A Cidade e as Serras
acintho, que, com as m?os cruzadas sobre o peito, dormia
Sei recuperaste Grillo e Civilisa??o! Hurrah! Abra?o!?-Só depois de sete dias, occupados n'uma delicada apanha de aspargos com que outr'ora civilisára a horta da tia Vicencia, notei o silencio de Jacintho. N'um bilhete postal renovei, desenvolvi o grito amigo:-?Estás lá? S?o os prazeres da Baixa que assim te tornam desattento e mu
ma Joanninha, parei em Sandofim, na venda do Manoel Rico, para b
nchado n'um banco. Mandei encher outro quartilho: elle acariciou o pesco?o da minha egua que já salvára d'um esfriamento: e, co
o snr. D. Jacinth
nto divert
á, ha mais de cinco semanas, sem arredar! E pare
Ao latir dos rafeiros, quando transpuz o portal solarengo, a comadre do Melchior accudio dos lados do curral, com um alguidar de lavagem encost
. Grillo
rguei no pomar, com o franc
cal e tijellas de tintas. Uma escada de pedreiro descan?ára durante o Dia Santo arrimada contra o telhado. E,
i eu. Eis a
o, com coberta de fust?o, encolhia timidamente a sua rigidez virginal a um canto, entre o muro e a banquinha onde um casti?al de lat?o resplandecia sobre um volume do D. Quichote; no lavatorio pintado de amarello, imitando bambú, apenas cabia o jarro, a bacia, um naco gordo de sab?o; e uma prateleirinha bastava ao esmerado alinho da escova, da thesoura, do pente, do espelhinho de feira, e do frasquinho de agua
ato, um vaso de capella transbordando de cravos. Entre duas janellas uma commoda antiga, embutida, com ferragens lavradas, recebera sobre o seu marmore rosado o devoto peso d'um Presepio, onde Reis Magos, pastores de surr?es vistosos, cordeiros d'esguedelhada l?, se apressavam atravez d'alcantis para o Menino, que na sua lapinha lhes abria os bra?os, coroado por uma enorme Cor?a Real. Uma estante de madeira enchia outro peda?o dia, na suavisada penumbra, uma frescura. Os cravos rescendiam. Nem dos campos, nem da casa, se elevava um rumor. Tormes dormia no esplendor da manh? santa. E, penetrado por aquella consolado
inthe! Hic, i
os, frigus cap
ntre campos que s?o teus e aguas que te s
sol, profusamente regada, reverdece, desabrocha e honra a Natureza! Jacintho já n?o corcovava. Sobre a sua arrefecida pallidez de super-civilisado, o ar montesino, ou vida mais verdadeira, espalhára um rubor trigueiro e quente de sangue renovado que o virilisava soberbamente. Dos olhos, que na Cidade andavam sempre t?o crepusculares e desviados do Mundo, salta
acintho, ma
m Tormes, depois de se lavar n'uma dorna, e d'enfiar a minha roupa branca, se sentira de repente como desannuviado, desenvencilhado! Almo?ára uma pratada de ovos com chouri?
todo o
houri?os, e a agoa da fonte, bebida pela telha ou
esgazeado, o meu Principe! Elle enrolava n'uma mortalha tabaco
ro trutas, magnificas... Lá em baixo, no Naves, um riachote que se
a historia d'aque
este em Lisboa?..
, a lêr esse adorável Virgilio... E tambem a arranjar o meu palacio! Que te parece, Zé Fernandes? Em tres semanas, tudo soalhad
N
a belleza na simp
go adivinhei a obra do meu Principe. Uma toalha de linho de Guimar?es cobria a mesa, com as franjas ro?ando o soalho. No fundo dos pratos de
ora o travava!-N'esse momento appareceu o Grillo, de quinzena de linho, segurando em cada m?o uma garrafa de vinho branco. Todo se alegrou ?em vêr na quinta o si? Fernandes?. Mas a sua veneranda f
gósto... Que o ar aqui é muito bo
lou?a de Barcellos, as facas de cabo d'osso, as prate
za, si? Fernande
com um ma?o de
! Jornaes de Agricultura! Para aprender como se produzem as risonhas messes, e sob que signo se casa a vinha ao olmo, e que cuidados ne
r
gens sumus et nostr
nella, batia as palmas-como Cat?o para cha
copo d'agoa, bem la
ensamente
atadas? e as phosphatadas? e as
pela frescura nevada da agoa refulgente, que uma bella mo?a trazia n'um prato. Eu admirei sobretudo a mo?a... Qu
desapparecera a ex
rapariga trazer as cousas, eu, de cinco em cinco minutos, quero uma cousa!...
