bilhetes n'uma salva... Depois eram fornecedores d'Industria e d'Arte; negoci

ou as Novidades abertas sobre o prato, eu esperava sempre meia hora pelo meu Principe, que e

dilhada em sonhos... Tomei sulforal, chamei o Gri

po d'agua oxygenada, ou carbonatada, ou gazoza, misturada d'um cognac raro, muito caro, horrendamente adocicado, de moscatel de Syracusa. Depois, á pressa, sem gosto, com a ponta incerta do garfo, picava aqui e al

nandes, que v

E

delicias, os dedos metti

aladamente, como

sa Civilisa??o da Cidade uma occupa??o que me encantasse. Mas apenas suggeria uma Exposi?

vale a pena

os fios do bigode, ainda escutava, á porta da Bibliotheca, o seu procurador, o nedio e magestoso Laporte. E emfim, seguido d'um

mente destoava do antigo, illuminado extasi. Com espanto (mesmo com d?r, porque sou bom, e sempre me entristece o desmoronar d'uma cren?a) descobri eu, na primeira tarde em que descemos aos Boulevards, que o denso formigueiro humano sobre o asphalto, e a torrente sombria dos trens sobre o macadam, affligiam o meu amigo pela brutalidade da sua pressa, do seu egoismo, e do seu estridor. Encostado e como refugiado no meu bra?o, este Jacintho novo come?ou a lamentar

za e seccura d'inven??o! Sempre os mesmos flor?es Lu

do me impressionava o seu horror pela Multid?o-por certos effeito

um dito que se surprehende n'um grupo, que revela um mundo de velhacaria, ou de pedantismo, ou de estupidez, e que nos fica collado á alma, como um salpico, lembrando a immensidade da lama a atravessar. Ou ent?o, meu filho, é uma figura intoleravel pela

tros de Paris, nas ruas longas, nas milhas de casario, todo de cali?a parda, erri?ado de chaminés de lata negra, com as janellas sempre fechadas, as cortininhas sempre corridas, abafando, escondendo a vida. Só

, este teu Paris! Que eno

es s?o prateleiras onde se apilha humanidade! E uma humanidade impiedosamente catalogada e arrumada! A mais vistosa e de luxo nas pr

urou, com a f

, é mui

sacudindo no a

anismo, Zé Fernandes! Qu

tarmente a sua for?a, recebendo, pela presen?a das suas Duquezas, das suas Cortez?s, dos seus Politicos, dos seus Financeiros, dos seus Generaes, dos seus Academicos, dos seus Artistas, dos seus Clubistas, dos seus Judeus, a certeza consoladora de que todo o seu pessoal se mantinha em nume

te engilhado no fundo das almofadas, d'onde só despegava a face para escancarar bocejos de fartura. Pelo antigo habito de verificar a presen?a confortadora do ?pessoal, dos astros?, ainda, por vezes, apontava para algum coupé ou vittoria rodando com rodar rangente n'outra arrastada fila-e murmurava um nome. E assim fui conhecendo a encaracolada barba hebraica do banqueiro Ephraim; e o longo nariz patricio de Madame de Trèves abrigando um sorriso perenne; e as bochechas flacidas do poeta neo-platonico Dornan, sempre espapado no fundo de fiacres; e os longos bandòs pre-raphaelitas e negros de Madame Verghane; e o monoculo defumado do director do Boulevard; e o bigodinho vencedor do Duque de Marizac, reinando de cima do seu phaeton de guerra; e ainda outros sorrisos immoveis, e barb

asa, de

s a quem a lentid?o sopeada, n'um roer de freios, entre outras egoas tambem d

ar eu deneg

divertido, per

dia, tim

, n?o ha nada mai

ffeito, em breve embrulhado no seu roup?o branco, diante da mesa de crystal, entre a legi?o das escovas,

a ferver rebentou furiosamente, fumegando e silvando. Uma nevoa densa de vapor quente abafou as luzes-e, perdidos n'ella, sentiamos, por entre os gritos do escudeiro e do Grillo, o jorro devastador batendo os muros, esparrinhando uma chuva que escaldava. Sob os pés o tapete ensopado era uma lama ardente. E como se todas as for?as da natureza, submettidas ao servi?o de Jacintho, se agitassem, animadas por aquella rebelli?o da agua-ou

