A Cidade e as Serras
e ouro, fazendo poeira pelos caminhos, e alegrando toda a natureza, desde os passaros até os regatos, subitamente, com uma d'aquellas mudan?as que tornam o seu temperame
e os arroios fugiram para debaixo das
o meu quarto, n?o resist
acintho! Talvez duas semanas d'agua! E agora é se vae saber quem é aqui o fino ama
u para a janella com a
s e tirar um casac?o impermeavel... N?o importa! Fica o arvoredo ma
amos porém meio caminho, quando, depois d'um arrepio nas arvores, um negrume carregou, e, bruscamente, desabou sobre nós uma grossa chuva obliqua, vergastada pelo vento, que nos deixou estonteados, agarrando os chapeus, enrodilhados na borrasca. Chamados por uma grande voz, que se esgani?ava no vento, avistamos n'um campo mais alto, á beira d'um alpendre, o Silverio, debaixo d'um guarda-chuv
ampo, corremos para o alpendre, nos refugiamos n'aquelle abrigo inesperado, a escorrer,
que fer
olhedora, que em dous mezes, inalteradamente, só lhe offerecera do?ura e sombra,
muitas vezes assi
Silverio aterro
e V. Ex.a vêr no inverno, se V. Ex.a se aguentar por cá! En
logo pela manh?, quando sentiu o ar carrancudo e as folhinhas dos choupos a
, já ha dias... E como póde ser obra que se pegue, bexigas ou coisa que o valha, pensei comigo: Nada, o seguro morreu de velho! Metti para o alpendre... E
a negro, onde o vento se calára; e para além do rio e dos montes havia
rcados, que me arrefeciam. E o bom Silverio, passando a m?o pensativa s
nda estía! Nunca pensei
ó abrigava madeira, um cuculo de cestos vasios, e um carro de bois, onde o meu Principe se sentára, enrolando um cigarro confortador. A chuva desabava, copiosa, em longo
nte o meu Principe, que é que o se
voltou a face
magine V. Ex.a que faltam por cá doen?as. O ar é bom. N?o digo que n?o! Arsinho s?o
medico, n?
ior de quem habita regi?es c
em entendido... o Firmino, hein, Snr. Fernandes? Homem capaz. Medico é o Dr. Avelino, d'aqui a legoa e meia,
rtinas pardacentas. No campo, em declive deante de nós, ia um longo correr de ribeiros barrentos. Eu terminára por me sentar na ponta d'um madeiro, enervado, já com a fome agu?ada pela manh? agr
ho, com uma carita miuda, toda amarella sob a porcaria, e onde dous grandes olhos pretos
chegar para cá, deixa-te estar ah
beicitos descorados murmurar
ixe vir o rapaz!
que informou
sgueira, ali do casal da figueira. E ainda tem
te!-exclamou Jacintho. Coitadito, t?
dedo, com os tristes olhos pasmados
o, por que... Que quer V. Ex.a? Mal comido! muita miseria... Quan
bruscamente da
tem fome? Ha aqu
pediam, ora a mim, ora ao Silverio, a confirma??o d'esta m
aqui nas serras, sem trabalho e sem miseria... Em toda a parte ha pobres, até na Austra
eve um gesto d'af
nha propriedade, dentro d'estes campos que s?o meus, ha gente que trabalhe para mim,
ente, ante aquella candida ign
que se n?o fosse algum soccorro que se lhes dá, nem eu sei!... Este Esgueira, com o rancho de filhos que tem,
hou Jacintho com u
, mais leve e mais rala. Mas ent?o Silverio alargou os bra?os d
que n?o entra! N?o se sabe o que a mulh
alterou na sua p
o, Silverio... Abra o seu
respeitosamente Jacintho, através do campo encharcado. Eu segui, pensando na esmola sumptuosa que o bom Deus m
umo, e para a gente. E em redor, a Natureza e o Trabalho tinham, através d'annos, accumulado ali trepadeiras e fl?res silvestres, e cantinhos d'horta, e sebes cheirosas, e velhos bancos roidos de musgo, e panel
ra do guarda-chuva, Silverio
aria... Ol
o alta, escura e suja, com uns tristes olhos pi
?-Abre lá a porta, que es
ma voz dolente e arrastada mas sem queixume
mo ha de ir? Malz
ch?o, d'entre abafos, amodorrado e len
estou, e malzin
-chuva em riste, meio aberto, como um escudo
Maria!... Isso foi friage
mbro de Jacin
uita miseria! Até l
s fumara?as da lareira, era t?o negra como o ch?o. E aquella penumbra suja parecia atulhada, n'uma desordem escura, de trapos, de cacos, de restos de coisa
to embara?ado, murm
em, est
anto o Silverio decerto revelava á rapariga, a presen?a augusta d
dê muito boa sorte! No
tas, nos colheu, no meio do campo, Jacintho parára, olhava par
Zé Fernande
zeir?o do Sil
vez, rapaz? Vae par
uem elle mais especialmente arregalava os olhos tristes, e que aquella miseria, e a sua muda humildade, embara?avam, acanhavam horrivelmente, só soube sorrir, murmurar o seu vago: ?Está bem, está bem...? Fui eu que dei ao pequenito um t
ve esse dinheiro á
rei eu olhando o relogio.
e a grossa camada de nuvens já se ia enrolando sob a lenta varredela d
rio, e onde um leve enchurro vinha ainda, saltando e chalrando. De cada ramo tocado
mais largo, entre um socalco e um renque de vinha
quero mais estas horri
os hombros, com um vago eh!
que os v?o buscar logo a Gui?es. E recommenda??o ao medico para voltar ámanh?, e em cada dia; até que ella melhore...
ns tost?es bastavam... Nem era bom acostumar assim, a tanta fra
o-de ter, disse Jac
da, murmurou
ho, no espanto d'aquellas extravaganc
dando! é meio dia! Esto
lhada pelo peito, e a barraca exorbitante do guarda-chuva vermelho enrolada debaixo do bra?o. E Jacintho, puxand
la pobre gente... E naturalmente, as dos outros caseiros s?o pocilgas eguaes... E
Silverio gagu
balbuciav
quero dizer... Qu
tirou um g
nte e tres! se bem lembro
! uma casa simples, mas limpa, confortavel, como a que tinha a irm? do Melchior, ao pé do lagar. Silverio estacou de novo. Uma
mo Senhor! E é para ma
lente homem. E Jacintho, muito do
de réis! Digamos dez, por que eu queria
rio teve um b
.mo Senhor, é
eados de horror, dos seus immensos bra?os abertos para tra
, bragal, dez contos de réis! Ent?o tambem eu rio! Ah!
, como declinando toda a responsabil
. Ex.a é
a essa gente, os contractos que existem, para os melhorar. Ha m
ceu o convite, penhorado. Mas pedia licen?a a Sua Ex.a para passar primeiramente pelo lagar, para ver os car
que eram ligeiros, pela hora do almo?o que se retardára, pello azul ale
disse eu, batendo, com uma ternura que
Haver por ahi, á vista da minha casa, outras
sou sobre uma esquina do casar?o, ao fundo, uma viva tira d'ouro. O clarim dos gallos soava claro e
ulher, puzera toda a sua alma n'essa mulher, só por a avistar a distancia na rua. Depois, uma tarde que a seguia, enlevado, ella entrou n'um portal de egreja, e ahi, de repente, ergueu o veu, entreabriu o vestido, e mostrou ao pobre
vo, com os dedos na
emfim, esta, louvado seja D
e. E ambos subimos alegreme