e sorria, com
nna Vaqueira. Trabalha bem, digere bem, concebe bem. Para isso a fez a Natureza, assim s? e rija; e ella cumpre. O marido todavia n?o parece contente, porque a desanca. Tambem é um bello bruto... N?o, meu filho, a serra é m
sala que Jacintho já denominára a Livraria. E, de repente, ao avistar n'um canto uma caix
a immensa caixotaria que nós mandamos, abar
arou, bateu aleg
aber geographico?... Lembras? Apenas fallei em Tormes, gritou que conhecia, rabiscou uma nota... Nem era necessario mais! ?Oh!
ueixo, de
pedito, que fazia tanta honra ao Progress
stou saboreando esta delicia de me erguer pela ma
io de recorda??
s umas
Paris andei bem penteado. Assim com os meus setenta mil volumes: eram tantos que nunca
za, d'onde andára tantos annos desviado por theoria e por habito! Já n?o arreceiava a humidade mortal das relvas; nem repellia como impertinente o ro?ar das ramagens; nem o silencio dos altos o inquietava como um despovoamento do Universo. Era com delicias, com um consolado sentimento de estabilidade recuperada, que enterrava os grossos sapatos nas terras molles, como no seu elemento na
tinuar, com o enthusiasmo d'um
tudo é animado d'uma vida forte e profunda!... Dizes
o digo nada
reflectir muito estre
ssa! M
ida n?o se limita a pen
n?o
lho, vae todo um mundo de impulsos, de for?as que se revelam, e que attingem a sua expres
mas e
avel, que miraculosa diversida
m! Na Cidade, pelo contrario, cada casa repete servilmente a outra casa; todas as faces reproduzem a mesma indifferen?a ou a mesma inquieta??o; as idéas teem todas o mesmo valor, o mesmo cunho, a mesm
parece outro... A sombra, o sol, o vento, as nuvens, a chuva, incessantemente lhe comp?em uma
urmu
que n?o
u, com olhares chamm
verdade... Ainda hoje quando eu voltava de pescar as trutas... Parei: e logo elle me fez sentir como toda a sua vida de vegetal é isenta de trabalho, da anciedade, do esfor?o que a vida humana imp?e; n?o tem de se
olhida á pressa nos ramos d'um castanheiro? Sob toda aquella ideologia transparecia uma excellente realidade-a reconcilia??o do meu Principe com aorrendo, como na esperan?a de descobrir lá do alto os esplendores nunca contemplados d'um Mundo inedito. E o seu tormento era n?o conhecer
is illustres da Europa, tenho trinta mil volumes, e n?o
inheiro,
de cada folhinha conservava uma quieta??o contemplativa, na luz docemente desmaiada, pousando sobre as cousas com um liso e
muito gr
a natureza n?o
Olha que m
o na fornalha das cidades, ideando gozos que nunca se realisam, aspirando a certezas que nunca se attingem!... E é o que aconselham estas collinas e estas arvores á nossa alma, que vela e se agita:-que viva na paz d'um sonho
. Bruno, ou ter cento e quarenta contos de renda e o desplante de certos Jac
rutas, e para o cabrito
Quem te
Has de ver a cabidella! Ella é horrenda, quasi an?, com os ol
olhos tortos puzera inspira??es que n?o s?o da terra, e aquella do?ura da noite de Junho, que pelas janellas abertas nos envolveu no seu velludo negro, t?o molle e
da??o, limpando o caf
por Paris com o Pessimismo ás costas
ainda mais alegre, trilhava a grandes
tanto lhe tira o caracter pungente d'uma injusti?a especial, commettida contra o soffredor por um Destino inimigo e faccioso! Realmente o nosso mal sobretudo nos amarga quando contemplamos ou imaginamos o bem do nosso visinho:-porque nos sentimos escolhidos e destacados para a infelicidade, podendo, como elle, ter nascido para a
u, esse sujeito teria im
m philosopho sem editor, e um professor sem discipulos; e soffre horrendamente de terrores e manias; e esconde o seu dinheiro debaixo do sobrado; e redige as suas contas em grego nos perpetuos lamentos da desconfian?a; e vive nas adegas com o medo de incendios; e viaja com um copo de lata na algibeira para n?o beber em vidro que bei?os de leproso tivessem contaminado!... Ent?o Schopenhauer é sombriamente Schopenhauerista. Mas apenas penetra na celebridade, e os seus miseraveis nervos se acalmam, e o cerca uma paz amavel, n?o ha ent?o, em todo Francfort, burguez mais optimista, de face mais jocunda, e gozando mais regradamente os bens da intelligencia e da Vida!... E o outro, o Inda estabeleceu sobre o Pessimismo outras coisas joviaes, profundas ou el
deira, que lia o D. Quixote... Oh bem aventurado Principe! Conservára elle o agudo poder de arrancar theorias a uma espiga de milho ai
