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A Cidade e as Serras

Chapter 6 6

Word Count: 3880    |    Released on: 30/11/2017

de Parisianismo permanecera em Paris, mesmo depois do Grand-Prix, a desbotar na calma e no cisco da Cidade. N'uma d'essas tardes, porém, o Telephone, anciosamente repicado, avisou Jacintho

da melancolia. E eu (no interesse da minha alma) suggeri a Jacintho que su

cca, Zé F

ios! Eu nunca

asilica, homem fatal

ros velhos fechando quintalejos rusticos, mulheres despenteadas cozendo á soleira das portas, carriolas desatreladas descan?ando diante das tasc

ar barracas d'arraial devoto, forradas de panninho vermelho, transbordavam de Imagens, Bentinhos, Crucifixos, Cora??es de Jesus bordados a retroz, claros molhos de Rosarios. Pelos cant

cur

minhou gulosamente para a borda do terra?o, a contemplar Paris. Sob o ceu cinzento, na planicie cinzenta, a Cidade jazia, toda cinzenta, como uma vasta e grossa camada de cali?a

gora eu e o bello Jacintho trepavamos a uma collina, espreitavamos, escutavamos-e de toda a estridente e radiante Civilisa??o da Cidade n?o percebiamos nem um rumor nem um lampejo! E o 202, o soberbo 202, com os seus arames, os seus apparelhos, a pompa da sua Mechanica, os seus trinta mil livros? Sumido, esvaído na confus?o de telha e cinza! Para este esvaecimento pois da obra humana, mal ella se comtempla de cem metros de altura, arqueja o obreiro humano em t?o angustioso

affavel malicia para espica?ar o meu

uma illus?o... E a C

omo a haverá na Cidade para esses milh?es de seres que tumultuam na arquejante occupa??o de desejar-e que, nunca fartando o desejo, incessantemente padecem de desillus?o, desesperan?a ou derrota? Os sentimentos mais genuinamente humanos logo na Cidade se deshumanisam! Vê, meu Jacintho! S?o como luzes que o aspero vento do viver social n?o deixa arder com serenidade e limpidez; e aqui abala e faz tremer; e além brutamente apaga; e adiante obriga a flammejar com desnaturada violencia. As amizades nunca passam d'allian?as que o interesse, na hora inquieta da defeza ou na hora sofrega do assalto, ata apressadamente com um cordel apressado, e que estalam ao menor embate da rivalidade ou do orgulho. E o Amor, na Cidade, meu gentil Jacintho? Considera esses vastos armazens com espelhos, onde a nobre carne d'Eva se vende, tarifada ao arratel, como a de vacca! Contempla esse velho Deus do Hymeneu, que circula trazendo em vez do ondeante facho da Paix?o a apertada carteira do Dote! Espreita essa turba que foge dos largos caminhos assoalhados em que os Faunos amam as Nymphas na boa lei natural, e busca tristemente os recantos lobregos de Sodoma ou de Lesbos!... Mas o que a Cidade mais deteriora no homem é a Intelligencia, por que ou lh'a arregimenta dentro da banali

as bucolicos, desde Hesiodo, atravez dos seculos-o meu Principe vergou a nuca docil, como se el

Cidade... é talvez

om este labor e este pranto dos pobres, meu Principe, se edifica a abundancia da Cidade! Eil-a agora coberta de moradas em que elles se n?o abrigam; armazenada de estofos, com que elles se n?o agasalham; abarrotada de alimentos, com que elles se n?o saciam! Para elles só a neve, quando a neve cáe, e entorpece e sepulta as creancinhas aninhadas pelos bancos das pra?as ou sob os arcos das pontes de Paris... A neve cáe, muda e branca na treva: as creancinhas gelam nos seus trapos: e a policia, em torno, ronda attenta para que n?o seja perturbado o tépido somno d'aquelles que amam a neve, para patinar nos lagos do Bosque de Bolonha com pelli?as de tres mil francos. Mas quê, meu Jacintho! a tua Civilisa??o reclama insaciavelmente regalos e pompas, que só obterá, n'esta amarga desharmonia social, se o Capital dér ao Trabalho, por cada arquejante esf?r?o, uma migalha ratinhada. Irremediavel é, pois

morangos, Jacintho!