, vim encontrar Jacintho no mei

encia, que impotencia! Pela segunda vez, este desast

esse processo novo!

polas. E eu, com rancor, pensava que na minha Gui?es a agua aquecia em seguras panellas-e subia ao meu lavatorio, pela m?o forte da Catharina, em seguras infusas! N?o jantamos com o duque de Marizac, no Club. E, na Opera,

e as trazia embrulhadas em sêda, penetrou no meu quarto, descerrou

no Fi

nhas, onde as nossas aguas rugiam e espadavam, com tanta ma

llo, rebrilhando em ebano. A quererem saber, a quererem sabe

egrammas, que o meu Principe fendia com a faca, enrugado, rosnando contra a ?massada?. Só desannuviou, ao ler um d'esses

Casimiro... Rat?o

s-Elyseos! N?o volto ao 202 sem boia de salva??o! Compassivo abra?o! Casimiro...? Murmurei tambem com deferen

ue incessantemente te escreve, te

orge. é uma cocotte.

T

a... N?o! te

lho, por economia d'uma gamella propria chafurdasse com outros n'uma gamel

antes, os seus cavallos, os seus lacaios, os seus camarotes, as suas festas, o seu palacete, a sua publicidade, a sua insolencia, é necessario que se aggremiem umas poucas de fortunas, se forme um syndicato! Somos uns set

um olho

para baixo?..

e bilhetes, sempre telephones, sempre telegrammas. E tr

seu afilado nariz, curvado sobre a salada, era

uto; eu quasi me engasguei, n'um sorvo alvoro?ado de café. Entre os reposteiros de damasco c?r de morango ella appareceu, toda de negro, d'um neg

ampos-Elyseos! N?o ha sen?o este Jacintho. E vem no Figaro! O que eu estava assustada, quando telephonei! Imaginem! Agua a ferver,

do, nem agradecido com aquelle inter

! A belleza foi hontem, quando a agua fumegava e ru

s destro?os d'uma inunda??o. O Figaro contára... E era uma

, vibrava, como um ramo tenro sob o boli?o do passaro a chalrar. Só o sorriso, por traz do véo espesso, conservava um

a harmonia em que se movia essa fl?r. E corri vivamente á ante-camara, verificar diante do espelho o meu penteado e o nó da minha gravata. Depois recolhi á sala de jantar, e junto da janella, folheando languidamente a Revista do Seculo XIX, tomei uma attitude de elegancia e d'alta cultura. Quasi

largos. E com aquellas sêdas e velludos negros, e um pouco do cabello louro, d'um louro quente, torcido fortemente sobre as pelles negras que lhe orlavam o pesco?o, toda ella derramava uma sensa??o de macio e de fino. Eu teimosamente a considerava como uma fl?r de Civilisa??

ara mim, chalrando para Jacintho, ella mostrava o seu lind

Ah, Jacintho é hoje o homem, o unico homem

ran-duque. Ent?o Madame d'Oriol teve um ah! muito grave e muito sentido. Releu profundamente o pap

rilh

n'um tom muito Parisiense. E a deliciosa creatura n?o se podia demora

clamou com

já a esta??o

atamente celebrou o prégador, um frade dominicano, o Père Granon! Oh d'uma eloquencia! d'uma violencia! No derradeiro serm?o prégara sobre o amor, a fragilidade dos amores mundanos! E tivera coi

ob o olhar que negrejára dentro

r espiritual, hein? Para

acu

nte o Père Gran

s, um arrebatando a garrafa, outro offerecendo o prato de bonbons. Franzio o véo para os olhos, chupou á pressa um bolo que ensopára no Tokai. E como Jacintho,

nteiramente nova de Madame Vial. Muito respe

ontemplar essa crea??o suprema do luxo de Quaresma. E era maravilhoso! Sobre o velludo, na sombra das plumas friz

movimento e n'um sorriso que derramou mais ar

tivos e molles. E bruscamente, levantando os hombros co

ssar este Domingo n'alguma

m

procurasse anciosamente uma cousa natural e simples. Depois, descan?ando sobre mim

im das Plantas

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