ossos? como murmurava, cumprimentando, o bom Silverio, o procurador, n'essa manh? de sexta feira, em que almo?ava comnosco, mettido n'um espantoso jaquet?o de velludilho amarello debruado de seda azul! A ceremonia, de resto,
osso respeito, certamente, mas, se v. ex.a me permitte, senhores já muito desfeitos... Depois veio o desastre, a mixordia. E aqui está o que decidi, depois de pensar. Mandei arranjar tantos caix?es de chumbo, quantas as caveiras que se apanharam lá em baixo na Carri?a, entre o lixo e o pedregulho. Havia sete caveiras e meia. Quero dizer, sete caveiras e uma caveirinha pequenina. Mettemos cada caveira em seu caix?o. Depois... Que quer v. ex.a? N?o havia outro meio! E aqui o S
peito, quasi com magestade, espetando, ora em mim, ora no m
i o pittor
t?o vagos, t?o anonymos, todos esses avós! Só faz pena, g
amente por causa do av? Gali?o, e por fim o seu jazigo
dia gravemente a
Snr. Fernandes, ha cem annos que se n?o depositav
stará e
Na egrejinha, no cemiterio d'alguma das freguezias n
das vagas, sem nome, sem data, convem uma
urou o Silverio, dando um f
ino leve tangia, na enevoada do?ura da manh?,-quanto fina e levemente!-como pia um passarinho triste. Adiante, um airoso mo?o de sobrepelis, erguia com zelo a velha cruz prateada; abrigando o pesco?o sob um immenso len?o de rapé, de quadrados azues, o velho e corcovado sacrist?o segurava pensativamente a caldeirinha d'agoa benta; e o bom abbade de S. José, com os dedos entre o breviario fechad
im seguia o Melchior, entre um rancho de mulheres, que, sumidas na sombra dos len?os pretos, desfiando longos rosarios, rosnavam surdas avè-marias, atravez d'espa?ados suspiros, t?o doridos como se inconsoladamente lhes doesse a perda d'aquelles Jacinthos. Assim, pelas varzeas entrecorridas de regueiros, lenta nos recostos
arim festivo. Depois, adiante da fonte da Lira, como o caminho se alongava, e desejassemos poupar o nosso velho abbade, cortamos atravez d'uma seara, já alta, quasi madura, toda entremeada de papoulas, O sol radiou: sob a brisa l
ocou no me
ureza... N'um simples enterrar d'o
te, esbatidas na relusente brancura dos muros estucados, na jovial claridade que cahia das altas vidra?as bem polidas. Em torno dos esquifes, pousados sobre bancos, que pesados velludilhos recobriam, o abbade murmurava um suave latim, emquanto ao fundo as mulheres, sumidas na sombra dos seus negros len?os, gemiam amens agudos, abafavam um respeitoso solu?
ccendeu regaladamente um
ndes, que te parec
ito suave, muito ris
acintho, immediatamente lhe agradeceu tantos cuidados, a affavel hospitalidade que offerecera aos ossos, durante a construc??o da Capellinha nova. E o suave velho, todo branquinho, de
e agora t?o confusos! mur
ar um av? morto, bem é corrente... Mas respei
ando d'elles nada se sabe,
u risonhamente
o as minhocas que estrumam e lavram a terra, antes de chegar o lavrador e os bois com o arado. Até as minhocas s?o uteis. N?o ha nada inutil... Eu tinha lá na residencia uma por??o de cardos a um canto da horta, que me affligiam. Pois reflecti e term
tava rijamente como antes os trilhos duros da serra. Para elle montar, filialmente Jacintho segurou o estribo. E emquanto a egoa se empurrava pelo corrego acima, quasi tapada sob o immenso guarda
resta rezar por elles o Padre-Nosso, que recommenda o abba
ncia que reze por mim e por ti. é sempre a
aquelle periodo sentimental de contempla??o, em que colhia theorias nos ramos de qualquer cerejeira, e edificava Systemas sobre o espumar das levadas, o meu Princ
, o meu Principe, evident
quanto o Manoel hortel?o apanhava laranjas no alto d'uma escada arrimada
Nunca plante
dadeiro homem... Fazer um filho, plantar uma arvore, escrever um livro. Tens de te apressar, para ser u
o, regava os lilazes. E no ver?o é
a acreditára inteiramente-pobre homem!-no meu saber agrico
, o que é que se po
?o, o Manoel exclamou, atravez d'um le
r... Olhe que já se anda a limpar a
Ent?o alli no pomar, rente do muro velho, n
o Manoel
o Natal. Agora só a couvinha na horta, a beldroega, os
u com brando gesto es
eira que diz o Melchior, muito doces, muito finas? Ent?o
ra do seu rumorejar, na gra?a e santidade dos ninhos que a povoam, come?ára talvez, lentamente, o seu amor novo da Terra. E agora sonhava uma Tormes
crepusculo, que des
es s?o as arvores que
sa é o eucalypto, o feiissimo e ridiculo eucalypto.