murou, d

'esses morangos... E t

certo desceu outrora dos grandes Ceus; e, para mostrar bem que mandado trazia, penetrou mansamente no mundo pela porta d'um curral. Mas a sua passagem entre os homens foi t?o curta! Um meigo serm?o n'uma montanha, ao fim d'uma tarde meiga; uma reprehens?o moderada aos Phariseus que ent?o redigiam o Boulevard; algumas vergastadas nos Ephrains vendilh?es; e logo, através da porta da morte, a fuga radiosa para o Paraiso! Esse adoravel filho de Deus teve demasiada pressa em recolher a casa de seu Pae! E os homens a quem elle incumbira a continua??o da sua obra, envolvidos logo pelas influencias dos Ephrains, dos Trèves, da gente do Boulevard, bem depressa esqueceram a li??o da Montanha e do lago de Tiberiade-e eis que por seu turno revestem a purpura, e s?o Bispos, e s?o Papas, e se alliam á

bes, J

r outras idéas solidas que no ar se desfaziam. Depois penetravamos na Basilica-quando um Sachrist?o nedio, de barrete de velludo, cerro

Jacintho... Foi esta

ivo camarada comprou uma imagem da Basilica. E saltavamos pa

Jaci

briu os bra?os,

Maur

de barba em bico, remexia o seu absintho, com o chapéo de palha descahido na nuca, a quinzena solta

am d'aquelle encontro, n'um domingo de

ilia, em chinellos... Ha tres mezes que subi para estes cimos da Verdade

mostrou o seu

ilica... O meu amigo Fernandes Lorena.

ncisco de Valois, Rei de Fran?a) ergueu o seu chapeu de palha. E empurrava u

es! lembrou Jacintho. Tu

ua sobre os bei?os, mai

inha para logo, para o jant

ra??o, esta minha avisada malicia. E

o... Como tem sido possivel, n'este Par

effeito! Ha tres annos, desde a casa dos La

to desdenhoso e largo,

intho! Nenhuma fixidez, um dilletantismo estonteado, carencia completa e comica de toda a base expe

as suas recorda??es por

Raganarock, e as Nornas... Muito Pre-Raphaelismo tambe

re! Quando Madame de Lamotte-Orcel remobilára a sala com velludos Morris, grossas alcach

do tempo do

pe suspirou

o cul

o dedo espetado:-?Busquemos a luz, muito por baixo, no pó da terra!?-E á sobremeza bebemos á delicia da humildade e do trabalho servil, com aquelle Champagne Marceaux granitado que a Mathilde dava nos grandes dias em copos da fórma do San-Gral! Depois veio Emersonismo... Mas a praga cruel foi Ibsenismo! Emfim, meu filho, uma Babel de Ethicas e Estheticas. P

ntia como um vendaval que redemoinhava, me torc

uski

o Ruskin,...

o Principe

da Architectura, A Cor?a de Olive

esse tempo eu, enojado, já descera de todas essas nu

Jacintho esperava, com o seu fino nariz dilatado, com

?o? en

persamente, por entre ret

Khian e de Dashi-Lumbo, e estudou com Gegen-Chutu no retiro santo de Urga... Gegen-Chutu foi a decima-sexta encarna??o de Guatama, e era portanto

E de pé, deixando cair sobre a mesa, distrahidamente, para pagar o absintho, moedas de prata

btivemos resultados bem extranhos. Sabes as experiencias de Tyndall, com as chammas sensitivas... O pobre chimico, para demonstrar as vibra??es do som, tocou quasi ás portas da verdade isoterica. Mas què! homem de sciencia, portanto homem d'estupidez, ficou áquem, entre as suas placas e as suas retortas! Nós f?mos além.

e os olhares esgazeados, como no renovado assombro e no transe d'aquelle prodig

igo. Elle só come arr?z, uma pouca de salada, e fructa. E conversamos... Tu tinhas um

enamente seguiu pela quieta rua, com o chapeu de palha para a nuca, as m?

bruxo? Conta!... Quem é el

. Era um nobre e leal rapaz, muito rico, muito intelligente, da antiga casa soberana de

eosophia, Buddhismo isoterico... Aspira??es,

ara jantar no Bosque, no Pavilh?o d'Armenonville, onde os Tziganes, avistando Jacintho, t

do regaladament

o mere?o, caramba, que superiormente philosophei!... E creio que estabeleci

ode, a Lista-dos-Vinhos, em quanto o Co

es, um Barsac velho, apenas refrescado... Agoa de Evian... N?o,

abotoando lentamente a

de Montmartre, com um miradouro no alto, todo de vidro

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