lento, Zé
os que subissem em fortes troncos, se alargassem em verdes r
om para Deus, que pode esperar... Patiens quia aeternus. Trinta an
depois para teus f
onde os
terras agradaveis... Em nove mezes tens uma planta feita. E quant
crusando as m?o
va tanto
o anoitecer, entre o cheiro avivado das madresilvas do muro,
mas um creador, arremessou vivamente o seu interesse para os gados! Repeti
i animaes,
o largo campo da Ribeirinha, sempre escasso d'agoas, agora mais resequido por ver?o de tanta seccura, o m
ente, com
de, muito farto, com rebanhos de carneiros brancos, gordissimos como bolas de al
para o prado. Agoas
brigar esses gados ricos, construiria curraes perfeitos, d'uma architectura leve e util, toda em ferro e vidro, fundamente varridos pelo ar, largamente lavados pela agoa... Hein? Que formosura! Depois, com todas essas vaccas, e o leite jorrando, nada mais facil e m
e parece, Z
r, a agoa, a terra, e o dinheiro. Com estes quatro elementos,
dia... Mas uma queijaria, assim perfeita, rende. Rende prodigiosamente. E educa o paladar, incita a installa??es eguaes, i
olho, ca
omo o Camembert ou o Raba?al, póde vir a custar-te, a ti Jacin
com dous olhos alegre
ezentos
na e vidro, e as maquinas, a extravagancia, e a patuscada bucolica, cada queijo te custa, a ti productor, duzentos mil réis. Mas com certeza o vendes no Porto por um tost
ncipe n?o
tosos queijos por semana, ao sabbado,
onde cresceriam, ao seu mando inspirado, os verdes prados, e se ergueriam, rebrilhantes no sol de Tormes, os curraes elegantes. Com a esplendida seguran?a dos seus cento e nove contos de renda, n?o surgia di
??o, calculando despezas que se affiguravam sobrehumanas á sua parcimonia serrana, for?ado a arquejar, sem descan?o, sob soalheiras de Junho, o desgra?ado retomára na Serra o geito que Jacintho deixára em Paris,-e era elle que corria pelas longas barbas tenebr
diante, sempre lhe digo que o Snr. D. Jacintho enterr
terariam o antiquissimo rosto da serra, n?o custavam mais que a outros o concerto d'um s
s serranias, entre alcantis. Pois um senhor que possue aquella linda propriedade de Montemór, nos campos do Mondego, onde até podia plantar jardins de desbancar os do Palacio de Crystal do Porto! E a Velleira? O Snr. Fernandes n?o conhece a Velleira, lá para os lados de Pen
a serra. E depois este é o solar da familia,
spero, esquecia o respeito de
quero vêr o Snr. D. Jacintho, aqui no inverno, com o nevoeiro a subir do rio logo pela manh?, e a friagem a trespassar os ossos, e ventanias que atiram carvalheiras de raizes ao ar, e chuvas e chuvas que se desfaz a serra!... Olhe, até mesmo por amor da saud
o se o tivessem plantado d'estaca n'aquelle antiquissimo ch?o, d'onde brotára a sua ra?a, e o antiquissimo humus refluisse e o penetrass
ua sociabilidade, n?o encontrára nunca,-dias t?o cheios, t?o deliciosamente occupados, d'
es pelo corredor, e o seu cantarolar, desafinado, mas ditoso como o d'um melro. Em poucos instantes escancarava com fragor a minha porta, já de chape
renidade, que come?o a acreditar que sou um justo! Um dia lindo!
risca mal come?ada do cabello, aquelle antigo homem das trinta e nove escovas, prot
ella subtil sensibilidade bucolica que n'elle se desenvolvera, e incessantemente se afinava, qualquer breve belleza, do ar ou da terra, lhe bastava para um longo encanto. Ditosamente poderia elle entreter toda uma manh?, caminhar por entre um pinheiral, de tronco a tronco, callado, embebido no silencio, na frescura, no resinoso aroma, empurrando com o pé as agulhas e as pinhas seccas. Qualquer agua corrente o retinha, enternecido n'aquella servi
que a elle lhe enchiam a alma ainda novi?a-o meu Principe rugia, com a indigna??o
r se a terra é linda, mas se a terra é boa. Olha o que diz a Biblia! ?Trabalharás a quinta
epára, homem, para aquelle bocadinho de valle, e consegue n?o pensar, por um momento, nos trinta mil reis que elle rende! Verás
s, os soalhos borrifados para aquellas quentes restias de sol de junho
na sua casa de Tormes, depois de resuscitado, o homem que só tem um livro. Essa mesma Natureza, que o desligára das ligaduras amortalhadoras do tedio, e lhe gritára o seu bello Ambula, caminha!-tambem certamente lhe gritára et lege, e lê. E libertado emfim do envolucro suffocante da sua Bibliotheca immensa, o meu ditoso amigo comprehendia emfim a incomparavel delicia de lêr um livro. Quando eu correra a Tormes, (de
deu que eu chegasse a esta e
is urgentes... O Fig
ste a
te me gabo de nunca
meu Princi
ortico, a um sophista, um desavergonhado d'um s
N
atirou-lhe uma b
iades! Olha que
s estupendas manhas do subtil Ulysses e os seus perigos sobrehumanos, tantas lamurias sublimes, e um anceio t?o espalhado da Patria perdida, e toda aquella intriga, em que embrulhava os Heroes, lograva as Deusas, illudia o Fado, tinham um delicioso sab?r ali, nos campos de Tormes, onde nunca se necessitava de subtileza ou de engenho, e a Vida se desenrolava com a seguran?a immutavel com que cada manh? sempre o Sol egual nascia, e sempre centeios e milhos, regados por agoas eguaes, seguramente medravam, espigavam, amadureciam... Emballado pela recita??o grave e monotona do meu Principe, eu cerrava as palpebras docemente. Em breve um vasto tumulto, por terra e ceu, me alvoro?ava... E eram os rugidos
immensa horta ajardinada, em que todos os legumes, classicos ou exoticos, cresceriam, soberbamente, em vistosos talh?es, fechados por sebes de rosas, de cravos, de alfazêma, de dhalias. A agoa das regas desceria por lindos corrêgos de lou?a esmaltada. Nas ruas, a sombra cahiria de densas latadas de mosc
tardes se tornaria branco e todo fremente d'azas-n?o sahiam das nossas gostosas palestras, ou dos papeis em que Jacin
maravilhas. Contra a resistencia rebolada e escorregadia do Melchior, contra a respeitosa inercia do S
da vindima! E depois, (acrescentava o Melchior com um sorriso de grande
ro-mette
te-que n
iros, dos jornaleiros, e até de qualquer rapazinho que passasse, tangendo uma vacca para o pasto. Nunca elle ent?o se demoraria a conversar com os mo?os, quando á borda d'um caminho ou n'um campo em monda elles se endireitavam de chapeu na m?o, n'um respeito de velha vassalagem. De certo o empecia a pregui?a, e talvez ainda o pudico recato de transpor toda a immensa distancia que se alargava desde a sua complicada super-civilisa??o até á rude simplicidade d'aquellas almas
das sementeiras e das ceifas, e que as arvores de fructa se semeiam no inverno, já se aprazia em
.. Este bocado de torr?o aqui é rico... O ta
ra circulando entre realidades. Já por isso n?o crusava no caminho o mocinho atraz das vaccas, que n?o o detivesse, o n?o interrogasse: ?Para onde vaes tu? De quem é o gado? Como te chamas?? E, contente comsigo
ibeiro, o pinheiral. Já n?
simplificava:-e qualquer pequenino goso lhe bastava, desde que n'elle entrasse paz ou do?ura. Com verdadeira delicia ficava, depois do
namoricos, e as fa?anhas de for?as, e as desaven?as por causa de servid?es ou d'aguas. Tambem por vezes nos enfronhavamos, com afferro n'uma partida de gam?o, sobre um bello taboleiro de pau preto, com pedras de velho marfim, que nos emprestára o Silver